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Ela foi a primeira marca a inaugurar uma fábrica no Brasil e também a responsável pela primeira moto totalmente nacional, a RD 50, no distante ano de 1974. É claro que estamos falando das motos Yamaha.

De lá para cá a marca dos diapasões emplacou uma série de sucessos por aqui. Democratizou o acesso ao off road com a DT 180, fez o público nacional voar baixo com a RD 350 e nos deu o gostinho de curtir máquinas como as R1 e Super Ténéré 1200. Isto sem falar nas nacionais, como as bem sucedidas Factor, Fazer 250, Crosser e Lander.

motos yamaha - mt 03 660

Nem todas as motos Yamaha trilharam o caminho do sucesso. A MT-03 660, por exemplo, ficou nas lojas um ano, teve apenas 3 mil unidades vendidas e então desapareceu

Motos Yamaha que não deram certo no Brasil

Porém, nem todas as motos Yamaha foram fenômenos de vendas. Algumas chegaram e saíram de produção tão rápido que praticamente nos esquecemos delas. Já outras ficaram nas lojas por anos, mas venderam tão pouco que logo viraram peças de colecionador.

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motos yamaha - xt 225

A XT 225 tinha a dura missão de substituir um dos maiores sucessos da Yamaha (a linha DT) e ainda encarava belas concorrentes da Honda. Tinha tudo para dar errado… e deu

Relebrando a história de uma das principais fabricantes do nosso mercado vamos apresentar aqui motos Yamaha que, por diferentes motivos, não emplacaram com o consumidor brasileiro.

Motos Yamaha que não fizeram sucesso no Brasil

Modelo Ano
1 R1-M 2016
2 MT 03 660cc 2008
3 XT 225 1996 a 2006
4 Majesty 250 1998
5 TRX 850 1997
6 TDR 180 1988 a 1993

Veja também:

 

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1 – R-1 M, uma máquina dos sonhos

A superbike R1 da Yamaha teve uma vida longa no Brasil, mas um fim abrupto. O modelo desembarcou por aqui em 1998 e permaneceu nas lojas até 2015 (já como modelo 2016), ano em que também estava disponível a recém-lançada R1-M. Então, sem qualquer cerimônia, todas as versões saíram de linha.

A R1M era o suprassumo da esportividade quando surgiu, porém desapareceu das concessionárias ainda no mesmo ano, sem qualquer explicação

A M era a versão topo de linha da família, inspirada no protótipo da marca na MotoGP, a M1. Tinha motor de 998 cm³ e 200 cv, suspensões Öhlins na frente e atrás e mais alguns mimos. Tudo sobre menos de 190 kg. Atualmente o modelo tem até carenagem em fibra de carbono, porém, não está mais entre nós.

 

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2 – MT-03 660 teve sucesso póstumo

Van Gogh é um dos artistas plásticos mais conceituados do século XIX, mas vendeu apenas um quadro em vida. Hoje adorada, com boa procura no mercado de usadas e base para os mais criativos projetos, a MT-03 660 teve uma história similar no Brasil.

A MT-03 660 tinha um design pouco convencional, assim como sua proposta. Porém, o conjunto equipado com motor de 48 cv e 5,9 kgf.m não foi páreo para convencer o público diante de outas 600 mais potentes

Isto porque a naked com motor de um cilindro da XT 660R não emplacou por aqui em vida, somente após deixar as concessionárias. Nas lojas apenas como modelo 2008, emplacou cerca de 3 mil unidades.

Se antes foi devorada por outras 600 (como as Hornet, Bandit e Yamaha FZ6), hoje é reconhecida pela experiência única na pilotagem, design atemporal e bom torque. Mas agora é tarde demais. Veja o review do modelo aqui.

 

3 – A XT 225 tentou, mas não emplacou

Apesar de seus atributos, os números de venda fizeram da XT 225 um patinho feio da Yamaha em um nicho onde a marca tem histórico de sucesso, o das trail médias. O modelo chegou ao Brasil em 1997 com a dura missão de substituir as bem-sucedidas DT 180 e DT 200 e de quebra ainda encarou uma concorrência acirrada.

xt é uma das motos yamaha

A XT 225 tinha um conjunto leve e de bom desempenho, mas que não conseguiu fazer páreo à XR 250 Tornado. Em alguns anos a Honda vendia quase 10 XR para cada XT da Yamaha

Sua popularidade jamais decolou diante da Honda XR 200, modelo global da concorrente, e a situação ficou ainda mais delicada em 2001, quando chegou a XR 250 Tornado. A partir de então a Honda passou a vender quase 10 Tornado para cada 225, obrigando a marca dos diapasões a lançar um novo produto à altura da rival. E foi assim que a XTZ 250 Lander veio ao mundo, em 2006.

Motor de 224 cm³ e 19 cv segue vivo, hoje equipando a off road TT-R 230

Apesar de sucumbir às concorrentes, a XT 225 tinha suas qualidades. Leve e robusta, era movida por um eficiente motor de 19 cv de potência a 8.000 rpm e 1,8 kgf.m de torque a 7.000 rpm. Também tinha partida elétrica, item de luxo no Brasil dos anos 1990. Mais tarde, ela emprestaria seu motor (chassi e muito mais) para a criação da Yamaha TT-R 230, voltada ao uso off-road e que segue até hoje em produção.

 

4 – Motos Yamaha que não deram certo: Majesty 250

Se fosse lançado hoje, o scooter Majesty 250 poderia fazer sucesso. Era um dos principais modelos globais da Yamaha no fim dos anos 1990, tinha visual moderno, banco confortável, boa proteção aerodinâmica e motor monocilídrinco de 20 cv e 2,3 kgf.m de torque.

motos yamaha - scooter 250 majesty

Pela proposta e porte, o Masjety é uma espécie de avô do XMax 250. Porém, veio ao nosso mercado quando ainda não queríamos saber de scooter

Porém, veio cedo demais. Entre o final dos anos 1990 e início dos 2000 o brasileiro ainda não estava aberto a ouvir a proposta dos scooter, fosse um belo Majesty ou um pequeno Jog 50, por mais que a fabricante insistisse em lhe deixar no catálogo. Saiu de linha no mesmo ano em que entrou, 1998.

 

5 – Motos Yamaha que você nunca viu: TRX 850

No final dos anos 1990, as fabricantes japonesas investiram em esportivas semi-carenadas. Eram motos grandes, potentes, com design atual (à época, claro) e que deixavam o motor exposto ao passo em que ofereciam alguma proteção aerodinâmica. Entre as marcas que entraram na brincadeira estavam Honda, Suzuki e a Yamaha.

motos yamaha desconhecidas - trx 850

Design agressivo, chassi exposto, esportividade. Nada disso convenceu o brasileiro a comprar a TRX 850, que chegou e foi embora do país no mesmo ano

Foi neste contexto que surgiu a TRX 850, trazida ao país em 1997. Tinha motor de dois cilindros em linha, de 849 cm³, DOHC e arrefecimento a líquido. Alimentado por um único carburador, gerava 80 cv e uma pilotagem esportiva. À venda apenas durante um ano, fez companhia a ‘prima’ Yamaha TDM 850, à venda entre 1993 e 2001.

 

6 – A TDR 180 tinha tudo para ser um sucesso, mas não rolou

A DT 180 escreveu seu nome na história como sendo um dos maiores sucessos da indústria motociclística no Brasil. Lançada em 1981, logo surpreendeu pela aptidão ao uso na terra, com boa potência e baixo peso (aos padrões da época), e acabou democratizando o acesso ao off road no país, até então exclusividade de quem podia comprar motos importadas. E foi um sucesso duradouro, pois resistiu até o final da era de motores 2T, já no ano 2000, com a DT 200R.

motos yamaha que não emplacaram - tdr 180

A TDR 180 era uma versão mais refinada do sucesso de vendas DT, mas ficou longe de alcançar os números da irmã. Hoje é peça de colecionador

Embalada pelo notável sucesso da sua on off road, a marca decidiu criar uma versão mais voltada ao asfalto, com pegada fun bike. Era a TDR 180. Além do motor 2 cv mais potente (então, com 18 cv), tinha carenagem frontal e visual exclusivo, mais refinado. Tinha tudo para ser outro sucesso, mas o público não gostou. Saiu de linha com cinco ano de mercado e poucas unidades nas ruas.

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza