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Uma das primeiras trail fabricadas no Brasil, a Yamaha DT 180 é considerada a responsável por popularizar o off road no país. Assim, tanto foi precursora nas trilhas pelo imenso território nacional que até hoje é facilmente encontrada em encontros, eventos e provas até hoje – já avistar uma nas ruas e em bom estado de conservação é tarefa bem mais difícil.

Yamaha DT 180 ganhou status de lenda das trilhas e sempre conhemos alguém que tem ou que já teve uma

Yamaha DT 180

A Yamaha DT 180 foi lançada em 1981, sucedendo a TT 125, que era uma adaptação da urbana da RX 125 equipada com suspensões elevadas, para-lama alto e outros itens ao uso fora de estrada. A DT, por sua vez, foi concebida especificamente ao uso misto.

Primeira geração surgiu em 1981, substituindo a TT 125

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A DT 180 era inovadora aos padrões da época. Já em sua primeira versão contava com a suspensão traseira monoamortecida do tipo Monocross, muito mais eficiente que o sistema duplamente amortecido presente na TT 125, por exemplo.

Ao longo do tempo motor ganhou apenas pequenas mudanças na carburação

O modelo era movido pelo motor de um cilindro, dois tempos e 176,4 cm³, que desenvolvia 16,6 cv à 8.000 rpm de potência máxima, assim como 1.74 kgf.m a 6.500 rpm de torque. O propulsor simples, durável e robusto para a época logo ganhou boa fama no mercado.

Primeira mudança

A primeira modificação surgiu em 1983. A marca alterou o tubo da balança traseira passando de redondo para o formato retangular, mais resistente. Entretanto, a motocicleta seguia com o sistema elétrico de 6 volts e freios a tambor. Desde esta época o câmbio já era de 6 marchas.

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Com suspensão monocross na traseira e outras evoluções, DT 180 movimentou o mercado. Se tornou a moto mais vendida da Yamaha e ‘forçou’ Honda a lançar a XL 250R

DT 180 N

Mais tarde, em 1985, houve outra evolução. A DT 180 recebe um banho de loja, com novo tanque (de capacidade maior e era agora em formato de Vulcão), painel, grafismos e banco. O farol seguia a tendência da época e ficou retangular. O sistema elétrico passou a ser de 12 volts.

A ‘segunda geração’ da DT 180 tinha visual moderno para a época, com tanque em formato de vulcão e farol quadrado. A ideia era fazer frente às recém-lançadas Agrale (ao menos no design, já que seus 16cv não ameaçavam a concorrente

DT 180 Z

Foi somente no ano de 1988 que a motocicleta finalmente recebeu freio a disco dianteiro. O modelo passou a se chamar DT 180 Z, sigla usada nas top de linha da marca. Desde então, até o fim da produção em 1997, pouca coisa mudou. Uma das alterações ocorreu na suspensão dianteira, que perdeu as regulagens a ar. Além disso, em 1991 foi lançada a evolução da DT 180, a DT 200, sobre a qual falaremos em breve.

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Freio a disco chegou apenas no final da década de 80, da DT 180 Z

Pontos positivos

A fórmula de sucesso da Yamaha DT 180 era o baixo custo de manutenção e mecânica simples. Fatores como este fizeram o modelo onipresente nas trilhas brasileiras – uma espécie de CRF 230F dos anos 1980 e 1990. Vale também ressaltar que a moto encarava muito bem a cidade, graças ao bom desempenho do conjunto nas precárias estradas do país.

Felizes (e poucos) são os proprietários de DT 180 em bom estado de conservação. Tirar o xodó do dono pode custar caro

Pontos negativos

Há o cheiro de nostalgia… Não é um problema (mas sim uma característica), mas vale a pena lembrar que o cheiro de óleo dois tempos toma conta da roupa. Se seu objetivo não for as trilhas, mas sim rodar na cidade, acostume-se a chegar ao local de destino ‘perfumado’ à moda antiga.

A imensa maioria de DT foram afundadas nas trilhas, onde receberam atualizações, outros motores, ‘roupa de CRF’ e muito mais

Alimentado por carburador, o motor não era sinônimo de economia. Quando bem regulado, o consumo ficava na casa dos 18 a 20 km/litro, andando de forma comedida, claro. Além disso, o sistema exigia ajustes periódicos e precisos para não prejudicar o desempenho ou ‘sede’ da moto.

Yamaha DT 180 vale a pena?

A DT 180 foi para muitos a entrada ao mundo off-road. Robusta e durável, ela está até hoje espalhada pelas trilhas Brasil afora. Por isso, se sua intenção é adquirir uma em condições para o uso diário ou passeios de fim de semana, reserve semanas para sua busca e prepare o bolso.

A Yamaha DT 180 é um clássico nacional

 

Um modelo em boas condições mantém atualmente o status de clássica, uma relíquia. Por isso, preços fixos ou tabela são meramente sugestões, deixando o valor a critério do proprietário e entusiasmo do comprador nostálgico.

Mas vamos lá. Segundo a FIPE, o modelo 1990 tem preço médio de R$ 1.625. Já o valor médio cobrado em uma 1997 é de R$ 2.738. Se você encontrar uma DT 180 para venda em bom estado por estes preços, por favor, nos avise

Para saber mais, ver a ficha técnica ou opinar sobre a Yamaha DT 180, acesse o Guia de Motos!

Ficha técnica Yamaha DT 180

Motor
Tipo 2 tempos, 1 cilindro
Cilindrada 176,4 cc
Arrefecimento Ar
Combustível Gasolina
Potência Máxima: 16.70 cv a 7.000 rpm
Torque Máximo: 1.74 kgf.m a 6.500 rpm
Alimentação: Carburador
Partida: Pedal
Transmissão: 6 velocidades
Suspensão e rodas
Suspensão dianteira: Garfo telescópico / 200 mm
Suspensão traseira: Monocross / 150 mm
Chassi: Aço
Pneu Dianteiro: 2,75 – 21 NHS
Pneu Traseiro: 4,10 – 18 NHS
Dimensões e capacidades
Peso a seco: 102 kg
Comprimento: 2105 mm
Largura: 895 mm
Altura do Banco: 860 mm
Distância entre Eixos: 1345 mm
Capacidade do tanque: 9 litros
Preço (FIPE, janeiro de 2021)
1990 R$ 1.625,00
1997 R$ 2.738,00

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza