Publicidade

Apesar do número positivo o setor deve fechar o ano com faturamento abaixo do registrado em 2008

Os números do mercado brasileiro de motocicletas indicam um aumento de 7% nas vendas no segundo trimestre de 2009, em comparação com os três primeiros meses do ano. Os dados, divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), mostram que, de janeiro a março, o setor faturou, para o mercado interno, 309.630 unidades, contra 422.338 no período de abril a junho, o que representa um aumento de 36% no 2ª trimestre.

–O balanço demonstra que os efeitos da redução da COFINS estão surtindo efeito– , diz Paulo Shuiti Takeuchi, presidente da Abraciclo.

A recuperação projetada pelo presidente para o segundo semestre tem como base o aquecimento do mercado previsto para o período e medidas negociadas com o governo, como a prorrogação da COFINS e da isenção da taxa SUFRAMA.

Publicidade

Outra medida – já anunciada – é a linha de crédito de R$100 milhões realizada pelo Codefat – Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador -, exclusiva para financiamento de motos através da Caixa Econômica Federal. Com a verba, que deve estar disponível para o público a partir de agosto, o consumidor do setor duas rodas terá maior facilidade na aprovação de crédito, além de 100% do valor do veículo financiado.

–Os motofretistas poderão comprar sem entrada. A procura pela aquisição de motocicletas continuou intensa durante todo esse período. O que afetaram as vendas foram as exigências para a aprovação de crédito e a necessidade de uma parte do valor de entrada, dificuldades oriundas da crise–, afirma Paulo Takeuchi.

Projeções
Segundo o presidente da Abraciclo, neste segundo semestre as vendas devem ser 20% superiores às registradas nos primeiros seis meses do ano, porém na projeção anual estima-se que as vendas devam ser 10% menores do que as de 2008.

Produção e Exportação
Antes da crise a produção das fábricas do setor duas rodas estava altíssima, batendo a casa das 200 mil unidades por mês. Com muito estoque e a queda nas vendas, as fábricas reduziram as montagens, que tiveram, no acumulado do semestre, uma queda de 38% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já se considerarmos a produção de maio de 2009, os números mostram um equilíbrio: apenas 3,4% a menos do que em junho.

Publicidade

Já as exportações foram as mais afetadas. No acumulado do semestre, as vendas para o mercado externo apresentaram queda de 50%, em comparação com os seis primeiros meses de 2008 – de 57.467 unidades para 28.539. No comparativo mês a mês, as exportações tiveram ligeiro aumento em junho: 3,7% a mais do que em maio.