Há exatos 12 meses estivemos na Itália de onde trouxemos a informação de que uma nova marca de motos estava prestes a operar no mercado brasileiro. A SWM Motorcycle (Speedy Works Motors) possuía planos a curto prazo com o País e a ideia era trazer apresentar a nova marca e as motos no Salão Duas Rodas do ano passado. Porém, os dois modelos escolhidos – Silver Vase e Gran Milano, uma scrambler e uma cafe racer, respectivamente – nunca chegaram e, desde então, não houve qualquer movimentação ou informação oficial sobre o assunto. Até agora.
Nesta semana, a esperança de que a fabricante italiana virá ao Brasil foi renovada. Segundo a própria SWM, a operação foi totalmente replanejada e uma nova importadora será responsável por trazer as motos da Itália para o País, substituindo a SU Trade: a Muteki. A empresa tem sede em São Paulo e experiência no segmento de peças de reposição para motocicletas, representando marcas como Vesrah, Potenza, Hiflo Filtro, JT Sprockets, MWR, RK e Matris. A troca de importadora implicou na mudança do modelo de negócio, estratégia de mercado e áreas de atuação. Ou seja, a vida da SWM se manteve, mas de resto tudo mudou.
SWM: saem as clássicas, entram as off-road
A parceria entre Muteki e SWM começou a tomar forma durante o Salão Duas Rodas 2017, quando a italiana visitou o estande da importadora. A empresa brasileira já tinha planos de passar a vender motocicletas por aqui e buscava uma marca com objetivos mais modestos para o Brasil, “uma operação de menor porte”, segundo o representante da Muteki, Sérgio Costa. “Em menos de 30 minutos de conversa já pude perceber que a moto tinha história e um bom DNA. Ali mesmo nos comprometemos em representar a marca”, relembra Costa.
Com uma nova representante, outra estratégia surgiu. A Muteki entendeu que seria mais interessante iniciar as operações no Brasil com três modelos dedicados ao uso fora de estrada e, assim, trouxe a RS300R, RS500R Enduro e a Superdual T, motos que, segundo a empresa, já estão à venda no País. “Temos outra importação programada para julho, e então traremos os modelos SM500R, Superdual X e a Grand Milano 440“, informa Sérgio Costa. A apresentação oficial dos três primeiros modelos acontecerá durante o Salão Moto Brasil, que ocorrerá no Rio de Janeiro, de 25 a 27 de maio. Os preços das motos ainda não foram divulgados.
No início, vendas sem lojas
Talvez você nunca tenha visto uma SWM rodando ou em vitrines por aqui (nós também não), mas, segundo a Muteki, as primeiras unidades ‘já estão à venda’. É provável que o motivo das motocicletas não terem sido flagradas em solo verde e amarelo seja a opção dos envolvidos de não montar lojas da SWM aqui. “Em um primeiro momento não haverá lojas próprias. As motocicletas serão vendidas em pontos de vendas. A assistência técnica fica com a Target Race em São Paulo e no interior com a Motonil. Os preços de revisões serão fechados. Um ponto importante é que somos importadores de peças e se não deixamos faltar peças para as motos de outras montadoras, quanto menos para a marca que representamos” garante o diretor da Muteki, deixando clara a intenção da importadora em realizar um bom serviço de pós-venda.
Investimento no Enduro
Para provar a qualidade, desempenho e resistência de seus produtos, a SWM terá uma equipe de enduro para disputar as principais competições no Brasil. A marca levará suas motos aos circuitos de enduro para mostrar ao mercado a qualidade de motos como RS300R e RS500R Enduro. “No que se tratar de off-road, sempre estaremos presentes nos campeonatos de Enduro da CBM”, afirma Sérgio Costa, revelando inclusive que a empresa também tem a “intenção de colocar dois modelos para fazer o Rally dos Sertões”.
Aliás, a SWM fez fama em competições off-road mundo afora nos anos 1970, mas sucumbiu à uma crise e encerrou suas atividades na década seguinte. A empresa retomou a fabricação de motos cerca de 30 anos depois, em 2014, pelas mãos do empresário chinês Daxing Gong (presidente do grupo Shineray) e do engenheiro italiano Ampelio Macchi, atual CEO da companhia.
SWM: objetivo modesto
Antes que você pergunte, a SWM não pretende montar uma fábrica no Brasil no curto prazo. Segundo a importadora, as motocicletas serão trazidas da Itália com a expectativa de comercializar aproximadamente 100 motos por ano, um objetivo bem modesto. “Não temos expectativas de criar uma unidade industrial no Brasil e a SWM da Itália não está nos pressionando para isso”, afirma Sérgio.
Apesar de não revelar os preços de lançamento das motos, Sérgio Costa lamenta a alta carga tributária brasileira. “Todos os modelos têm a incidência de 35% de IPI, e isso faz com que as motos cheguem com preços altos quando comparados com as motos montadas aqui no Brasil”. Para ele, o desafio será o desconhecimento da marca, mas acredita que por serem motos de nicho bem específico, os potenciais compradores das SWM são pessoas que gostam de exclusividade e estes construirão a reputação da marca em função do desempenho das motos. “Nosso sucesso virá aos poucos e temos muito trabalho pela frente”, finaliza.
FICHA TÉCNICA SWM RS 300 R, RS 500 R e Superdual |
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RS 300 R | RS 500 R | SUPERDUAL | |
SEGMENTO |
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Enduro | Enduro | On-Off-Road | |
MOTOR |
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Tipo | Um cilindro, 4 tempos, DOHC, 4 válvulas | ||
Cilindrada | 297,6 | 501 | 600 |
Taxa de Compressão | 12,9:1 | 12,4:1 | |
Diâmetro x Curso | 55 mm x 83 mm | 67,5 mm x 97 mm | 76,5 mm x 100 mm |
Potência Máxima | Não declarado | 54,3 cv | |
Torque máximo | Não declarado | 5,4 kgf.m (6.500 rpm) | |
Arrefecimento | Líquido, com 2 radiadores de água | ||
Sistema de Ignição | Eletrônica | ||
Embreagem | Úmida, multi disco | ||
Câmbio | 6 marchas | ||
Alimentação | Injeção eletrônica, corpo do acelerador de 42 mm | Injeção eletrônica, corpo do acelerador de 45 mm | |
Partida | Elétrica | ||
DIMENSÕES |
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Distância entre eixos | 1.485 mm | 1.510 mm | |
Comprimento total | 2.240 mm | ||
Altura do solo | 300 mm | 180 mm | |
Largura | 820 mm | 905 mm | |
Altura | 1.285 mm | 1.385 mm | |
Altura do assento | 955 mm | 890 mm | |
Peso em ordem de marcha (sem combustível) | 111 kg | 116 kg | 169 kg |
Capacidade do Tanque | 7,5 litros | 18 litros | |
Capacidade de óleo | 1,8 litro | ||
Homologação | EURO 4 | ||
CHASSI, FREIOS E SUSPENSÕES |
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Chassi | Monotrave, com tubos de aço de alta resistência | ||
Suspensão dianteira | Kayaba, garfo hidráulico, de 48mm, com 295 mm de curso | Fast Ace, invertida, ajustável, de 45 mm, com 210 mm de curso | |
Suspensão traseira | Kayaba, progressiva, com sistema Soft Damp, mono-amortecida, com ajustes de pré-carga, 296 mm de curso | Sachs, progressiva, com sistema Soft Damp, mono-amortecida, com ajustes de pré-carga, 270 mm de curso | |
Freio dianteiro | Brembo, disco hidráulico com 260 mm | Brambo, disco hidráulico com 300 mm, sistema ABS | |
Freio traseiro | Brembo, disco hidráulico com 240 mm | Brambo, disco hidráulico com 220 mm, sistema ABS desligável | |
Pneu dianteiro | 90 / 90 x 21” – MICHELIN – COMPETITION IV | 110 / 80 X 19” – METZELER TOURANCE | |
Pneu traseiro | 140 / 80 x 18” – MICHELIN – COMPETITION IV | 140 / 80 x 17” – METZELER TOURANCE | |
Bateria | 12V – 6,3 Ah | 12V – 12Ah |