Se antigamente a moda eram os grandes painéis de instrumentos analógicos, repletos de ponteiros, agora o mundo volta-se ao painel TFT. A tecnologia está cada vez mais presente na alta cilindrada e possibilitou uma verdadeira revolução no gerenciamento das informações da moto – trazendo coisas até pouco tempo inimagináveis, como o espelhamento de smartphones.
Mas o que é um painel TFT? Quais modelos de motos vêm equipados com eles de fábrica? Por que tem ganho cada vez mais notoriedade nas fichas técnicas das motocicletas novas? Veja as respostas para estas perguntas abaixo.
Painel TFT: tecnologia e informação numa tela digital
Para começar, Thin-Film Transistor (TFT) em português significa Transistor de Filme Fino. Ele é uma versão muito aprimorada do display de LCD. Os TFTs são categorizados como LCDs de matriz ativa, o que significa que eles podem reter simultaneamente certos pixels em uma tela enquanto também endereçam outros pixels usando quantidades mínimas de energia.
Isso acontece porque os TFTs consistem em transistores e capacitores que, respectivamente, trabalham para conservar o máximo de energia possível, mantendo-se em operação e proporcionando ótimos resultados em matérias de resolução e cores. Outra vantagem é que essas telas prometem vida útil maior que as de LCD padrão.
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Vantagens e desvantagens do painel TFT
Para a moto, a principal vantagem do painel TFT é o consumo reduzido de energia. Já para o condutor há vários pontos positivos, partindo da leitura facilitada das informações. Isso acontece graças ao brilho adaptativo das telas e, em alguns modelos, à possibilidade de customizar a aparência sob diferentes layouts, encontrando o que mais se encaixa nas preferências do piloto.
Mas é muito mais. Trabalhando em conjunto com os demais equipamentos eletrônicos da motocicleta, ele exige uma infinidade de informações com alta precisão através do computador de bordo, além de permitir ajustes. Outra vantagem é o pareamento com smartphones, possibilitando operar funções dos celulares, como ouvir músicas, atender chamadas e usar mapas de navegação.
Naturalmente, há algumas desvantagens. O principal problema do painel TFT é o preço, consideravelmente mais caro que as telas em cristal líquido (LCD) ou relógios analógicos. Por isso, ainda está em processo de popularização, mesmo na alta cilindrada. Outra desvantagem está no design, uma vez que a maioria das telas são idênticas, constituídas basicamente de telas retangulares sobre o guidão da moto (rendendo o apelido de ‘tablet’).
Exemplos de motos com painel TFT
Felizmente, muitos modelos de motos já oferecem as comodidades das telas TFT aos motociclistas brasileiros. Entre eles esta a família GS, da BMW, que dispõe da tecnologia em quase todos seus modelos: F 750, F 850 e R 1250 – a única que ficou de fora é opção de entrada, G 310. As telas fornecem informações como velocímetro, rotação do motor, temperatura, horário, indicador de marcha, nível de combustível, a velocidade permitida na via, autonomia e pressão dos pneus.
Os TFTs também estão cada vez mais presentes na Honda, uma vez que a japonesa equipa a big trail Africa Twin 1100 e a touring Gold Wing com a tecnologia. Na Kawasaki, podem ser encontrados em modelos como Z900, Ninja ZX-10R e Versys 1000. Já as Suzuki e Yamaha não oferecem nenhuma opção com painel TFT no Brasil.
Naturalmente, os painéis são mais comuns nas marcas focadas em produtos premium. Na Harley-Davidson, estão presentes nos modelos topo de linha, como nas Ultra Limited e Road Glide Limited. Na Ducati são vistos desde a Multistrada 950 até as poderosas Panigale V4S ou Streetfigher V4. Na Triumph, estão nas Tiger 900, Street Triple e Rocket 3.