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Depois de quase dois anos em queda e sem qualquer sinalização de que poderia melhorar, o mercado de motos brasileiro poderá voltar a sentir o sabor do crescimento a partir dos próximos meses. De acordo com os dados de vendas divulgados pela Abraciclo (associação que reúne os fabricantes de motos) e Fenabrave (que reúne os distribuidores de veículos), no primeiro trimestre de 2017 foram produzidas 231.381 motocicletas, o que representa uma leve alta de 1,6% frente às 227.626 unidades fabricadas no mesmo período de 2016.

Quando se compara o emplacamento de motos em março deste ano (82.416 motos) com o mês anterior (60.090), nota-se o expressivo crescimento de 37,2%. No atacado (fabricante para distribuidores), esse aumento foi menor, chegando a 22,4%. No entanto, mais do que este aumento expressivo, o que pode voltar a dar sustentação e crescimento ao setor de motos são outros números.

 

Pagamento

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O CDC (Crédito Direto ao Consumidor) volta a crescer, enquanto o consórcio cai: mais dinheiro na praça

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Produção

Produção

Crescimento da produção mostra que níveis de estoque voltaram a patamares normais: venda maior, produção maior

Trimestre

Trimestre

Produção no trimestre também foi ligeiramente maior

Motorização

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Motocicletas com motores "maiores" - acima de 160 cc - aumentam a produção: falta estímulo na base, crédito para quem precisa

Scooter

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Mercado brasileiro começa a amadurecer e percebe que scooter é a melhor solução para mobilidade urbana individual

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Varejo

Varejo

Só motos com motores entre 160 cc e 450 cc tiveram aumento nas vendas: maior potencial de crescimento

Atacado

Atacado

Estoques dos distribuidores também caiu; demanda reprimida

 

O primeiro deles é o volume de venda diária, que ficou em 3.603 unidades, 13,2% acima da apresentada em fevereiro (3.184), mas ainda abaixo do mesmo mês do ano anterior (3.954). Outro dado é o crescimento da participação do segmento scooter no total das vendas no atacado, com 74% de aumento em relação ao primeiro trimestre de 2016. Quando se analisa o mercado por tamanho do motor, nota-se também um incremento significativo nas vendas de motos acima de 160 cc.

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No campo do crédito, o volume de financiamentos também volta a crescer, enquanto o de consórcio cai. Este é outro fator que mostra que as instituições de crédito começam a liberar dinheiro com mais facilidade, sobretudo depois do convênio firmado entre a Caixa Econômica Federal e a Abraciclo para a criação de linhas de financiamento para motocicletas. “Apesar deste convênio ter sido firmado principalmente para motos maiores, talvez esta reversão indique que outras instituições financeiras também decidiram abrir seus cofres”, explica Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.

Empresas associadas à Abraciclo representam 97% das motos produzidas, importadas e vendidas no Brasil

Empresas associadas à Abraciclo representam 97% das motos produzidas, importadas e vendidas no Brasil

Mesmo com esta pequena melhora, o setor de motos segue cauteloso e mantém a projeção de alcançar o mesmo volume de venda de 2016, chegando perto das 900 mil unidades. “Se conseguirmos estabilizar nossa venda diária perto de 4.000 motos, chegaremos ao final de 2017 com um volume total perto de 950.000 unidades emplacadas”, projetou Fermanian, “o que não é o ideal, mas já seria a retomada do crescimento”, complementou.Separador_motos

Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.