Publicidade

Não é que sejamos ciumentas, inseguras ou possessivas…

Meu marido acha que controlo o horário dele chegar… Ele pensa que está arrasando… (Imagina que eu daria o braço a torcer se ele estivesse…).

A grande verdade é que o meu desconfiômetro aciona toda vez que passa da hora dele chegar… E isso acontece nos primeiros 5 minutos de atraso… Começo a tentar me acalmar: “Não pense o pior, vai ver que ele saiu mais tarde e pronto!”. Mais 5 minutos e já me vejo mudando de canal na TV para ver se há algum acidente com moto… Lógico que no horário em que ele chega (em pleno horário de pico) isso é bastante comum… E acidente com moto em horário de pico é a coisa que determinados canais adoram transmitir na íntegra!…

Aí vai batendo o desespero… Às vezes o caminho é outro (ele nunca vem pela Marginal Tietê), o modelo da moto é outro, mas a gente tá lá vendo para ter CERTEZA que o cidadão que está lá esperando por socorro não é nosso esposo, namorado, filho, irmão… Nessa hora a gente faz uma oração, entregando para Deus (esse deve ser o horário em que Deus deve ouvir o maior número de orações desse tipo). Mas a grande verdade é que a gente entrega para Deus, mas pega de volta… Dali a pouco já está procurando o telefone para ligar para o celular dele, mas pensa: “E se ele estiver pilotando a moto? Eu é que estarei contribuindo para um acidente!!! Calma… Pensa em outra coisa… Assiste a novela… Ai meu Deus esse camarada que não chega…”

Publicidade

Dali a pouco (no total uns 15 minutos) estamos já pensando em ligar para a polícia, sair com o carro atrás dele, quando de repente o camarada chega, dizendo que está tudo bem e que somos desesperadas… No fundo, no fundo, eles têm razão… É desespero mesmo! Mas será que eles conseguem entender?

Dia destes me vi saindo de casa com o carro aproximadamente uns 30 minutos depois dele e no caminho encontrei um acidente com moto, alguns carros de polícia em volta e uma porção de curiosos, a ponto de parar o trânsito de veículos. A distância de 200 metros para que meu carro chegasse ao local foi o suficiente para a adrenalina disparar. O coração parecia que ia sair pela boca até ter certeza de que não se tratava do meu marido…

Aí fiz uma oração por um camarada que não sei quem era, nem de onde veio, nem tão pouco o nome… Só sei que ele também deve ter uma esposa, namorada, mãe ou irmã que pede a Deus todos os dias para ele voltar bem para casa…