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Houve um tempo em que fazer trilha era o esporte antes do esporte. Como? Simples…. Quando surgiram as primeiras motinhos com mais curso de suspensão e pneus “biscoito”, surgiram também os desbravadores, que pegavam estas motos em grupo e saíam fora das estradas para se meterem no meio do mato, subindo morros, cruzando rios, procurando novos e alternativos caminhos.

Esse esporte ganhou o nome de “trilha” e daí a surgir o enduro foi um passinho fácil, tornando a trilha uma competição. Hoje e sempre, fazer trilha ou enduro ainda é o mais popular e barato de todos os esportes com motos. Os anos passaram, os cabelos escassearam e esbranquiçaram, as motos evoluíram muito e as trilhas rarearam e ficaram cada vez mais longe das cidades. A única coisa que não mudou foi o grande prazer que fazer trilha ainda proporciona aos seus praticantes.

Um destes jovens desbravadores de antigamente (todos continuam jovens ainda hoje porque nunca pararam de fazer trilha – esse é o segredo da juventude) postou em sua fan page no Facebook um relato relevante sobre este prazer travestido de esporte chamado trilha. Confira.

“Tornou-se fácil andar só nas trilhas conhecidas (ainda mais este ano em que a ausência de chuvas pouco ou nada as modificou). Mas aventurar-se numa trilha em que a gente não sabe aonde vai parar pode ser complicado.

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O que vamos encontrar pela frente? Descida íngreme sem volta? Um rio? Um lamaçal? Uma cerca? Um sítio com cães de guarda? Uma “casa da luz vermelha”? Acredite, tudo isso já aconteceu comigo.

Saímos num pequeno grupo domingo passado com espírito fuçador e muita paciência. Dispensamos tecnologia. Lembro-me que certa vez um amigo levou um GPS para melhor nos guiar, mas talvez pelo desconhecimento em operá-lo, o danado insistia em nos mostrar apenas onde estavam a terra e o céu…

Nestas investidas para desbravamento, prepare-se para descer da moto e andar muito. Mês passado desbravamos uma variante de uma antiga trilha que terminava numa descida radical de uns 20 metros de terra preta com raízes de árvores expostas e muitas pedras que impossibilitava o retorno. Primeiro fizemos o percurso a pé, confirmamos a saída, para depois descer com as motos.

Demorou mais de hora, mas valeu a pena. De tanto fuçar, encontramos o que poderia ser uma trilha inédita: percorremos uns 200 metros até que de repente o rastro sumiu: a nossa frente uma mata densa e alta. Voltamos frustrados, mas para não perder o dia, restauramos uma trilha antiga e abandonada. A foto que postei é da trilha, com vários degraus formados pela água pluvial.

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Para maior diversão, invertemos o sentido: em vez de descê-la como antigamente, subimos, aumentando o grau de dificuldade. Estes dias de pouca chuva e sol forte minam rapidamente nossa energia. O esforço para superar a trilha quase ferveu o radiador das motos (e o nosso também)!

Ao final podemos batizar a trilha. Só não vale o nome da sogra, do cunhado, do cachorro do vizinho!
E essa, com certeza, será a “Trilha da Escadaria”! Abraço!

Zé Luiz TRAIL é bom “dimais” da conta, com os amigos Paulo Embraer, Demétrius e Lucas.

Publicado no Facebook no dia 4/11/14 e republicado no Motonline com autorização prévia de José Terwak

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