Experimente perguntar a qualquer grupo de amigos qual é o time de futebol do milênio. Certamente uma discussão que daria pano para manga poderia varar a madrugada sem que ninguém chegasse a um consenso.
E não é que fizeram esta pergunta no universo das duas rodas? Só que a resposta não foi decidida numa mesa de bar. A árdua tarefa ficou a cargo de um grupo de jornalistas especializados do mundo inteiro, que conferiu o título à Honda CB 750 Four, conhecida no Brasil como Sete-Galo.
Isso mesmo, a Moto do Milênio é japonesa para desespero de americanos, ingleses, alemães, italianos…
Deixando de lado a paixão e o bairrismo, a CB 750 levou o título não por acaso. No ano de 1969, época em que a Honda já era famosa por fabricar motos de baixa cilindrada e baixo custo, o comandante da empresa, Soichiro Honda, resolveu quebrar o paradigma lançando um modelo potente e de porte avantajado.
Estava criada a CB 750 Four, uma máquina que causava espanto por onde passava, graças, principalmente, ao motor de quatro cilindros em linha, de 67 cavalos de potência, alimentados por quatro carburadores.
A moto trazia inovações, como os quatro escapamentos separados e o freio dianteiro a disco, de comando hidráulico e com um disco de alumínio à prova de ferrugem.
Quando surgiu, era um dos modelos mais rápidos do mundo. Apesar dos 218 quilos, chegava a estonteantes – para a época, naturalmente – 192 km/h. O flerte com o arrojo não tardou a encontrar o regaço das pistas. A Honda apostou na 750 Four para disputar competições de motovelocidade internacionais.
As primeiras unidades começaram a chegar ao Brasil no início dos anos 70. A exemplo do que se observara em outros países, logo caiu no gosto dos motociclistas. Veio então o carinhoso apelido de Sete-Galo, alusivo ao jogo do bicho, no qual a dezena 50 corresponde ao galo.