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O que é felicidade para você? Foi essa pergunta que aguçou o motociclista Marcello Garutti a fazer uma busca pelo ‘Brasil real’, um país de dimensões continentais e realidades discrepantes, numa experiência onde a superficialidade cedeu lugar ao envolvimento. O paulista percorreu 16 estados brasileiros numa viagem de 8.500 quilômetros, conversou com centenas de pessoas sobre o que as faz feliz, numa espécie de exercício antropológico sobre duas rodas, e registrou tudo em fotografias que acabaram criando a exposição “As caras do Brasil”.

Viagem percorreu mais de 8.500 quilômetros, cruzando 16 estados do País. Para conhecer o 'Brasil real', trip trocou rodovias por estradas secundárias, cruzando cidades e vilarejos

Viagem percorreu mais de 8.500 quilômetros, cruzando 16 estados do País. Para conhecer o ‘Brasil real’, trip trocou rodovias por estradas secundárias, cruzando cidades e vilarejos

A mostra fotográfica pode ser conferida no Santana Parque Shopping (em São Paulo, capital) até o dia 02 de março. A visitação gratuita ocorre de segunda a sábado das 10h às 22h e das 12h às 20h em domingos e feriados. A exposição ocupa 40 m² no segundo pavimento do centro de compras, com uma série de painéis registrando em imagens e textos curtos os conceitos de felicidade captados durante a viagem que foi realizada ao longo de 50 dias no final de 2014 e início de 2015.

O que é felicidade para você? Resultados de respostas a essa pergunta podem ser conferidos na exposição 'As caras do Brasil', que acontece em São Paulo até o dia 02 de março

O que é felicidade para você? Resultados de respostas a essa pergunta podem ser conferidos na exposição ‘As caras do Brasil’, que acontece em São Paulo até o dia 02 de março

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Acesse o site oficial da exposição, clicando aqui.

– Veja fotos da exposição ‘As caras do Brasil’:

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– Bastidores da viagem:

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Entrevista com o motociclista Marcello Garutti

Motociclista desde cedo, o paulista Marcello Garutti, de 36 anos, é publicitário e sócio-diretor da Pict Estúdio. Viagem foi em busca de viver a diversidade do Brasil

Motociclista desde cedo, o paulista Marcello Garutti, de 36 anos, é publicitário e sócio-diretor da Pict Estúdio. Viagem foi em busca de viver a diversidade do Brasil

1 – Como tudo começou?

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Ando de moto desde sempre e viajo desde os anos 2000, e já tive a oportunidade de conhecer vários estados do Brasil e outros países da América do Sul, como Uruguai, Peru, Argentina, Chile e Bolívia. E sempre tive vontade de conhecer nosso país numa visão mais humana, mais próxima de como o Brasil e os brasileiros realmente são.

2 – E o roteiro da viagem, como foi?

Fiz em duas partes, a primeira com a esposa e fotógrafa Marta Lopez Guellie e depois com o amigo Fabiano Kenzo e sua BMW F 800 GS – eu sempre rodando em minha BMW G 1200 GS.  Fizemos o caminho por estradas paralelas, em lugares não convencionais e 75% em estrada de terra, para fugir das rodovias expressas e saber como realmente são as cidades e as vidas das pessoas. Assim, passamos por RS, SC, PR, SP, MG, MS, GO, TO, BA, PI, PE, CE, MA, PA, AP, PI.

3 – O que te motivou a criar a exposição?

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Aquela era uma época em que muita gente no País tinha saído da pobreza, recebeu acesso a crédito e acabou conquistando novas coisas. Não só bens materiais, mas também coisas como ter um filho na escola, ter acesso à agua em casa ou luz. Então isso me chamou a atenção e eu queria saber o impacto desse avanço em cidadania na prática, como isso tocou a vida das pessoas.

4 – Então, o que é felicidade para o brasileiro?

Ouvi mais de 300 pessoas durante a viagem e a imensa maioria foi muito receptiva, fez questão de responder. Interessante é que para a maioria das pessoas felicidade tem a ver com questões emocionais e não materiais, como fatores veiculados à saúde, família, proximidade de filhos… e isso mexe um pouco com a gente, porque você volta pra casa pensando na ganância de algumas pessoas e como isso é diretamente proporcional ao lugar onde elas estão inseridas.

No roteiro, sete parques nacionais em seis estados do Brasil. Na lembrança, memórias que ficarão para sempre

No roteiro, sete parques nacionais em seis estados do Brasil. Na lembrança, memórias que ficarão para sempre

5 – Foi uma experiência voltada ao humano, num exercício de conhecer as pessoas com proximidade e sensibilidade. Como as descobertas tocaram você?

Foi um grande crescimento pessoal. É impressionante o tamanho do País e a discrepância da realidade das pessoas que vivem aqui e a distância de como a gente acaba se dirigindo ao brasileiro – como se fosse uma pessoa só, não entendo definições, opiniões políticas de cada um. Pude absorver várias realidades que o Brasil tem e vivenciar a diferença entre ver de fora uma comunidade e a conhecer de verdade, conhecer de ouvir falar ou de entrar na casa do cara e tomar o café dele, aquele que está na sua mesa todos os dias.

6 – E o que o público pode esperar da exposição?

Se ver como parte de cada uma daquelas pessoas que estão fotografadas. É um contato com as diferenças, que estão dentro do Brasil e distante de nós, um contraste de realidades. Também, um reflexão sobre suas certezas em relação ao seu próprio país.

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Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza