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A Honda NX Sahara 350 foi lançada no mercado brasileiro em 1989, sucedendo a XLX 350R, que foi a última versão da família XL à venda no país. Versátil, a Sahara era considerada uma 3 em 1, pronta tanto ao uso urbano, como para rodar na estrada ou no off-road.

NX 350 Sahara, um clássico brasileiro. Aposentada há mais de 20 anos, a Sahara 350 é procurada até hoje por quem busca versatilidade

Honda Sahara 350

A NX 350 Sahara foi mais um modelo inspirado nas motos de competição do Dakar e permaneceu no mercado até 1999, sendo substituída pelo modelo NX4 Falcon. Ela trouxe consigo uma série de pequenas evoluções em comparação com sua antecessora. A primeira delas era a partida elétrica, eliminando os dolorosos “contras” que o pedal dava aos donos do antigo modelo.

XLX 350R, a antecessora da Sahara

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Outra novidade foi a posição do paralama logo acima da roda dianteira. Assim, as incômodas ‘balançadas’ da peça, provocadas pelo vento em velocidades elevadas, foram eliminadas. Além disso, o modelo recebeu uma pequena carenagem, proporcionando melhor proteção aerodinâmica e reforçando a aptidão estradeira do modelo.

A NX4 Falcon, ou Falcon 400, chegou em 1999 para substituir a Sahara 350

Motor com boa cavalaria

A Sahara era equipada com motor de quatro tempos, monocilíndrico, de exatos 339 cm³, que desenvolvia potência máxima de 31,5 cv a 7.500 rpm e torque máximo de 3,13 kgf.m a 6.500 rpm. O câmbio era de 6 velocidades. Uma das maiores qualidade do propulsor era sua grande faixa de utilização, pois podia-se acelerar em última marcha praticamente desde os 3.000 rpm até a faixa vermelha, aos 8.500 rpm.

Paralama baixo e carenagem eram características do novo modelo, quase inovador na proposta de uso mistro entre cidade, campo e rodovia

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Os números de potência e torque, aliás, acabaram por gerar fama positiva ao modelo. Isso porque são superiores aos da substituta Falcon, que gerava 30,6 cv em sua primeira geração. Já a renascida NX 400i Falcon, lançada em 2013 já com injeção eletrônica e o mesmo motor, rendia ‘apenas’ 28,7 cv. O maior pico de torque era da Falcon produzida entre 1999 e 2008, de 3,51 kgf.m a 6.000 rpm.

Sahara 350: velocidade máxima e consumo

Apesar dos bons números da ficha técnica, a NX 350 não apresentava dados regulares, nem excepcionais tampouco decepcionantes. A Sahara 350 atingia uma velocidade máxima de quase 138 km/h reais (cerca de 155 km/h no painel analógico) e seu consumo médio na cidade de 20,3 km/litro. Veja mais números no teste do Motonline.

Sahara encarava o uso na cidade e tinha vocação como estradeira

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Para a sua época, a moto agradava aos consumidores pela relativa economia. Tudo isso alinhado a uma posição de pilotagem que proporcionava muito conforto e maneabilldade. Mesmo condutores com menos de 1,70 m de altura precisavam apenas esticar um pouco as pontas dos pés para tocar o chão.

Pontos positivos

Novidade na Sahara, a carenagem oferece uma proteção parcial contra o vento, o frio e a chuva, melhorando o conforto em longas viagens. A pavimentação das ruas brasileiras não é exatamente um tapete e nesse aspecto a moto ganha pontos com suspensões de longo curso (215 mm na dianteira e 200 mm na traseira) e os benefícios do mono amortecimento central (Pro-Link) na traseira.

Modelo contemplando a paisagem durante teste realizado em 1993

A suspensão, um pouco macia para fora-de-estrada, absorve bem as irregularidades do tipo costelas. Mas atenção, ela chega a bater no fim do curso em saltos ou buracos mais exigentes. Lembre-se que o modelo não foi feito para uso extremo. Além disso, sua vocação estradeira é reforçada e lembrada pelo pequeno, mas útil, bagageiro na rabeta.

Via de regra, o material utilizado na fabricação da NX 350 era de excelente qualidade e durabilidade. Desde o cabo de embreagem, jogo de ferramentas, sistema de transmissão (corrente, coroa e pinhão), borrachas e plásticos, tudo era digno de moto top de linha na sua época.

Pontos negativos

A carenagem e o pouco esterçamento do guidão dificultam as manobras em baixa velocidade. Problema notado principalmente quando o piloto encontra cavas, ou corredores de galhos, entre as árvores. Além disso, acima dos 140 km (de velocímetro) a frente acusa certa oscilação. É o suficiente para o condutor lembrar que trata-se de uma moto de uso misto e não uma esportiva.

Sahara 350 em teste no início dos anos 1990

Atenção também à manutenção. O modelo não tem luz do óleo, desta forma é preciso analisar esse item com cuidado e periodicidade. A Sahara costuma apresentar vazamento característico de óleo pelo respiro, que aparece quando ligada com motor frio e inclinada. Ou seja, uma questão do projeto do motor. Ah, o painel também não tem marcador de combustível.

Mais uma vez aqui em nosso review, onde já falamos de modelos como XR 250 Tornado e XT 600E, nos deparamos com um banco duro. O assento é liso e reto, o que deveria ter sido trabalhado antes de seu lançamento – especialmente dada a vocação estradeira do modelo. Além disso, o freio a lona na traseira não tem funcionamento exemplar e a vibração característica do motor pode incomodar em uso mais longo.

Vale a pena uma Sahara 350?

A Sahara encara com facilidade os obstáculos da cidade e também pode garantir conforto e desempenho para viagens de final de semana. Entretanto, o modelo já partiu do mercado a mais de 20 anos! Portanto, a dificuldade de encontrar peças e os elevados preços de itens originais podem pesar negativamente na escolha.

Outra dificuldade é encontrar uma unidade em boas condições de conservação. Quando isso acontece, seu preço geralmente está bem elevado, se distanciando do sugerido pela Tabela FIPE. Apesar disso, para se ter um parâmetro, a FIPE avalia o modelo 1990 em R$ 3.451. Já o preço médio de uma 1999 é de R$ 6.691. Para saber mais, ver a ficha técnica ou opinar sobre a Honda NX 350 Sahara, acesse o Guia de Motos!

Ficha técnica Honda NX 350 Sahara

Motor
Tipo 4 tempos, 1 cilindro
Cilindrada 339
Arrefecimento Ar
Combustível Gasolina
Potência Máxima: 31.50 cv a 7500 rpm
Torque Máximo: 3.10 kgf a 6500 rpm
Alimentação: Carburador
Partida: Elétrica
Transmissão: 6 marchas
Suspensão e rodas
Suspensão dianteira: Garfo Telescópico, curso de 215 mm
Suspensão traseira: Mono-amortecedor Pro-Link,curso de 200 mm
Chassi: Aço
Pneu Dianteiro: 2.00 – 21 51R
Pneu Traseiro: 4.60 – 17 62R
Dimensões e capacidades
Peso a seco: 114 kg
Comprimento: 2089 mm
Largura: 815 mm
Altura do Banco: 835 mm
Distância entre Eixos: 1395 mm
Capacidade do tanque: 14 litros
Preço (FIPE, dezembro de 2020)
1990: R$ 3.451,00
1999: R$ 6.691,00

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza