Esta é mais uma daquelas histórias de um motociclista aventureiro que resolve fazer um pausa em sua rotina para realizar aquilo que mais o faz feliz: andar de moto. Os personagens desta trama são Evaristo Gouvêa e sua Yamaha Crypton 2003, que percorreram juntos nada menos do que 10.750 km ao longo de 90 dias, passando pelos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
A viagem aconteceu no primeiro trimestre de 2016 e acabou rendendo um livro, ‘Viajando de Crypton’, primeira publicação de Evaristo. Para esta trip, o motociclista deixou sua Yamaha XJ6 e preferiu rodar com a cub de 100 cc, partindo de Cataguases (MG). “Eu queria fazer algo diferente, e esse meu sonho tinha de ser feito numa moto dessas pequenas. Gosto da Crypton e ela foi comprada exclusivamente para esta pequena jornada”, contou o aventureiro.
Viajando de Crypton por 10 mil quilômetros e 90 dias
Para encarar o desafio, que incluiria estradas de terra, pedras, asfalto e pontes, a Crypton 2003 teve seu banco partido ao meio (para não ter de tirar a bagagem durante os abastecimentos) e a suspensão dianteira aumentada em 25 mm, além de receber coloquei GPS, carregador de celular e dois velocímetro digitais de bicicleta – afinal a ideia era não passar dos 90 km/h, segundo Evaristo. Juntos, piloto e a CUB subiram serras e desceram montanhas, visitaram praias e picos, mares e lagos, cavernas e grutas, cânions e trilhas…
“Uma vez li o livro “Fernão Capelo Gaivota”, de Richard Bach, que falava da liberdade, da criatividade e da evolução, de sair da inércia e de se colocar livre para a vida, de tentar algo diferente. E saindo da inércia, indo um pouco mais longe, viajando de Crypton, encontrei com muitas pessoas se aventurando pelas estradas desse nosso país maravilhoso. Pessoas se aventurando pela primeira vez ou pela enésima vez nas estradas de terra, nas escaladas, nas trilhas, nas cavalgadas, nos passeios de barco, nos veleiros cruzando o litoral, nas rodovias, se superando e se surpreendendo com este nosso planeta azul, descobrindo caminhos e oportunidades inimagináveis”, contou Evaristo, deixando um tom poético que deve permear seu livro.
Evaristo anda de moto desde seus 15 anos, quando rodava pela sua região com uma Yamaha DT 180 vermelha. Desde então, o amor pelo motociclismo nunca apagou e por muito tempo nutriu o sonho de uma longa viagem, uma aventura que se estendesse por meses e fosse conduzida por uma motocicleta. Para ser exatos, foram 15 anos esperando e planejando. “Quando parti para essa viagem do livro o objetivo era a américa do sul mas faltou grana. Esperei até ter tudo que precisava parti para a viagem, já com o objetivo de desenvolver o livro”.
Uma curiosidade de toda esta história, é que Evaristo não tinha definido um roteiro até o momento em que pegou a estrada. “A única cidade com destino certo foi quando sai de Cataguases para Conceição do Ibitipoca (MG), distrito de Lima Duarte, onde tem o Parque Estadual do Ibitipoca. Dai em diante fui pegando informações e dicas de cidades com o pessoal que eu encontrava, pedindo informações sobre cachoeiras , grutas, vales, montanhas, ou olhava na internet algo na região para visitar. Foi assim que cruzei Minas Gerais, entrei em São Paulo, fui ao Rio de Janeiro, voltei a Minas, entrei novamente em são Paulo e segui. Como não tinha itinerário certo acabei conhecendo lugares fantásticos, como o Poço das Esmeraldas, as cachoeiras de Maringa de Minas e a Caverna do Diabo em Eldorado (SP, locais realmente incríveis”.
Como obter o livro
“Viajando de Crypton” é uma publicação do tipo brochura, tamanho 16 x 23, costurado e prensado, com 280 páginas. O livro através da página da viagem no Facebook ou no Instagram, através de depósito bancário e posterior envio pelos Correios. Em breve, também estará disponível para compra em site exclusivo do lançamento.
Àqueles que podem vir a se inspirar com a história, Evaristo tem um recado. “Viaje, pelo menos uma vez na vida. Seja de moto, de carro, de trem, a pé, de bicicleta, mas viaje, e para bem longe. Você descobrirá que longe é só um lugar perto daquilo que você só imaginava. Conhecer lugares é espetacular e saber que não somos o centro da vida é fascinante. Uma das melhores terapias – se não for a melhor – é viajar sem destino, por ai, para sabermos o quão pequenos nós somos, participando, se enriquecendo sem perder os nosso princípios e se fortalecendo ao que a vida nos oferece. Mas cuidado, você jamais será o mesmo na volta. E não tem retorno”.