A marca de luxo italiana MV Agusta pode ter sua propriedade mudando de dono em breve. Isso porque, os mais recentes proprietários, do grupo da KTM, devem deixar a marca. Entenda mais detalhes dessa história.
MV Agusta e KTM
Recentemente, o grupo da marca austríaca KTM anunciou o iniciou um processo de reestruturação legal, uma recuperação judicial. O pedido foi apresentado em novembro, com o objetivo de concluir o processo de reorganização junto aos credores, no prazo de 90 dias.
Entretanto, o Pierer Mobility Group (PMG), que possui a referida KTM, também é dono de marcas como Husqvarna e GasGas. Além disso, mais recentemente, os austríacos concluíram a aquisição de uma participação controladora de 50,1% da italiana MV Agusta.
No entanto, como a situação financeira da KTM se deteriorou, a empresa teria decidido se desfazer da MV. De acordo com a publicação indiana “Hindustan Times”, as operações de produção da MV serão devolvidas à fábrica de Varese da empresa italiana – até março de 2025.
Além disso, a agência italiana “GPOne.com” relata que a razão para a venda da marca MV Agusta não é apenas reduzir os custos operacionais da KTM, mas também trazer mais capital para as contas da empresa.
Por fim, o desinteresse da KTM pela MV surge apenas nove meses depois que a marca austríaca adquiriu a participação controladora da italiana. Contudo, até o momento, nada foi oficialmente confirmado pelo grupo Pierer Mobility Group.
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O “karma” financeiro da MV Agusta
Se a KTM vender novamente a MV será apenas mais uma das recentes e repentinas mudanças de proprietário da marca. Em resumo, a fabricante de motocicletas de Varese, Itália, tem histórico financeiro conturbado e desta forma já passou por várias mãos.
A história da MV Agusta começou em 1907, com o Conde Giovanni Agusta fundando a marca como uma empresa aeronáutica, em Palermo. A primeira moto veio somente em 1945. Contudo, foi a partir da década de 1960 que a empresa iniciou sua fama de vencedora de corridas.
Porém, logo em 1973 a MV foi vendida da família Agusta para a “EFIM”, um conglomerado detido pelo governo italiano que, logo em 1977, decidiu-se fazer uma pausa na parte de motociclismo. Desta forma, a empresa ficaria quase 15 anos parada no box.
Assim, a marca renasceu somente em 1991 pelas mãos de Claudio Castiglioni, um entusiasta de motos que ressuscitou marcas italianas. Filho de Giovanni, um dos três fundadores da Cagiva (Castiglioni, Giovanni e Varese), em ele adquiriu a MV.
Anos mais tarde, problemas financeiros abalaram o grupo Cagiva e o Sr. Castiglioni vendeu sua parte na marca MV para uma empresa malaia de automóveis, a Proton. Em 2005, os malaios decidiram passar a marca italiana adiante, para a holding financeira italiana GEVI S.p.A.
Contudo, em 2008 a americana Harley-Davidson adquiriu o Grupo MV. Em resumo, Harley pagou dívidas e investiu na atualização da produção, mas os americanos também foram balançados financeiramente e decidiram vender a fabricante em 2009.
Já sob direção do filho Giovanni Castiglioni, em 2014 a Mercedes-AMG adquiriu 25% da MV. Entretanto, o grupo alemão se desfez mais tarde da italiana, culminando na mais recente na compra majoritária por parte do grupo Pierer Mobility, o dono da KTM.