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Ranking de venda de motos no 1º semestre de 2014

Ranking de venda de motos no 1º semestre de 2014

Enquanto o mercado de motocicletas vai andando meio de lado, às vezes com um passo adiante e outro passo para trás, como mostram os números da Fenabrave, Federação Nacional das Distribuidoras de veículos, parece que os segmentos de automóveis e de motocicletas resolveram parar de reclamar da dificuldade de crédito e, nos bastidores, buscam uma melhor solução.

E razões para isso não faltam. Basta olhar a queda nas vendas de motos (e de carros também) para perceber que o cenário é feio e pode ficar pior. “Calculamos que neste primeiro semestre perdemos praticamente um mês em dias úteis de trabalho, considerando feriados e a Copa do Mundo”, fala o presidente da entidade, Flávio Meneghetti, considerando nesta conta a realização do Carnaval em março e a Copa do Mundo que, efetivamente, reduz os dias potenciais de venda. “Esses dias não serão recuperados”, argumenta.

“A queda no mercado de motos foi de 4,08% comparando o fechamento do primeiro semestre de 2014 com o de 2013 e o que salva o setor ainda é o sistema de consórcio, pois a retração de crédito é a grande vilã”, complementa. “De cada 10 pedidos de crédito apresentados, apenas 2 são aprovados”, demonstra. Ele explica que esse cenário de dificuldade com crédito dificilmente mudará sem uma mudança importante e que deve partir do Governo, referindo-se ao trabalho de bastidores que está sendo feito.

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Trata-se da capacidade das empresas financeiras recuperarem o bem em prazo mais curto no caso de falta de pagamento pelo consumidor. “Hoje um banco precisa de no mínimo seis meses para conseguir recuperar um bem – carro ou moto – no caso de inadimplência, inclusive com a necessidade de autorização judicial”, explica Meneghetti, evidenciando que isso é prejuízo certo. “Alguém aí conhece um banqueiro que queria perder dinheiro”, brincou?

Flavio Meneghetti, presidente da Fenabrave: trabalho nos bastidores para facilitar acesso ao crédito

Flavio Meneghetti, presidente da Fenabrave: trabalho nos bastidores para facilitar acesso ao crédito

Segundo o dirigente da Fenabrave, as entidades dos setores de carro, moto, bancos e financeiras já levaram esta proposta ao Governo e o assunto está bem adiantado. “Se o Governo conseguir facilitar ao sistema financeiro a retomada do bem em prazo mais curto – um mês, no máximo – e por meios mais simplificados sem a necessidade de envolver o poder judiciário, isso diminuirá o prejuízo e certamente o crédito será concedido de forma mais fácil”, enfatiza. “Claro, isso trará de volta um cenário mais propício às vendas financiadas e consequentemente ao crescimento dos setores de carro e moto”.

Apesar do cenário ainda instável e difícil, as projeções da Fenabrave apontam para um segundo semestre melhor, com 5% de crescimento em relação ao primeiro semestre de 2014, o que representa um volume de 1.477.812 motos. “Sabemos que a movimentação das fábricas com a apresentação de novidades ao mercado mexe com o consumidor e estimula a venda”, explica Meneghetti, dando a dica de que muitas novidades devem ser apresentadas a partir da segunda quinzena de julho. “Todos sabemos que o consumidor compra novidades e a maioria das marcas preferiu deixar tudo para depois da Copa do Mundo. Mas no final do ano, se o setor de motos conseguir empatar em volume de vendas com o ano passado estaremos felizes, pois o adversário nesta fase é muito difícil”, finalizou.

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