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Nem só de motores a combustão viveu o Salão Duas Rodas de 2019. Como sempre acontece, várias empresas apresentaram soluções voltadas para o assunto da moda, a tal da mobilidade urbana. Dentre todas, um chamou a atenção tanto pelos produtos apresentados quanto pela operação que a empresa deseja implantar no Brasil. A Horwin, uma jovem empresa chinesa fundada em 2014, quer fabricar e vender suas motos, bicicletas e patinetes no mercado brasileiro. Isso mesmo, fabricar e vender!

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A Horwin CR6 Pro: motor elétrico e câmbio de 5 marchas

A Horwin CR6 Pro: motor elétrico e câmbio de 5 marchas

Ao contrário de todos os outros que por aqui já aportaram para achar distribuidores dispostos a comprar e vender no Brasil motos e outros produtos elétricos assemelhados, a Horwin faz questão de frisar que seu projeto é outro. “Já estamos desenvolvendo nosso modelo de negócios no Brasil há mais de 2 anos e no primeiro trimestre de 2020 pretendemos oficializar onde será a base de nossa operação e nossa fábrica”, fala Wendsor Zhou, CEO da Horwin em inglês fluente.

Zhou conta que a decisão pelo local da fábrica está entre Uberaba (MG) e Manaus (AM), onde estão praticamente todas as fábricas de motos do Brasil, além de vários fornecedores. “Recebemos de Uberaba uma boa oferta para instalarmos nossa fábrica, mas reconhecemos que Manaus, apesar de muito mais longe, apresenta vantagens importantes”, reconhece Zhou. “Ainda não decidimos”, complementa. O executivo adiantou que as motos já estão em processo de homologação no Brasil.

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CEO da Horwin, Wendsor Zhou, está otimista: "Brasil tem enorme potencial"

CEO da Horwin, Wendsor Zhou, está otimista: “Brasil tem enorme potencial”

Para justificar a ousada operação da Horwin para o Brasil, Zhou explica que o plano da empresa está apoiado no enorme potencial de negócios do mercado brasileiro, a exemplo do que já está sendo feito na Europa. Com sede na Alemanha, um centro de pesquisa e desenvolvimento na Áustria e a fábrica na província de Jiangsu (China), a Horwin informa que vende seus produtos em mais de 40 países, inclusive na Europa, “onde há enorme potencial igual ao Brasil”, fala. Na China, a empresa vendeu em 2018 2,5 milhões de unidades de seus produtos, enquanto que no mercado internacional foram cerca de 10 mil unidades.

Motos elétricas Horwin

A Horwin pretende fabricar no Brasil 2 modelos de motocicletas elétricas e um scooter, todos equipados com baterias de íons de litio e que foram recentemente apresentados no EICMA (Salão de Milão), cujas características são as seguintes:

  • CR6 Pro – Motocicleta com motor elétrico e câmbio de cinco marchas, igual a qualquer moto com motor a combustão interna. A bateria é oferece 55 Ah, com autonomia média de 150 km e capacidade de atingir 95 km/h de velocidade máxima. O tempo de recarga é de 3 horas
  • CR6 – É a mesma moto, só que com câmbio CVT
  • SK3 – Este é um scooter elétrico com capacidade para rodar em média 160 km e alcança velocidade de 90 km/h. Tem freios CBS e sua recarga pode ser feita também em 3 horas.
O scooter SK3, apresentado no EICMA, mas que não chegou por aqui ainda

O scooter SK3, apresentado no EICMA, mas que não chegou por aqui ainda

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Wendsor Zhou explica que o scooter SK3 receberá alguns ajustes para o mercado brasileiro, como rodas maiores e suspensões mais firmes para enfrentarem as ruas cheias de imperfeições. O modelo de vendas e distribuição será híbrido, um misto de B2C e B2B, com vendas diretas por internet e lojas no modelo tradicional. Zhou finaliza a conversa informando que a empresa já está em contato com alguns fornecedores e grupos empresariais locais para reforçar a estratégia e poder expandir seus negócios no Brasil.

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Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.