Motos podem salvar vidas? Sem dúvida, os apaixonados pelas duas rodas se sentem melhor montados em uma motocicleta. No entanto, elas podem ser muito mais que um remédio recreativo. Conheça o Riders for Health, que mostra que a cura pelas motos vai muito além da espiritual.
Riders for Health – Motos podem salvar vidas?
Por mais de 30 anos, os ‘pilotos da saúde’ do Riders for Health fornecem transporte adequado para profissionais da medicina. Tudo isso, em algumas das regiões mais pobres e de difícil acesso da África. Lugares onde os cidadãos muitas vezes se encontram sem os cuidados básicos, que muitos de nós consideramos aqui como garantidos.
Nestes recantos, estradas pavimentadas, postos de gasolina e centros de serviços são um luxo raro. Mas só podem chegar a estes lugares quem tiver acesso a um transporte motorizado, coisa que 70% da população rural da África não tem.
Outra questão é que metade das pessoas nos países em desenvolvimento vivem a mais de cinco milhas (8 km) de uma unidade de saúde. Se parece uma longa caminhada para quem está saudável, imagine para quem está doente. Nesse cenário, uma ambulância quebrada ou mesmo a falta dela é desolador.
Barry e Andrea Coleman e o ex-piloto de GP Randy Mamola viram de perto esse problema ainda no final da década de 80. Enquanto trabalhavam para arrecadar fundos, os fundadores do Riders for Health, se depararam repetidamente com veículos destinados à prestação de serviços de saúde descartados e quebrados. Faltava algum tipo de ação.
Yamaha AG 200 – A moto que leva saúde
Segundo os criadores do Riders for Health, a carência na área de transportes era um dos obstáculos para melhorar a saúde no mundo em desenvolvimento. Por isso, eles criaram iniciativas especificamente para superar esse desafio.
Como eram pessoas que passaram a vida inteira em torno das motocicletas, eles reconheceram logo de início a relação custo-benefício e a durabilidade desse tipo de transporte. Logo então, viram que a Yamaha AG 200 tinha potencial real.
O modelo da japonesa é uma moto fabricada para uso agrícola, militar e, claro, humanitário. O modelo tem motor monocilíndrico de 196 cm³, de 4 tempos em suas versões mais recentes. Uma máquina que entrega potência de 15 cv e tem visual semelhante a nossa velha conhecida DT 180.
Com o tempo, a AG 200 se tornou um ótimo veículo de transporte, para a entrega de suprimentos médicos para comunidades rurais. Logo em 2012, a entidade dos Riders já mobilizava profissionais de saúde em oito países africanos.
A organização mantinha mais de mil veículos e empregava 300 funcionários locais. Seus parceiros variam em tamanho, desde as Nações Unidas até os ministérios nacionais da saúde e pequenas organizações comunitárias.
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Os pilotos da saúde mantém a raiz
Em 2016 a organização fechou seu escritório no Reino Unido. Mas o Riders for Health continua a funcionar, gerido por funcionários africanos nos países onde opera. Os fundadores Andrea Coleman e Randy Mamola criaram então mais uma entidade, a Two Wheels for Life, que opera na mesma função.
Embora o Riders tenha crescido ao longo dos anos, nunca perdeu de vista suas raízes no motociclismo. A organização administra ambulâncias de quatro rodas e SUVs. Mas as motos ainda representam grande parcela do total de seus veículos, mais da metade são de AG 200.
Recentemente, a Yamaha anunciou uma nova parceria de três anos com o Riders for Health. Além disso, nos próximos meses, antes do início do rali Africa Eco Race, a fabricante e os Riders, em cooperação com o Two Wheels for Life, vão lançar novas atividades para angariar fundos.