Diferentes esportes acumulam distintos nomes quando se trata de ídolos máximos em sua categoria. Enquanto no futebol é impossível não saber quem é Edson Arantes do Nascimento, o Péle, nem todos sabem quem é Giacomo Agostini (Ago). Estamos falando de nada menos que a lenda italiana das corridas de motos em todo o mundo.
Se Valentino Rossi já é uma verdadeira lenda tendo ‘apenas’ 9 títulos Mundiais e se Marc Márquez entrou para a história com 8 conquistas, o que dizer deste italiano que obteve 15 troféus? Ago era o terror da Motovelocidade nos anos 1960 e 1970. O Pelé das Motos, era Edson nos gramados e Giacomo nas pistas.
Por que não então conhecermos um pouquinho da história e fatos destes ilustres, que aliás colecionam algumas semelhanças?! Afinal, figurar como referência em seu respectivo esporte parece render alguns pontos em comum quanto o assunto é ser o número 1.
1 – Números arrebatadores – Pelé das motos
Pelé figura como o maior goleador da história do futebol. O brasileiro marcou 1.283 gols em 1.363 jogos, que incluem amistosos não oficiais, um recorde mundial do Guinness! Na seleção brasileira ele é o maior goleador da história, com 77 gols em 92 jogos.
Agostini, o ‘Pelé das motos’ é o maior vencedor sobre duas rodas de todos os tempos
Por sua vez, o italiano Agostini acumulou 122 vitórias em Grandes Prêmios de corrida. Com isso ele coleciona 15 títulos no Campeonato Mundial de Motovelocidade. Destas, 68 vitórias e 8 títulos vieram nas 500 cc (atual MotoGP), o restante veio das 350cc. Sim ele é o maior quando assunto é corridas de motos.
2 – Conquistas mundiais
Nos gramados, Pelé é o maior artilheiro da história do time do Santos. Lá, ele levou a equipe a várias conquistas, com destaque para duas Copas Libertadores da América e dois Mundiais Interclubes, vencidos em 1962 e 1963. Na seleção, o brasileiro ganhou três Copas do Mundo da FIFA: 1958, 1962 e 1970, o único jogador a ter esse feito.
Os feitos de Pelé fizeram dele o garoto propaganda perfeito para a novidade da época, a Honda CG 125
Já o italiano Agostini venceu 10 corridas TTs da Ilha de Man, a corrida de motos mais perigosa do mundo – e que registra mais de 200 acidentes fatais. Vale lembrar que foi o próprio Agostini que chamou atenção para o perigo dessa etapa, após a morte do amigo Gilberto Parlotti. Mais tarde, ele boicotou o evento que foi retirado do calendário do Mundial de Motos em 1977.
Agostini também surpreendeu o mundo das corridas saindo do time da MV Agusta, onde fez fama e 13 mundiais, para correr pela Yamaha na temporada de 1974. Mas logo de cara ele venceu a prestigiosa Daytona 200, a principal corrida de motos americana.
Ago segue sendo homenageado até hoje com modelos de motos exclusivos e limitados da Mv Agusta. Aqui a Veloce 800 Ago
Tá achando pouco? O Pelé das Motos também conquistou o mundial 350cc de 1974 com os japoneses e levou o título das 500cc em 1975. Aliás, foi a primeira vez que uma máquina de dois tempos venceu a classe principal. Curiosamente, de volta à MV em 1976, foi ele que marcou a última vitória com uma moto de motor quatro tempos nas 500cc.
3 – Início de carreira complicado
Edson nasceu em 23 de outubro de 1940, em Três Corações, Minas Gerais. Sendo o filho mais velho de dois irmãos, seu início de carreira não foi fácil. Já em Bauru, em São Paulo, o atleta não tinha dinheiro que o apoiasse no futebol. Sua primeira equipe foi o Sete de Setembro, onde jogava na terra batida. No entanto, sua superioridade técnica fez o jogo virar.
Pelé chegou a entregar uma camisa autografada para Soichiro Honda, fundador da Honda Motor Co., Ltd e fã declarado do brasileiro
Já Agostini nasceu em 16 de junho de 1942, em Brescia, na Itália Lombardia. Ele é também o mais velho, mas de uma família com quatro irmãos. Apesar de não passar por grandes dificuldades financeiras, Ago inicialmente teve que fugir para competir. Seu pai não aprovava a carreira no motociclismo do filho.
Agostini provou ao pai que tinha talento ao vencer o campeonato italiano de 175cc, em 1963. Chamou a atenção do Conde Alfonso Morini, que o contratou. E em 1964, Agostini ganhou o título italiano das 350cc. Esses resultados chamaram a atenção de outro Conde, Domenico Agusta. Sim, foi essa sua entrada para o time italiano da MV Agusta.
Agostini foi vencedor com a Yamaha, mas é a Mv Agusta a sua casa onde coleciona mais títulos e segue sendo mais reverenciado
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4 – Lendas vivas, o Pelé e o Pelé das motos
Desde que se aposentou em 1977, Pelé é embaixador mundial do futebol. Ainda em 2000, foi eleito ‘Jogador do Século’ pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS). Foi também vencedor – junto do eterno rival Diego Maradona – do prêmio de Melhor Jogador do Século da FIFA.
Também em 2000 foi eleito o Atleta do Século pelo Comitê Olímpico Internacional. Já em 2010, o brasileiro foi nomeado Presidente Honorário do New York Cosmos, clube internacional norte-americano onde atuou.
Pelé segue hoje com o status de lenda viva do esporte
Enquanto isso, em 2000 Agostini foi introduzido no Hall da Fama do MotoGP, como uma lenda da classe principal do Mundial de Motos. Em 2010, ele foi nomeado também como legendário, pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM), por suas conquistas sobre duas rodas.
Ainda por suas marcas obtidas, ao longo de uma carreira de 17 anos, a American Motorcyclist Association (AMA) descreveu Ago como “O maior piloto de Grande Prêmio de todos os tempos”.
Ago é inspiração até para lendas como Valentino Rossi, que obteve 7 títulos na categoria principal – um a menos que o inalcançável Agostini
5 – Referência para novos talentos
Pelé segue sendo referência em seu esporte, inspirou atletas como Ronaldo, Ronaldinho e segue reverberando em atuais como Neymar. Nas motos, Ago moveu a imaginação do conterrâneo Valentino Rossi, que venceu 7 títulos na categoria principal – um a menos que o imbatível Agostini. Ago também motivou a fome de corridas do espanhol Marc Márquez, que segue na MotoGP, já tendo conquistado 8 mundiais (6 na MotoGP).
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