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Foto: Divulgação SAE

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Sessenta e seis carros Baja SAE, projetados e construídos por estudantes de engenharia, chegam em Piracicaba(SP) no dia 25 para a 16ª Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS. Na competição, que vai até domingo (28), no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo (ECPA), os carros produzidos por 1,2 mil universitários de 57 instituições de ensino do Brasil serão testados por juízes das principais indústrias da mobilidade.

As soluções técnicas para tornar os Baja SAE mais competitivos são as mais variadas e vão desde mudanças criativas na parte mecânica, desenvolvimento de sistemas com facilidade de troca, pesquisa de materiais mais leves até utilização da eletrônica embarcada no controle total do veículo.

Tecnologias – Exemplo são os dois carros da EESC-USP, hexacampeã da competição, que possuem avançado sistema de telemetria, com GPS a bordo, para transmitir em tempo real informações sobre velocidade, rotação do motor, nível de combustível, marcha engatada, nível de lubrificação, desgaste das pastilhas de freio e até se o cinto de segurança está engatado.

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Os bajas da universidade contam, ainda, com sistema de freios do tipo perimetral, suspensão traseira semi-trailling arm. “São projetos extremamente otimizados, por isso estamos com boa expectativa quanto à conquista de um bom resultado, apesar do alto nível da competição torná-la extremamente difícil”, analisa Jackson de Souza Rosa, capitão da equipe ‘Seu Barriga’, que utiliza no carro materiais, como alumínio, titânio, aço cromo molibdênio, fibras de carbono e de vidro.

Outro caso de solução aplicada é o da equipe EEP Baja, formada por 14 alunos da Escola de Engenharia de Piracicaba, que investiu em novos posicionamentos das suspensões do veículo para ganhar estabilidade e melhor tração nas rodas traseiras. A suspensão dianteira do carro é do tipo duplo A, com uso de amortecedores da motocicleta CB 400; e na traseira eixo rígido com braços arrastados e com amortecedores XLS 125, com regulagem de compressão da mola, montada na posição invertida.

O carro de Piracicaba tem painel digital, que permite ao piloto acompanhar, em tempo real, a velocidade, distância percorrida e número de voltas realizadas na prova de enduro. “É um dos melhores carros que já fizemos na faculdade, por isso a expectativa de bom resultado é grande”, diz Diego Henrique Batista, capitão da equipe, que nas últimas competições ficou em 41º lugar na classificação geral.

A equipe Nitro Baja Racing, da Fatec Sorocaba, está confiante na robustez e simplicidade do carro, que possui sistema de transmissão por CVT acoplado a uma caixa com 4 marchas. Projetada na faculdade, a suspensão é independente nas 4 rodas, duplo A, com amortecedores telescópios hidráulicos turbo gás na dianteiro e braço oscilante e na traseira, adição de nitrogênio. O carro pesa 200 kg e atinge velocidade máxima de 52 km/h. “Nosso foco é ter um carro resistente”, diz Thiago Pazinatto, capitão da equipe, que gastou R$ 12 mil no projeto.

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Para disputar a competição, realizada pela SAE BRASIL, as 66 equipes foram desafiadas a projetar, buscar patrocínios e construir carros off-road, para serem testados por especialistas da indústria da mobilidade. Além da avaliação de projeto, por meio de relatórios e apresentação, em Piracicaba, os Baja SAE serão submetidos a testes de tração, aceleração, manobrabilidade, velocidade máxima e um enduro com quatro horas de duração, em pista de terra cheia de obstáculos, na qual os carros são desafiados no aspecto resistência.

Ao final da competição, no domingo, as três instituições que alcançarem as melhores pontuações, na soma geral das provas, ganham o direito de representar o Brasil na Baja SAE Carolina, que será realizada pela SAE International, de 8 a 11 de abril, em Carolina do Sul, nos EUA. A competição internacional reúne mais de 90 equipes de diferentes países. Em 2008, o Brasil se sagrou tetracampeão na competição, realizada no Canadá.

Os Baja SAE são protótipos de estrutura tubular em aço, monopostos, para uso fora-de-estrada, com quatro ou mais rodas e devem ser capazes de transportar pessoas com até 1,90m de altura, pesando até 113,4 kg e motor padrão de 10 HP. Os sistemas de suspensão, transmissão, freios e o próprio chassi são desenvolvidos pelas equipes, que têm, ainda, a tarefa de buscar patrocínio para viabilizar o projeto.