Uma coisa é certa e muitos motociclistas vão concordar: a Honda Falcon nunca chegou a ser unanimidade por aqui. Desde o seu lançamento quando chegou para substituir NX 350 Sahara, muita gente torceu o nariz. Mas, bem ou mal marcou história, e sob seu legado estão a XRE 300 e a nova Sahara 300.
Ela foi lançada em setembro de 1999, perto da virada do milênio. A Honda NX4 Falcon chegou com seu visual mais moderno e sóbrio, para substituir um dos modelos todo terreno mais queridos da Honda, a NX 350 Sahara. A então recém lançada Falcon destacava-se por ter um motor potente e combinar a versatilidade de uma moto todo terreno. Mas o seu visual *Mauricinho, de certa forma pareceu uma provocação aos fãs raiz da Sahara 350, que até então tinha um visual de moto do Rally Dakar – hoje em dia somente Dakar. Segundo a Honda, o desenho da Falcon foi inspirado nas asas de falcão.
*Mauricinho: gíria da época (anos 1990) para os rapazes que usavam sempre o cabelo bem penteado e camisa de botão com gola.
O modelo enfrentou altos e baixos. Mas a Honda Brasil apostou nela. Projetada para atender à demanda por motos todo terreno e ao mesmo tempo dar conta de rodovias, a Falcon trouxe um motor monocilíndrico de 397 cilindradas com 30,6 cv e 3,51 kgf.m de torque, sempre a 6.500 rpm. A ideia da marca era justamente construir um visual para os modelos que viram pela frente. As gerações que chegaram posteriormente da Honda Bros, são um exemplo claro dessa influência.
Características Técnicas e Versatilidade
A Honda Falcon possuía os seguintes atributos:
- Motor: Quatro tempos, 397 cilindradas, arrefecimento a ar com radiador de óleo, alimentado por carburador.
- Suspensão: Garfo telescópico dianteiro e suspensão traseira Pro-Link ajustável.
- Velocidade e Consumo: Velocidade máxima de 140 km/h e consumo médio de 15-18 km/l na cidade e até 21 km/l na estrada.
- Design: Visual moderno, farol integrado e grafismos bem solucionados que destacavam sua presença.
Essas características fizeram da Falcon uma moto ideal tanto para percursos urbanos quanto para terrenos irregulares, consolidando sua popularidade entre motociclistas e forças policiais, como a Rocam em São Paulo.
Era de Ouro e Fama Indesejada
Passa a desconfiança inicial, veio o sucesso. Durante os anos 2000, a Falcon foi a queridinha do mercado, mas sua popularidade também atraiu uma reputação negativa. O modelo se tornou alvo frequente de roubos. Por conta disso acabou ganhando o apelido de “moto de bandido”. Apesar disso, sua resistência e desempenho continuaram a atrair admiradores. O primeiro legado da Falcon reinou muito bem e durou até 2008. O modelo sucumbiu aos limites do Promot 3, sendo substituído pela XRE 300, uma moto mais moderna, já com injeção eletrônica e alinhada aos padrões de despoluição requeridos até então. Entre 1999 e 2008, a Falcon chegou a quase quase 120.000 unidades produzidas.
Segunda Geração: injeção eletrônica
O retorno da Falcon aconteceu em 2012. O visual ficou mais moderno e o motor ganhou injeção eletrônica. O seu nome passou a ser NX 400i Falcon. A modernização trouxe melhorias no consumo e emissões, mas reduziu a potência de 30,6 cv para 28,7 cv. Apesar de pouca diferença, isso gerou críticas e a “nova” Falcon não conseguiu repetir o sucesso que teve na década passada.
Em 2014 chegou a vender 3.575 unidades, segundo dados da Fenabrave. Em 2015 a Honda decidiu que seria hora de encerrar a história da Falcon no Brasil.
Legado da NX4 Falcon
A Honda NX4 Falcon deixou sua marca como uma das motos mais emblemáticas do Brasil, mesmo alguns virando a cara pra ela. Sua confiabilidade, desempenho e design conquistaram fãs que ainda a lembram com carinho. Apesar de desafios como críticas à potência e fama negativa, a Falcon permanece um símbolo de uma era de ouro.
Com tantos nomes retornando, quem sabe a Honda Brasil não esteja estudando um terceiro capítulo para Falcon? Você seria a favor ou não? Deixe nos comentários.
