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Foto: DKR Etienne Lavigne o Criador de Dificuldades

Foto: DKR Etienne Lavigne o Criador de Dificuldades

Desde 2001 o francês Etienne Lavigne é o Diretor do Dakar, a pessoa que escolhe e determina os roteiros de cada uma das provas. Para entendê-lo, basta refletir sobre uma das suas frases: “A chave é o espírito dessa prova. Dakar é um estilo de competição, uma experiência de vida. É mais do que apenas um lugar”

Não há duas sem três
Bem diz o ditado popular, essa expressão que se mantém imutável através dos anos e que segue carregando seus exemplos morais, filosóficos e comportamentais. Depois de abandonado pela África em 2008, que não ofereceu os quesitos mínimos de segurança para a realização da prova devido a ameaça terrorista identificada pela inteligência francesa e que resultou no cancelamento daquela edição, o Dakar mudou-se de malas e bagagens para a América do Sul. Aqui, na Argentina e no Chile, foi recebido de braços abertos e nesse terceiro ano sul americano mostra a sua maioridade comum a lista de inscritos recorde. Um terceiro ano de consagração ainda maior sem dúvida, mas um terceiro ano que deixa em aberto o futuro, que até mesmo no Brasil foi cogitado em acontecer.

Quem avisa amigo é
“Essa não é apenas mais uma corrida é A corrida. Bem vindos ao INFERNO” Foi assim que Lavigne começou a apresentação do Dakar para os novos participantes que somam impressionantes 64 estreantes entre as motos, 21 entre os quadriciclos, 50 entre os carros e um entre os caminhões. Foi aplaudido e elogiado pelos veteranos que estão esperando o Dakar mais duro da história com um percurso renovado e que ao ir à fronteira norte do Chile com o Peru promete, na sua segunda metade, todo um deserto do Atacama de desafios. Palavra desse criador de dificuldades, cujo prazer é testar pessoas, máquinas, convicções e crenças populares. Um roteiro que repete pontos marcantes do Dakar 2010 como as dunas brancas de Fiambala, o guadal (areia macia tipo pó, o fesh-fesh do Saara) onipresente e a inesquecível e espetacular chegada em Iquique, na descida que tem 2,3 km de extensão e um gradiente médio de 32%, uma duna impressionante.

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Quem sabe, sabe! Quem não sabe, aprende
A Volkswagen trabalha e aperfeiçoa o seu Race Touareg desde 2005. Suas quatro duplas têm experiência, talento e sabem que para vencer um Dakar é preciso ainda mais, dedicação, espírito de equipe , garra e também uma pitadinha de sorte. Seus adversários não ficaram parados e, à exceção de Mitsubishi do Brasil que traz apenas os carros dos brasileiro Guilherme Spinelli e Marlon Koerich em 2011, os outros vêm com força, como a BMW com sete carros (seis X3 e um inédito Mini 4All), Robby Gordon com dois Hummer aperfeiçoados e um batalhão de buggys tração 4×2 que vão se multiplicando a cada ano.

Com quantos paus se faz uma canoa?
Lavigne ao lado de David Castera o Diretor Esportivo do Dakar, fez todo o reconhecimento e foi construindo o percurso passo a asso. Quatro Amarok serpentearam as regiões pacientemente para colocar o roteiro no papel. À frente o carro Abre Alas vai mostrando o caminho pelos locais previamente escolhidos para assegurar que são transitáveis. Logo atrás, vem o Desenhista sempre em contato de radio com o Abre Alas e que se encarrega de criar todas as notas (guardadas a sete chaves até 30 de dezembro) que vão servir para os concorrentes se localizarem, adaptarem suas velocidades aos perigos e assim por diante. O terceiro veículo dá assistência e supervisão, já que no quarto veículo seguem as equipes da TV francesa e da Eurosport. E assim, como em um passe de mágica, temos o Dakar 2011 com 70% do percurso inédito, pronto para começar no próximo sábado.