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Texto de Marcelo Bartholomei ([email protected])

A Copa do Mundo poderá influir no mercado de motocicletas? Para alguns comerciantes a resposta é não, mas outros admitem que a concorrência é grande nessa época de Copa do Mundo.

Só cabe um parcela na renda

Só cabe um parcela na renda

“O mercado de duas rodas não se deixa influenciar por alegrias passageiras”, opina o ex-piloto de motovelocidade e dono de duas revendas Yamaha, Santo Feltrin, 53 anos. “O cliente ainda procura comprar uma motocicleta para escapar do trânsito ou como uma ferramenta de trabalho, e isso é mais importante e imperioso”, diz o dono da Feltrin Motos, há 25 anos no mercado.

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O trabalho de algumas autorizadas chega a ser minucioso. Envolve desde o mapeamento de regiões da cidade até pesquisas por classe social, como é o caso da revenda citada. “Às vezes o cidadão daquele mercadinho minúsculo e escondido tem um ótimo potencial de compra, mas nem sabe que poderia adquirir uma moto para facilitar sua vida ou seu negócio”, diz o comerciante, revelando a estratégia de vendas da empresa.

“Nós ‘caçamos’ esses clientes e trabalhamos no sentido de oferecer um veiculo prático e barato, que ele nunca imaginou ter”. Sobre outras ações – como facilidades no financiamento e créditos, cerca de 85% das motos vendidas em sua concessionária são usando alguma modalidade de crédito. Outras concessionárias, como a rede autorizada Universo Honda, com lojas na Moóca, Piraporinha e Diadema, oferecem promoções e cupons para participar de concursos, além de garantia estendida a três anos e óleo grátis em mais de cinco revisões – uma forma de fidelizar o proprietário.

Motos de maior porte e importadas são adquiridas por um outro tipo de consumidor – mais experiente, exigente, endinheirado e que já conhece bem o produto. Esse tipo é bem diferente do consumidor que busca a moto para o uso diário, geralmente de pequena cilindrada. Mas as pequenas lideram com folga o mercado de duas rodas, com mais de 70% de participação.

A concorrência no segmento continua brava e muitas vezes inusitada. Na rede de revendedores Honda Monte Leone, que tem nada menos que cinco pontos de venda em São Paulo e no Interior, o gerente geral Alex Goes, 31 anos, concorda que a compra de uma moto pequena é sempre uma decisão muito racional, mas revela que muita gente está “trocando” a moto por uma TV nova. “Descobrimos que uma TV nova é a maior concorrente da CG 125″, ri o empresário.

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