A Mottu chega a 100 mil usuários e consolida sua posição como uma das principais plataformas de aluguel de motos para entregadores no Brasil e no México. Com cinco anos de operação, a startup alcançou a marca de 100 mil veículos locados, ao mesmo tempo em que atingiu um faturamento anual recorrente de R$ 1 bilhão e obteve geração de caixa positiva.
Mottu chega a 100 mil usuários e mira expansão internacional
O feito marca não apenas um crescimento operacional expressivo, mas também um sinal de amadurecimento do modelo de negócios adotado pela empresa.
A conquista representa um marco importante para a empresa, cujo modelo inicialmente enfrentava resistência no mercado financeiro tradicional. Em entrevista recente ao site Pipeline-Valor Econômico, o fundador, Rubens Zanelatto, revelou que a Mottu passou de uma ideia ousada a um player respeitado no ecossistema de mobilidade urbana, especialmente no nicho de entregas rápidas. A startup agora explora novas frentes, como a oferta de microcrédito, e estuda expandir sua atuação para além das fronteiras latino-americanas.
O cenário atual da Mottu inclui presença em 120 cidades e projeção de alcançar 160 até o meio do ano. A empresa também testou a introdução de motos elétricas, mas optou por manter o foco em modelos a combustão com tecnologia indiana, considerados mais eficientes e econômicos para o seu público-alvo.
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A trajetória da Mottu
A trajetória até a marca de 100 mil usuários foi construída com base em um modelo operacional voltado para a segurança do ativo e a viabilidade econômica para entregadores autônomos.
A empresa desenvolveu uma estrutura de monitoramento por telemetria, com sensores instalados nas motos ainda na fábrica, o que permite rastreamento constante e controle de manutenção. Além disso, a exigência de um depósito caução ajuda a reduzir inadimplência e proteger o patrimônio.
Outro diferencial foi o uso intensivo de capital por meio de emissões de dívida para aquisição dos veículos, reduzindo a dependência de aportes de risco e atraindo grandes instituições financeiras. Recentemente, a empresa emitiu R$ 400 milhões em debêntures, com demanda acima do esperado, coordenada por bancos como XP, BV, Itaú BBA, Santander e Bradesco BBI.
Entrada da Mottu no mercado de crédito
A entrada da Mottu no setor de crédito marca um novo capítulo na trajetória da empresa. Com autorização do Banco Central para operar como sociedade de crédito, a companhia iniciou um projeto-piloto voltado para microcrédito. O objetivo é oferecer apoio financeiro tanto para a locação dos veículos quanto para despesas pessoais dos clientes.
Segundo Zanelatto, a relação de confiança construída com os usuários — em sua maioria de baixa renda e historicamente excluídos do sistema financeiro tradicional — é o pilar dessa nova frente. A empresa estuda, inclusive, o lançamento de um produto na linha “buy now, pay later” (compre agora, pague depois), o que pode ampliar ainda mais seu impacto social e comercial.
Planos de expansão da Mottu
A empresa já atua no México e estuda a entrada em outros seis mercados internacionais fora da América Latina. A meta é transformar a Mottu em uma operação global, com foco em países onde o uso de motocicletas como meio de trabalho e transporte é relevante. A expectativa é que a nova fase da expansão internacional tenha início ainda no próximo trimestre.
Internamente, a Mottu segue fortalecendo sua base no Brasil, com planos de ampliar sua cobertura para mais 40 cidades nos próximos meses. Embora tenha considerado ampliar a frota com veículos elétricos, a empresa optou por manter o foco nos modelos a combustão, citando maior autonomia e menor custo de manutenção como fatores decisivos.