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Estima-se que 75% dos patrocínios, em termos globais, já se concentrem no esporte.

Nada mais pertinente, pois é interessante para as empresas vincular suas imagens a uma atividade lúdica, emocionante, análoga à saúde, alimentação saudável e atividade física e, claro, com gigantesco público cativo em todos os países. Exemplo cabal de como esses valores agregados seduzem marqueteiros, publicitários, comunicólogos e empresários é a Copa do Mundo deste ano, na África do Sul, o maior evento midiático do planeta, visto por 80% da população mundial. Somente a comercialização dos direitos comerciais, incluindo a transmissão de TV, rendeu à Fifa 2,64 bilhões de euros (R$ 6,66 bilhões, em valores de janeiro de 2010).

Essas cifras são 30% maiores em relação ao Mundial de 2006, realizado na Alemanha, cujos números também impressionam e permitem entender com clareza o significado do mercado internacional ligado aos esportes: audiência média de 93 milhões de telespectadores por jogo. Mais de 5,9 bilhões de pessoas – quase a totalidade da população do Planeta – assistiram ao vivo às partidas, em 54 mercados globais, totalizando, em um mês, o equivalente à audiência de 64 edições do Super Bowl, a finalíssima do campeonato de futebol americano profissional dos Estados Unidos. Este, aliás, também é um exemplo significativo, constituindo-se no espaço publicitário mais caro do mundo (comercial de 30 segundos nos seus intervalos custa a bagatela de US$ 2,4 milhões, ou R$ 4,18 milhões, pelo câmbio atual).

As expectativas quanto à Copa de 2014, no Brasil, também são muito positivas. Com os direitos comerciais, a Fifa projeta receita de 2,87 bilhões de euros (R$ 7,25 bilhões, em valores de janeiro de 2010). Sem dúvida, a maior competição mundial suscitará excelentes oportunidades para a economia e o segmento esportivo no País. Um reflexo interessante já se fez sentir na comercialização dos direitos televisivos do Campeonato Brasileiro de Futebol para 2009, 2010 e 2011: o valor de R$ 1,4 bilhão significou aumento de 60% em relação ao acordo imediatamente anterior. Outro dado comparativo interessante é o impacto que a Copa de 2006 teve na receita dos clubes de futebol na Alemanha: aumento de 43% na receita, como resultado de estádios melhores, maior envolvimento do público com o esporte e gestão ainda mais profissionalizada.

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Todos esses dados corroboram a premissa de que o mercado esportivo é um dos mais promissores da economia global, englobando ampla e diversificada gama de negócios, como partidas, patrocínios, licenciamentos, espaço para prática esportiva, comercialização dos direitos de TV, transação de jogadores e realização de eventos. Em termos mundiais, a atividade deverá crescer 37% até 2013, alcançando movimento de US$ 141 bilhões (R$ 245,81 bilhões, pelo câmbio atual). No Brasil, o setor movimenta 3% do PIB nacional e emprega 300 mil pessoas. Estima-se crescimento anual entre 6,5% e 7,1% no período compreendido entre 2009 e 2014.

Para capitalizar de modo pleno as oportunidades já inerentes à sua condição de “País do Futebol”, o sucesso imenso da Seleção Brasileira de Voleibol, masculina e feminina, o gosto de sua população pelo esporte, a Copa de 2014 e a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, o Brasil precisa solucionar alguns gargalos expressivos. Em meio à infraestrutura, transportes e adequação de estádios e praças esportivas, é crucial contar com recursos humanos especializados. Considerando ser a profissionalização do setor ainda incipiente em nosso mercado, o ensino nessa área converte-se em fator exponencial.

Como se percebe, o mundo é uma bola! Tão óbvia quanto essa afirmação é a premissa de que, para se vencer nesse mercado de infinitas trajetórias e possibilidades, torna-se imprescindível o domínio do conhecimento. Tal requisito, aliás, impõe-se como fator cada vez mais decisivo para o sucesso de profissionais de todos os ramos de atividade, empresas e nações.

*Fernando Trevisan é o diretor-geral da Trevisan Escola de Negócios ([email protected]).

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