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 No nosso último artigo, falamos sobre bagagens de viagens de longa distância e mencionamos o fato de ter uma roupa para viagem, poupa espaço e preocupação na hora de montar os Baús/Alforjes.
Como de fato. Antes desta viagem pela Cordilheira dos Andes, costumávamos viajar com jaquetas de couro, calça jeans e bota… a melhor e mais confortável que estivesse no armário.
Isso fazia com que tivéssemos que levar roupas separadas especialmente para pegar estrada, e ainda sim tínhamos a despesa de mandar lavar – principalmente em roteiros de vários dias.
Era a chamada “muda de estrada” – geralmente duas ou três calças jeans a mais e várias camisetas e pares de meias… tudo consumido e sujado rodando.

Quando nos deparamos com a possibilidade de subir a Cordilheira dos Andes, começamos a ver que calça jeans e couro não eram as roupas mais indicadas e com isso tivemos que correr atrás de roupas mais resistentes.

Foi ai que montamos nosso uniforme de viagem.

Calças, jaquetas e luvas
Ter um kit de viagem a base de cordura alivia muito a bagagem. Além de semi-impermeável, se sujar, basta passar um pano úmido e pronto.

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Kit da Elda

Kit da Elda

Como subimos até 4.400 m de altitude – Paso de Jama na Argentina – a temperatura castiga quem roda de jaqueta e calça de couro, por isso a cordura é mais indicada, já que te isola do vento e do frio.
Nosso conjunto de roupas foi um misto de marcas.
Eu usei calça, jaqueta e luvas da Ixon, enquanto a Elda usou calça da Riffel e jaqueta e luvas da Joe Rocket. Particularmente achei a qualidade do meu kit bem mais superior… enfim.
Essa peças foram adquiridas na Marquinho Moto e X-Brazil.

Segunda pele
Sempre ouvi amigos falando em comprar roupa de mergulho para encarar o frio dos Andes… o que sinceramente é de uma inocência sem tamanho.
Cada caso é um caso, e não demorou para surgir quem reclamasse de formigamentos e assaduras por causa das roupas de “neoprene “.
Essas roupas mantêm a temperatura a base de água, ou seja, veste-se a roupa molhada e por ser emborrachado, a mesma não vaza e acaba esquentando com o próprio calor do corpo… sem esse isolamento líquido, não acontece nada além de hipotermia (rs).

Buscamos a Go Ahead e suas excelentes soluções para temperaturas extremas. Viajamos com calça, camisa, balaclava e luvas de segunda pele que seguram o frio que é uma beleza com a vantagem que permite que a transpiração saia e não deixa cheiro na roupa, ou seja, esqueça lavanderia. Com isso também não era mais preciso usar camisetas, bastava vestir a camisa da Go Ahead e boa, era só estrada e vento.
Existe um tipo de roupa para cada clima, usamos os modelos Extreme e Ultra.

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Botas
Os coturnos e botinhas foram substituídos por botas impermeáveis da Mondeo e realmente não entra água. São confortáveis, possuem biqueira de aço que protege os dedos e não comem o seu calcanhar.
Acredito que minha bota me salvou de uma grave torção quando caímos na entrada da Bolívia e meu pé ficou preso entre o quadro da moto e o baú. Se eu estivesse com meus habituais coturnos, teria torcido o tornozelo facilmente… mas por sorte meu pé girou até a hora que a bota disse “daqui pra frente não vai mais”.
Usei as botas para cruzar um riacho e meti o pezão na água. Quando cheguei no hotel minha meia estava seca. Ah! E um detalhe bom, não deixa chulé.

Kit do Guga

Kit do Guga

Capacetes
Já estava mais que na hora de aposentarmos nossos capacetes da Taurus… muito bom por sinal, mas precisávamos algo mais reforçado, foi ai que surgiu a HJC Capacetes.
São muito bem acolchoados o que diminui o ruído do vento e ainda conseguem ser leves. A viseira é inquebrável mesmo tirando ela e forçando ao contrário, além disso, possuir um preparado que impede a formação de gotículas de água, ou seja, na chuva as gotas escorrem e a visibilidade é excelente.
Eu usei o modelo escamoteável FS-MAXN e a Elda viajou com um modelo fechado CL-ST. Ambos adquiridos na Montanna.

Intercomunicadores
Era um sonho de consumo antigo, e sempre ouvia piadas dos amigos que sempre alegavam que a hora em que podíamos ficar sem ouvir a mulher falar, era andando de moto, e mesmo assim eu queria um intercomunicador (rs).
Outros alegavam que nenhum modelo prestava e que o ruído do vento impedia a conversa… de toda foram fomos atrás e conseguimos os modelos da Vectrux, uma marca nova que está chegando no Brasil e que possui um custo muito abaixo que os famosos Scala.
A instalação é fácil e a qualidade do áudio é impressionante mesmo rodando a cerca de 130 km/h (a vedação do capacete da HJC contribui, é claro), mas o resultado foi muito satisfatório.
Como subiríamos grandes altitudes e não tínhamos idéia de como reagiríamos, estar em contato era uma questão de segurança… por sorte usamos apenas para conversar e coordenar fotos e filmagens com a moto em movimento.
Recomendamos os intercomunicadores aos amigos… o preço do par chega a custar o valor de um unitário da Scala e atinge até 300 m de conversação, se ligado a um celular bluetooth, a distância pode duplicar.

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GO PRO

GoPro e intercomunicador Vectrux

GoPro e intercomunicador Vectrux

Na boa, deveria ser item obrigatório mesmo para aqueles que fazem vídeos para consumo próprio.
A qualidade e praticidade das câmeras da Go Pro é impressionante.
Gostamos de publicar nossos filmes depois das viagens e as cenas que capturamos só não foram melhores por que a bateria só dura umas 2h e não tínhamos reservas… senão teria filmado ao sair de casa até voltar para ela (rs).
Só cometi a burrice de fixar o grampo de fixação da câmera do lado direito do capacete… ai eu pergunto, como ligar ou desligar a câmera sem tirar a mão do acelerador? Esperar descidas no altiplano andino pode levar horas (rs).
A Go Pro foi adquirida na Brasil Racing

GPS eu ainda não usei, como nossos roteiros são ditados pelos pontos turísticos e não pelo caminho mais curto, eu mesmo faço os mapas e com isso acabo decorando o caminho e as estradas. Sinceramente só sinto falta para encontrar o hotel quando chegamos nas cidades, então na próxima viagem vamos viajar com um e comentaremos as macaquices que criamos com o seu uso.

Quanto a custos desta lista, muitos vão dizer que isso beira ao ideal, outros que ultrapassa e que para se comprar tudo isso vai muita grana.
Como de fato, o custo não é barato mas o tempo de uso, a durabilidade e as vantagens a médio e longo prazo são justificáveis em termos de investimento.
Tivemos que adquirir tudo de uma só vez, por que não estávamos preparados para subir os Andes… caso contrário continuaríamos com os planos de comprar uma peça para cada viagem.

Tudo é planejamento e esses produtos viram “ativos da empresa” – na sua próxima viagem faltará cada vez menos equipamentos. Vale a pena pensar e se programar!

Obs: Para facilitar a discussão sobre esse assunto criamos um espaço no final da página ou no fórum para os motonliners.