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A Honda apresentou seu novo scooter aventureiro nesta semana e o modelo chega às lojas em dezembro, com preço sugerido de R$ 17.490. Saiba tudo sobre ele aqui. Assim, vem rodeado por expectativas por parte da fabricante que espera que ele conquiste o mesmo sucesso que seu irmão ‘on-road’ PCX, com quem compartilha sua plataforma.

Antes de falar do novo scooter Honda, duas observações: Primeira, o nome. Em alguns mercados do exterior ele é chamado de ADV 150, mas por aqui foi batizado apenas de ‘ADV’, sem o numeral. A pronúncia das letras é em português, A D V, diferente do que ocorre com o X-ADV. E segunda: ainda não tivemos a oportunidade de rodar com o modelo, mas listamos aqui cinco motivos pelos quais a novidade atiçou nossa curiosidade.

O ADV acabou de chegar e desperta curiosidades pela sua aventureira – proposta pouco comum para um scooter

5 motivos para querer rodar com o ADV

1) A Honda está jogando alto

Na apresentação para a imprensa a Honda fez questão de mostrar suas expectativas com o novo ADV. A fabricante considerou este ‘o principal lançamento do ano’, num calendário que também contou com a chegada das CB 650R e CBR 650R, assim como com a atualização das CB 500F e CB 500X, por exemplo.

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A meta é alta: Honda quer vender cerca de 12 mil unidades/ano do ADV. Número corresponde a cerca de 1/3 das vendas do líder PCX e a todas do concorrente NMax

Além disso, a Honda do Brasil será a única filial a fabricar o modelo fora da matriz japonesa. Vale lembrar que ele também está disponível em diversos mercados da Ásia, assim como nos Estados Unidos.

Por fim, a aposta de vendas. A expectativa da montadora é emplacar de 10 a 12 mil unidades por ano. A meta é ambiciosa, afinal representa 1/3 do número de emplacamentos do líder isolado PCX, que vendeu 32.582 motos em 2019. Representa, talvez não por coincidência, número próximo ao do concorrente NMax, que emplacou 15.165 unidades no último calendário.

Em vermelho caracterísitcas destacadas do modelo, que o afastam do PCX

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2) Proposta de uso

A Honda parece segura, desacreditando na possibilidade do ADV roubar vendas do PCX. Isso porque, para ela, ele será destinado a um novo público, com necessidades e preferências distintas.

Com a mesma plataforma do PCX (incluindo motor e chassi), ADV promete mandar bem na cidade, com agilidade e economia

De acordo com a marca, é uma moto ‘com identidade e personalidade’ e está ‘pronta para ir além do asfalto’. Desta forma, seu projeto concilia a versatilidade (característica dos scooter e presente aqui em componentes como o completo painel digital e sistema smart key), com sofisticação (notada ‘de cara’ pela inspiração no X-ADV) e maior conforto.

ADV é inspirado no X-ADV, movido pelo motor de dois cilindros e 750 cilindradas

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O resultado disto, na teoria, é um veículo que encara a buraqueira das ruas e está apto a rodar em pequenos trechos de terra sem sofrimento e com muito estilo. Para quem curte o segmento, um scooter para ir aonde o motociclista bem entender, pela cidade, ao trabalho, no supermercado, ao sítio e até para descobrir uma nova cachoeira junto da mata, por exemplo.

3) Economia (ADV tem cunsumo estimado de 50 km/litro)

Como um veículo para uso diário o scooter precisa ser econômico, certo? Certo. Segundo o Instituto de Pesquisas Mauá, o consumo do novo ADV foi de 50,9 km/litro em ciclo urbano e de 34,2 km/litro em velocidade constante de 80 km/h. Já a velocidade máxima aferida durante os testes do modelo foi de 101 km/h reais – ou seja, cerca de 115 km/h no painel.

Segundo testes do Instituto Mauá de Tecnologia, consumo do ADV é de aproximadamente 51 km/l em perímetro urbano

4) Novo ADV: preço

O ADV tem preço sugerido de R$ 17.490. Pode não ser uma bagatela, mas é competitivo se analisarmos o mercado. O Honda PCX, por exemplo, sai por R$ 12.710 na versão CBS e chega aos R$ 14.410 das DLX e Sport, passando pelos R$ 13.990 da ABS. Ou seja, o ADV custa cerca de 20% a mais que o ‘irmão’, nada absurdo. O Yamaha NMax também tem preço sugerido nesta faixa, de R$ 14.990.

Líder de vendas, PCX tem versões entre R$ 12.710 e R$ 14.410, segundo preços sugeridos pela montadora. ADV custa um pouco acima disto

Quem quiser mais potência, precisará desembolsar cerca de R$ 6 mil a mais – valor que pode desmotivar a compra, dependendo do orçamento do cliente. Afinal, o líder Yamaha XMax custa R$ 24.390, mesma faixa de preço em que estava o Honda SH 300i antes de sua promoção. Claro, os valores citados aqui são sugeridos pelas próprias montadoras e não os finais, das concessionárias.

Se o ADV se sai bem na cidade, com satisfatório nível de conforto, e é bem equipado… Vale a pena investir R$ 6 mil a mais apenas para ter mais potência? Qual o resultado dessa equação custo e benefício? Essa é a dúvida que a Honda quer pôr na mente de possíveis compradores.

5) ADV: um scooter off road?

Como os scooter são veículos concebidos para atender demandas iminentemente urbanas, com foco em agilidade e praticidade, todas as propostas ‘fora da caixa’ nos chamam a atenção. É o caso dos maxiscooter esportivos, como o Yamaha TMax e do touring Suzuki Burgman 650. É a sensação causada, também, pelos scooter ‘off-road’.

Não é uma CRF, mas promete encarar uma terrinha

 

Claro que não é uma CRF, né? Ninguém compra um scooter para fazer o Sertões ou completar o Bananalama, mas a ideia de adicionar aventuras fora do asfalto à uma proposta racional e urbana é bastante interessante. Além disso, ela já fez sucesso com o X-ADV – que vendeu mais de 400 unidades em 2019 -, mas aí já estamos falando de um investimento muito maior, na casa dos R$ 70 mil.

A dúvida é: será que o ADV dá conta de andar na terra? Quais os seus limites fora de vias pavimentadas? Ele parece equipado para a missão, afinal tem pneus de uso misto, com 110 mm e 130 mm de largura. Também, conta com guidão quase reto, inspirado nos modelos off road, que facilita uma eventual pilotagem de pé.

Pilotar de pé é uma missão facillitada pelo guidão reto, inspirado nos modelos off road, mas desconfortável se o piloto ter 1,80m ou mais de altura

O destaque, claro, fica a cargo das suspensões com cursos alongados, com 130 mm de curso na dianteira e 120 mm atrás – contra 100 mm e 100 mm do PCX, por exemplo. Além disso, a suspensão traseira é assinada pela Showa, histórica parceira da Honda em projetos de competição, com compressão a gás e com molas que, em tese, evitam que o sistema chegue ao fim de curso.

Uso fora do asfalto deve ter limitações, especialmente graças a abundância de plásticos na parte inferiorda moto. Além disso, escapamento passa sob o motor, ficando vulnerável a pedras e impactos

Porém, estamos falando de um scooter de rodas de liga leve (mais sucetíveis a quebras do que as raiadas) de 14 a 13 polegadas, que talvez sejam engolidas por imperfeições da estrada. Ainda, há abundância de plásticos em possíveis áreas de contato, como atrás da roda dianteira (contornando a parte inferior do chassi) e ao lado do espaço destinados aos pés do piloto, área que tende a sofrer com riscos em pouco tempo.

Para reforçar a ‘imagem off road’, scooter calça pneus de uso misto da Metzeler

Curiosidades à parte, nos resta aguardar para conhecer o desempenho do novo Honda ADV, seja na cidade, na terra ou nas vendas. Para ver a apresentação compelta do modelo (com outras fotos, vídeo, ficha técnica e mais) acesse a reportagem.

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza