Nesta semana o mundo celebrou o Dia Internacional da Mulher, lembrado em 8 de março. Aproveitamos a data para fazer um breve raio-X da participação feminina no mercado de motos do Brasil, mostrando quem são as mulheres motociclistas do país e alguns de seus principais números.
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Mulheres motociclistas no Brasil
Segundo a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), citando dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), houve uma invasão de mulheres motociclistas no nosso mercado. O número de habilitadas para conduzir motos subiu de pouco mais de 4 milhões em 2011 para mais de 7,8 milhões em novembro de 2020. Ou seja, aconteceu um salto de 96% em nove anos.
Para o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, o crescente número de mulheres motociclistas gera interesse das fabricantes neste promissor nicho. “É um público exigente. Por isso, o mercado precisa estar atento às suas necessidades. Hoje vemos um número crescente de mulheres que têm nas motocicletas sua fonte de renda, especialmente no cenário atual, em que os serviços de delivery passaram a ter grande papel social o que, consequentemente, deu às motocicletas mais protagonismo nas ruas e avenidas”, diz.
Por que elas pilotam?
O número de mulheres que têm nas motos uma fonte de renda cresceu, como lembrado pelo presidente da Abraciclo. O total delas que busca mais praticidade no dia a dia, economia para as tarefas rotineiras e liberdade para passeios e aventuras também, mas podem haver mais fatores a serem considerados nesta equação.
De acordo com um estudo sobre a mobilidade e as mulheres, desenvolvido pela Younder (empresa de treinamentos corporativos voltados à mobilidade) em parceria com o Instituto Mobih, as mulheres procuram ter seus próprios veículos também para manter a sua privacidade e segurança, evitando transportes coletivos. Além disso, em 55% das residências em que há apenas um carro o veículo fica com o homem, levando a mulher a encontrar formas alternativas de locomoção.
Scooter ainda é ‘moto de mulher’ ?
Mas se por um lado elas estão andando mais de moto, por outro estão indo menos às concessionárias. A participação feminina na compra de motos novas caiu de 35% em 2017 para 28% em 2019. Vale lembrar que em números absolutos essa participação cresceu – junto do mercado, claro -, passando de 285.510 motos para 303.688 unidades no mesmo período.
Além disso, elas também estão trocando de categoria. Quando as Cub começaram a ganhar espaço no Brasil, logo modelos como a Biz ganharam fama de serem ‘motos de mulher‘, afinal elas eram imensa maioria na condução dessas motos leves, práticas e econômicas. A mesma imagem foi projetada aos scooter, automáticos e funcionais.
Porém, novamente, há novidade. As mulheres motociclistas estão comprando menos Cub e, também, uma fração menor dos Scooter. Se em 2012 mais de 70% das Cub eram compradas por mulheres, em 2019 o número caiu para 65%. No mesmo período, sua participação na aquisição de Scooter caiu de 43% para 34%. Os números são da Abraciclo.