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Falta bom senso, sobram hipocrisia e cinismo nas discussäes sobre a problem tica do trƒnsito em nosso pa¡s.

Qualquer um de n¢s que queira se habilitar a dirigir ‚ for‡ado a uma bateria de exames m‚dicos e de conhecimento das leis vigentes. Quando recebemos a “carta”, para alguns, ou a habilita‡Æo, para outros, sabemos de antemÆo quais as regras que deveremos seguir, sob pena de, na transgressÆo a uma delas, sermos penalizados de acordo com o grau de periculosidade da infra‡Æo.

Claro est  que as chamadas campanhas de conscientiza‡Æo – a educa‡Æo para o trƒnsito – sÆo importantes, mas chega um determinado momento da vida do cidadÆo-motorista em que de nada adiantam, porque ele est  consciente de que pode transgredir as leis, ou porque se indispäe a cumpri-las simplesmente por nÆo concordar com os limites estabelecidos, ou porque acredita na sua total impunidade. Lembremos: nÆo h  impunidade na transgressÆo do trƒnsito, seja porque a transgressÆo ter  seus efeitos mal‚ficos e desumanos imediatos quando ceifa vidas inocentes, seja porque o infrator, de uma forma ou de outra, vir  a ser punido por algum pardal ou coisa do gˆnero que as autoridades foram obrigadas a disseminar por todos os lados para conter a irada inconformidade dos maus motoristas.

Aprendi com os advogados que ningu‚m pode alegar ignorƒncia da lei para se safar de um delito.

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Mais grave de tudo ‚ que os maus motoristas, justamente aqueles que se insurgem contra as leis do trƒnsito, contam com o apoio irrestrito de determinados segmentos da m¡dia, que ao defenderem os recalcitrantes praticam um ato pernicioso para a sociedade, … qual deveriam, por of¡cio mesmo, proteger. Quando nÆo, recebem o aval sempre presente de pol¡ticos demagogos em busca de elei‡Æo, como tem ocorrido em nosso Estado.

Chega …s raias do rid¡culo quando se ouvem determinados agentes do mal vociferando contra a nÆo-existˆncia de avisos pr‚vios denunciando pardais adiante, como se os limites de velocidade nÆo fossem conhecidos de todos. Aprendi com os advogados que ningu‚m pode alegar ignorƒncia da lei para se safar de um delito. No trƒnsito, essa regra parece nÆo valer. Como todos os cidadÆos e cidadÆs de bem, que cumprem as leis porque assim manda a conduta civilizada para uma convivˆncia harmoniosa entre os humanos, prefiro o chamado jocosamente “pardal faturador” ao motorista assassino.

Transcrito do Jornal Zero Hora, Porto Alegre, RS.