As autoridades estão preparando uma nova norma de certificação para capacetes na Europa. Todas as mudanças deverão entrar em vigor ainda este ano, a partir de julho. Saiba como as novidades podem influenciar novidades aqui no Brasil.
Certificação de capacetes, o que muda
Atualmente, todos os capacetes importados e vendidos na Europa são aprovados e tecnicamente restritos à norma europeia ECE 22.05. Tem sido assim durante vinte anos, mas com o passar do tempo essa legislação acabou ficando obsoleta. Isso ocorreu pela evolução dos próprios equipamentos de segurança.
Com isso, não é novidade que várias fabricantes de capacetes (de alta qualidade e premium) já constroem seus produtos além dos requisitos exigidos. Desta forma, as autoridades europeias decidiram substituir o padrão antiquado. A nova norma 22.06 deve entrar em vigor a partir de julho de 2022.
No entanto, isso não significa que os capacetes da norma 22.05 serão proibidos ainda. Apenas que as fabricantes terão até 2024 para atualizar a produção de capacetes de acordo com as regras 22.06. Essa nova normativa promete melhorar a segurança contra choques, mas também aumentar os custos…
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Capacetes maiores, mais pesados e caros…
Segundo Pascal Couturier, o diretor europeu da Shoei, os novos capacetes serão transformados em todos os sentidos. Para atender aos novos requisitos, provavelmente serão maiores e mais imponentes, no entanto, mais pesados. Com isso, possivelmente custem mais caros aos consumidores. Algumas novidades são:
– O ano de produção do capacete será visível;
– Tamanhos e medidas serão unificados em centímetros;
– Viseiras e películas antiembaçante devem ser aprovadas;
– Viseiras coloridas: o limite de transmissão de luz cai para > 35% em vez de > 50%;
– As viseiras serão submetidas a um teste de alta velocidade (60 m/s com esfera de 6 mm, área dos olhos);
– As viseiras devem ser homologadas e qualificadas; testes ópticos e transferência de luz > 20% (atualmente são entre 14% e 18%, a cor do material será modificada);
– Condicionamento: muda apenas para o frio, que passa para -10°C em vez de -20°C; teste de solvente removido;
– Os testes devem ser realizados tanto com as barras de queixo fechadas e abertas, e/ou com e sem barra de queixo (botão de controle de trava vermelho);
– Capacetes com sistema de intercomunicação e/ou outros dispositivos: os testes devem ser realizados tanto com o capacete “preparado” quanto com o dispositivo instalado no capacete;
– Teste dinâmico da barra de queixo com tração em direção à parte de trás do casco, e
– Teste de rolagem do capacete incluindo da frente para trás.
Regras de capacetes no Brasil
No Brasil, a autoridade que realiza testes e certifica todos os capacetes é o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Tanto os itens nacionais, quanto os importados, devem exibir o selo do INMETRO para poderem rodar dentro da lei.
No entanto, em nosso país atuam marcas internacionais, muitas europeias, além de fabricantes nacionais que constroem modelos que competem frente a itens importados. Com isso, é bastante provável que os regulamentos e as normas ECE, administrados pelas Nações Unidas, cheguem com o tempo por aqui também.
Além disso, o trabalho da ECE não se limita aos países europeus, abrange os EUA e o Canadá. Tamanha deve ser a mudança, que de acordo com o representante da Shoei, não será surpresa que a norma leve a todos os fabricantes a renovar todas as suas gamas de produtos.
Além disso, pode ser também diminuída a oferta dos capacetes de entrada de ‘baixo custo’, desaparecendo provavelmente no futuro, ao menos na Europa. No Brasil, mudanças mais radicais ainda não chegaram, mas podem desembarcar com o passar do tempo.