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Foto: Bitenca

Foto: Bitenca

Olá. Troquei o escapamento da minha Tornado e por sugestão do mecânico que fez o serviço, coloquei um filtro de ar de espuma. Gostei do resultado. Quando perguntei se precisava banhá-lo em óleo, ele disse que não. Apenas se eu fosse pegar uma estrada com muita poeira era bom pingar umas 4 gotas de óleo 2T para ajudar a filtragem. Esse procedimento é correto? Posso utilizar o filtro de espuma seco? Agradeço desde já.
Rudá, 20, Florianópolis, SC
R: Rudá, eu não sei como começou essa história de usar filtro de espuma seco. Nenhum manual de fabricante que usa esse tipo de filtro como equipamento original indica esse procedimento. O motor vai ter a sua vida comprometida seriamente. As partículas maiores que alguns centésimos de milímetro são retidas pela espuma seca porém, tudo o mais que é a maior parte e que realmente segue suspenso no ar entra pelos dutos passando para dentro do motor. Partículas invisíveis de poeira fina ou ainda o duríssimo silício da areia da sua cidade vão desgastar o carburador, guias de válvulas, pistão, anéis e camisa do cilindro.
O filtro de espuma de poliuretano pode ser considerado como um dos melhores métodos de filtragem do ar para uso em motores e por esse motivo é padrão nas motos e carros de competição no fora-estrada há dezenas de anos. Acontece que as células da espuma não é o que retém a sujeira e sim a tensão superficial do óleo que captura as partículas fazendo com que apenas o ar limpo passe para o outro lado da espuma, então se ela estiver seca a poeira vai batendo no labirinto das cavidades da espuma e invariavelmente encontra saída do outro lado. Qualquer mecânico que tenha aberto um motor desgastado por excesso de poeira fez uma boa nota trocando peças e executando um serviço grande de retífica. Ele pode ter aprendido que se orientar o cliente a usar o filtro de espuma seco a moto vai andar mais e isso é verdade mas então, ele se cala para o resto da história que é o grande serviço de retífica que o cliente vai te fazer em uma próxima visita a sua oficina. Essa orientação é anti-ética e altamente suspeita. Eu mesmo já fui dar bronca em várias oficinas que deram esse tipo de explicação “a moto anda mais” como justificativa para essa prática e recomendei vários amigos a abandonarem essas oficinas.
Para uso com pouca poeira pode-se usar óleo 2t ou o próprio do motor, mas o mais recomendado é o SAE-90 para câmbio de automóvel que por ser mais viscoso retém mais poeira. Molhe a espuma abundantemente e esprema o excesso, mesmo que escorra um pouco pela moto depois de montar, pois a limpeza da moto é fácil e o excesso sai pelo ladrão de água da caixa de ar. Outra boa medida em motos de competição ou muito expostas à poeira é untar com graxa o lado de dentro da caixa de ar, isso aprisiona a poeira que bate nela. Passe graxa nas beiradas da espuma também para que a vedação seja perfeita pelas suas laterais. Lave a espuma e a parte de dentro da caixa quando estiver suja mas refaça a meleca toda a cada troca de óleo para a melhor conservação do seu motor.
O volume de ar que passa pelo filtro deve ser maior que o original para atender a maior vazão do escape esportivo. O filtro de espuma já aumenta a vazão de forma considerável e a densidade (ou viscosidade) do óleo pode ser usado para o ajuste fino para mais ou para menos dessa vazão, então veja qual o tipo de óleo que melhor se adapte ao seu tipo de uso e limpe (com água e sabão lava-louças) com mais ou menos freqüência de acordo com a poeira que você expõe a moto. O filtro muito sujo acaba por entupir as células da espuma e restringe a passagem. Mas sem óleo nunca.
Abraços
Fala Bitenca! Muitíssimo obrigado pelo esclarecimento. Este mecânico estava começando a ganhar minha confiança, os pontos dele acabaram de cair bastante.
Pensando em tudo agora, to com vontade de voltar pro filtro original, pela facilidade da limpeza do mesmo. O desempenho com o original vai ser muito pior, ou seja, vale a pena continuar com o de espuma? E se eu for fazer a troca, tenho que compensar essa diferença de entrada de ar no carburador? Se sim, poderia me explicar brevemente como posso fazer? Agradeço muito novamente, ainda bem que existem pessoas em que ainda podemos confiar hoje em dia… Um abraço!

R: Vale a pena continuar com o de espuma sim, se bem preparado funciona melhor que o original que não aceita limpeza pois os poros entopem após a segunda ou terceira vez que se limpa com ar comprimido.

Corrente faz barulho
Bom dia! Estava visitando e olhando o site como faço todo o dia, e vi o caso do colega com a Titam 150 que falha.Minha XR 200 quando comprei acontecia um problema semelhante, em determinada velocidade e posição do punho ela cortava (geralmente perto dos 100 km/h e não passava disso), achei que fosse carburação mas mesmo ajeitando tudo o problema persistiu.Meu mecânico mandou trocar corrente de comando e esticador da corrente e tcharam no mesmo dia fui a 120 sem engasgos, mas não lembro se a Titan 150 2005 já tem comando no cabeçote.Apesar que segunda sem motivo aparece minha XR voltou a apresentar probllema semelhante, mas começava aos 80 km/h e mal atingia 100 km/h com muita dificuldade, no memso dia vi que o cabo da bala não tava encaixado até o final (como a vela é branca ficou uma marca indicando que antes o cabo estava encaixando cerca de 5 mm a mais antes) mas só hoje consegui testar ela de novo e fui a 100 km/h sem problemas, não tinha pista pra ver se ia mais.Bem vou continuar testando e qualquer evolução eu aviso. Abraço! Ricardo, 22, Porto Alegre RS
Ricardo, realmente esse problema ocorre, mas não sem outro sintoma importante que é o do barulho da corrente de comando folgada. Ela bate nas laterais do cilindro e cabeçote fazendo um barulho inconfundível. Nesse caso os tempos de abertura e fechamento das válvulas ficam alterados e a conseqüência é um funcionamento errático disforme. Pode sim haver a falha que o amigo se refere, mas não desacompanhada do barulho inconfundível. abraços e obrigado.

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