Acabo de receber mais um comunicado sobre outra promoção para ajudar a vender mais motocicletas Harley-Davidson. Dessa vez as condições especiais são para a Roadster e a Softail Slim. Mas o assunto desta nota não é a oferta, mas a mecânica das motocicletas Harley-Davidson.
Vou falar de uma outra ação que a Harley-Davidson tem feito, cujo objetivo é claramente renovar sua imagem, do mesmo jeito que faz com a renovação de sua linha de motocicletas nos últimos anos. Estou falando de cursos rápidos de mecânica das novas motos Harley-Davidson. Sim, para todos os mecânicos e técnicos de sua rede de concessionárias e também para nós, jornalistas.
Mecânica de verdade
Coincidentemente, um pouco antes do curso que participei em março deste ano, pude avaliar a Fat Boy 2018 e claramente foi bem mais fácil entender a evolução da moto em relação à sua antecessora sobre uma boa base técnica, recebida no curso. Por isso a Harley-Davidson, utilizando a parceria que a empresa tem com o Senai-SP, onde são realizados todos os treinamentos técnicos da rede de concessionárias Harley-Davidson de todo o Brasil, promove rápidos treinamentos técnicos sobre suas novas motocicletas. Por enquanto, apenas para jornalistas.
Segundo Flávio Villaça, gerente de marketing da Harley-Davidson, o objetivo da empresa com estas ações é proporcionar conhecimento técnico através da prática, onde é possível ver as mudanças nas motocicletas e entender melhor a importância de cada aperfeiçoamento. “A Harley-Davidson oferece cursos especiais para a imprensa com o objetivo de transmitir conhecimento técnico e aprofundado sobre as motocicletas da marca. Além disso, a experiência do treinamento no BTF (Brazilian Training Facilities) no SENAI Ipiranga, em São Paulo, espaço 100% voltado ao ensino, oferece uma parte importante baseada na prática, com ações de montagem e desmontagem de itens e acessórios dos modelos H-D”, afirma Villaça.
Participei por três vezes destes treinamentos – um ainda na própria sede da empresa em São Paulo e outros dois já na unidade do Senai-SP. Apesar de não ter grande habilidade para mecânica, a primeira lição que este tipo de treinamento me proporcionou é que sem a ferramenta correta não se deve mexer na moto, sob pena de danificar ao invés de reparar. Mais que isso, se o o ambiente não for adequado e você não tiver a literatura de apoio disponível (manuais e desenhos descritivos), nem pense em se aventurar no maravilhoso mundo da graxa e das ferramentas pesadas. Aliás, quanto mais sofisticada for a moto, mais séria é esta recomendação.
É claro que os cursos não aprofundam nenhum tema, mas me colocou frente-a-frente com situações do dia-a-dia da oficina para diagnosticar, confirmar o diagnóstico e realizar o reparo (ou troca de componente) na moto. E no meio do processo acaba sendo absorvido conhecimento sobre várias partes da nova moto e surgem explicações sobre porque determinado componente mudou de lugar para outro menos acessível em função de uma pequena mudança de chassi, por exemplo.
E com isso passa a se entender também um pouco como funciona um projeto de melhoria numa motocicleta, onde engenheiros e projetistas precisam implantar aperfeiçoamentos sem comprometer algo que funciona bem e aí surgem as soluções de cada marca para cada moto. Claro que não dá para descrever aqui tudo o que vi e aprendi no curso de mecânica Harley-Davidson que tive no Senai-SP, mas fica claro que seria ótimo para mim e para os consumidores poder receber esse tipo de informação de todas as marcas e de todas as motos novas, porque ficaria mais fácil explicar e entender cada mudança. Fica aí a boa ideia para todas as outras marcas.