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Você já deve ter parado ao lado de um motociclista que parecia ter formigas no banco da moto, levantando e sentando incessantemente, acelerando desnecessariamente, olhando ao redor e nos espelhos como se estivesse sendo seguido pelo próprio demônio e, quando o sinal abriu, arrancou como se fosse tirar o pai da forca.

O hiperativo ao pilotar ou dirigir transforma-se em um perigo ambulante

O hiperativo ao pilotar ou dirigir transforma-se em um perigo ambulante

Esse, sem dúvidas, era um motociclista hiperativo (há também o motorista hiperativo), portador de uma doença chamada TDAH – Déficit de Atenção ou Hiperatividade, distúrbio psicológico e comportamental provocado pela exposição do bebê em gestação ao chumbo ambiental e consumo de álcool e drogas pela gestante. As fontes mais comuns de exposição ao chumbo ambiental são tinta à base de chumbo, água potável e cerâmica mal esmaltada (Caso queira saber mais sobre esse assunto,  clique aqui ).

Eles são mais numerosos do que imaginamos

Eles são mais numerosos do que imaginamos

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O relacionamento e a educação com crianças hiperativas é extremamente difícil para os pais e os educadores, devido aos sintomas que variam de brandos a graves e podem incluir problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. O hiperativo tem inteligência normal ou acima da média. O estado é caracterizado por problemas de aprendizado e comportamento. Os professores e pais da criança hiperativa devem saber lidar com a falta de atenção, impulsividade, instabilidade emocional e hiperatividade incontrolável da criança.

O hiperativo e o trânsito

Ao tornar-se adulto, o hiperativo continua apresentando os sintomas citados, tornando-se invariavelmente um indivíduo de convivência difícil, de reações “à flor da pele”, inconformado com toda e qualquer regra que limite o seu jeito de ser ou de fazer as coisas, qualquer coisa, não importando o seu grau de relevância.

Como quase todos os seres humanos adultos, nosso amigo hiperativo torna-se um motociclista ou um motorista e tem que aprender a conviver com uma infinidade de regras que não o deixam pilotar ou dirigir como quer, ou como ele acha que deveria ser, tornando-se um perigo ambulante para aqueles que são obrigados a compartilhar do mesmo trânsito.

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Esse perigo decorre de diversas circunstâncias inerentes à hiperatividade:

  • ele é incapaz de andar na velocidade permitida, ou mesmo aquela em que o fluxo está fluindo;
  • acredita que a faixa ao lado está sempre andando mais rápido e por isso vive costurando o trânsito, no ímpeto de chegar mais rápido lá na frente. Nessa hora até acostamento vira pista;
  • não aceita que alguém esteja sinalizando mudança de faixa e entre justamente na sua frente, isso jamais;
  • não entende porque o sinal mudou para amarelo justamente no momento em que ele ia atravessar o cruzamento. Que o mundo pare e espere ele passar;
  • seu egocentrismo o impede de enxergar os outros, tornando suas prioridades inegociáveis. Os pedestres que se cuidem.

Ou seja, o hiperativo apresenta comportamento avesso ao que convencionamos como normal e esse fato o torna imprevisível e ALTAMENTE PERIGOSO. Não conseguimos prever ou entender a forma de pensar de um hiperativo, não estamos preparados para isso. Ao encontrar um motociclista ou motorista hiperativo, FUJA DELE, deixe-o ir embora, abra caminho, busque a SUA segurança.

Ao pilotar, o hiperativo vira um acidente pronto para acontecer

Ao pilotar, o hiperativo vira um acidente pronto para acontecer

Lembre-se que motociclistas hiperativos são verdadeiros pilotos kamikazes e não conseguem antever a consequência dos seus atos. O certo seria impedir que indivíduos portadores dessa síndrome pudessem dirigir, mas o ruim é que não existem exames clínicos que apontem um hiperativo, disfunção que só é diagnosticada em adultos após baterias de testes psicológicos complicados e caros. Nos últimos meses, devido à facilidade de divulgação de vídeos na web, os sites de armazenamento de vídeos estão “recheados” de vídeos com esses malucos em ação, como os do Tiozão, do Maik Terrorista e outros.

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O máximo que podemos fazer é estar sempre atentos a ações imprevisíveis dos motociclistas e motoristas que estão à nossa volta, prevendo que sempre possa acontecer o pior. Aplicar sistemática e instintivamente a direção defensiva, pois só assim poderemos desfrutar do prazer de andar de moto e continuarmos vivos.

Quer uma má notícia? Eles são muito mais numerosos do que imaginamos.

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Existe um vídeo disponível na web que demonstra exatamente o comportamento de um hiperativo, chama-se “Pateta, o Rei do Volante”. Para assisti-lo:  clique aqui .

Mário Sérgio Figueredo
Motociclista apaixonado por motos há 42 anos, começou a escrever sobre motos como hobby em um blog para tentar transmitir à nova geração a experiência acumulada durante esses tantos anos. Sua primeira moto foi a primeira fabricada no Brasil, a Yamaha RD 50.