O piloto espanhol Carlos Campano é campeão do Campeonato Brasileiro de Motocross 2014. Este é o segundo título dele na categoria MX1 (a principal da competição) pela segunda vez. A primeira foi no ano de sua estreia no Brasil e no ano passado ele ficou com o vice-campeonato. Neste ano, fez um temporada considerada acima do normal: ganhou nove das 16 corridas realizadas neste ano somando 310 pontos, considerando ainda que ele esteve fora de duas etapas por conta de uma fratura no pé.
Muito feliz pela conquista, o espanhol se prepara para uma temporada de férias de recuperação (da fratura no pé) na Espanha. “Quero descansar, rever a esposa e toda família e aproveitar para recuperar-me completamente e começar a pré-temporada cedo porque acho que ano que vem será ainda mais duro do que foi este ano”, completa. A alegria de Campano é reforçada também pela conquista do do troféu de campeão do Arena Cross (principal campeonato de Super Cross no Brasil) na categoria principal.
Campano revive no esporte brasileiro uma época em que bons pilotos no exterior eram contratados por equipes brasileiras para ajudar a elevar o nível do esporte aqui no Brasil. Lá se vão 30 anos em que nomes como Rodney Smith, Kenny Keylon e Gene Fireball puxavam o ritmo dos brasileiros e faziam grandes pegas nas pistas do MX nacional. Campano faz o mesmo por aqui. Mas quem é esse espanhol nascido em setembro de 1985 e Sevilha?
Carlos Campano é um dos grandes nomes da história do motocross espanhol – e agora, do brasileiro. Começou a pilotar aos 4 anos de idade. Aos 9, ganhou seu primeiro campeonato espanhol, na categoria 60cc. Subiu para a categoria MX2 (profissional) em 2002, se tornando vice-campeão espanhol de Supercross. No mesmo ano, estreou no Mundial de Motocross.
De 2004 a 2011, foi convocado todos os anos pela Federação Espanhola para integrar a equipe do Motocross das Nações. Em 2006, conquistou seu primeiro campeonato espanhol na categoria MX2, sendo o primeiro piloto da Andaluzia a conquistar tal feito. Ainda antes de completar 23 anos, em 2008, se transferiu para a principal categoria do esporte, a MX1, pilotando motocicletas de 450cc. No ano seguinte, em 2009, fez sua primeira corrida no Brasil, durante o Mundial de Motocross realizado em Canelinha, Santa Catarina.
Conquistou aqui um dos grandes resultados de sua carreira, o sexto lugar na categoria MX1 (atual MXGP). Neste ano também ganhou o campeonato espanhol de 450cc (novamente o primeiro da Andaluzia a fazer isso). Em 2010, viveu o ápice ao se tornar campeão mundial de motocross na categoria MX3.
Em 2011 fechou a parceria com o Grupo Geração e da Yamaha e participou de uma prova internacional realizada em Canelinha, SC. Venceu e começou sua história de conquistas no Brasil. Em 2012, se mudou em definitivo para viver em São José, na Grande Florianópolis, e defender as cores da Yamaha. Se consagrou então campeão brasileiro de motocross e da Superliga Brasil de Motocross, ambos na categoria MX1. Além disso, foi vice-campeão do Arena Cross 2012.
Em 2013, sofreu com lesões e acabou vice-campeão brasileiro e vice-campeão do Arena Cross (a Superliga foi extinta). Em 2014, conquistou os dois títulos mais importantes do motocross brasileiro, um na MX1 do Brasileiro de Motocross e outro na categoria Pró do Arena Cross.