A Harley já teve sua própria CG? Sim, e no Brasil! Relembre esse curioso fato do passado da marca

A mais tradicional marca norte-americana é conhecida pelas suas grandes motos custom/cruiser. Porém, nem sempre foi assim. A Harley já teve sua própria CG? Sim, e no Brasil! Relembre!

Harley já teve sua própria “CG”

Recentemente, a Harley chamou atenção do mundo ao lançar pequenos modelos no exterior, as X 350 e X 440. Entretanto, aqui no Brasil já passamos por um fenômeno parecido, ainda 50 anos antes.

Mais precisamente, a marca norte-americana fabricou e vendeu motos de 125 cilindradas. Isso mesmo, a Harley já teve sua própria “CG”. Essa curiosidade faz parte da conhecida fase em que a (AMF) American Machine and Foundry comprou a empresa, ainda na década de 70.

 AMF, Harley
Em crise nos anos de 1970 e nas mãos da italiana AMF, Harley se via ameaçada pelas grandes vendas das marcas japonesas, assim apostou em modelos de baixa cilindrada – Foto: Arquivo/Motonline

Além de mudar aspectos da produção e reduzir a força de trabalho, a AMF foi responsável por instalar uma “crise de identidade” na marca americana. Por que? A Harley/AMF teve como ideia apostar em uma nova linha de motos de baixa cilindrada.

Assim nasceram modelos como a SS 125, uma quase “CG” da marca. E o modelo foi criado para isso mesmo, rivalizar com as mais recentes novidades, pequenas e acessíveis, das quatro grandes fabricantes japonesas: Honda, Kawasaki, Suzuki e Yamaha.

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Com visual de semelhante a uma Suzuki Intruder 125, Harley SS 125 era isso mesmo: uma moto street de baixa cilindrada com taque em formato de gota e o “requinte” dos emblemas da marca norte-americana – Foto: Arquivo/Motonline

Mais inusitado ainda é pensar que o modelo foi trazido ao Brasil pela montadora Motovi, que importava e montava em Manaus a SS 125, vinda diretamente da Itália. Sim, da Europa, porque a AMF – compradora da Harley – era uma italiana baseada no velho continente!

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Como era a SS 125

Criada pela AMF, fabricada na Itália e montada no Brasil, de norte-americano, o modelo SS 125 tinha apenas os emblemas da Harley. A moto era mais uma que vestia as clássicas listras – marca registrada do período da AMF na marca dos EUA.

De restante, o conjunto logo denunciava as verdadeiras impressões. O modelo estava longe de ser uma grande custom/cruiser da marca. De fato, a moto era uma “CG” da Harley, uma motocicleta street com apenas uma leve influência custom.

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Modelo com motor 2 tempos entrega mais potencia que a concorrência, porém, sofria com a falta de adaptação aos combustíveis nacionais – Foto: Arquivo/Motonline

O conjunto que tinha como destaques o aro dianteiro de 19 polegadas e 18 na traseira. Além disso, a SS 125 1977 entregava cerca de 13 cavalos com seu monocilíndrico. Porém, diga-se de passagem, sofria de falta de “tropicalização” aqui no Brasil.

Ou seja, apesar de entregar mais que os 8 cavalos do motor 4 tempos da Honda CG 125, a unidade 2 tempos da Harley tinha taxa de compressão elevada (10,8:1), que exigia a cara gasolina azul de maior octanagem. Resumo, não se deu bem por aqui.

Honda CG 125
Curiosamente, a moto da marca americana rivalizava em vendas com a primeira CG no Brasil, porém, custava bem mais que o modelos de entrada da empresa japonesa – Foto: Arquivo/Motonline

Outro empecilho da SS 125 foi o seu preço, que era semelhante ao de uma mais requintada Honda ML 125. Resumo da ópera: ainda em 1978 a brasileira Motovi vendeu a linha de montagem em Manaus para – surpresa – a vizinha Honda!

Na mesma época, a marca norte-americana, ou melhor, a AMF, desistiu da ideia dos modelos de baixa cilindrada. Logo mais, em 1981, a marca italiana vendeu a Harley para um grupo de 13 investidores liderados por Vaughn Beals e Willie G. Davidson, nada menos que neto de um dos fundadores!

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Jornalista especializado em cultura e esporte sobre rodas. [email protected]
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