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Por Eugênio Campos

Pode parecer excesso de zelo, mas eu chamo de seguro pessoal. Pode parecer paranoia, mas eu chamo de prevenção. E como diz a máxima, um homem prevenido vale por dois.

Eugênio Campos e seu amigo Adriano em uma das suas andanças por esse Brasil

Eugênio Campos e seu amigo Adriano em uma das suas andanças por esse Brasil

Em Salta, na Argentina, passamos por situação de quase assalto. QUASE!! E passou bem perto.

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Depois da aporrinhação de um guarda de trânsito querendo propina, eu e o meu amigo Adriano procuramos um hotel ou pousada pra esticar o esqueleto. A última cama que tínhamos visto foi na casa do Gau (João Gonçalves) em Palhoça (SC). O Adriano, com seu radar de pousadas QM, encontrou uma com preço de hostel, relativamente legal, e dava para guardar as motos dentro do quarto. Show!!

Tomamos um bom banho, trocamos as roupas, já duras de pó de asfalto, passamos uma água no que deu para lavar e saímos à caça de Parrillas e Cervas Saltenhas. Alguns vão torcer o nariz, mas se eu ligasse muito para o que outros pensam , nem saia de casa… Então, sempre que saio, levo minha pequena faquinha. Uma boa companheira nas horas difíceis. Seja para descascar “laranjas” ou para manter distantes “animais” indesejáveis. Como disse, sou um paranoico incorrigível… Mas naquele dia resolvi dar um descanso para a minha “parceira” e deixei-a na cama, sob o travesseiro.

Saímos pelo saguão do Hotel, que dava para uma rua escurecida e de pouco movimento, dobramos a esquina e do outro lado tinham dois caras atrás de um carro. Adriano estava distraído falando da viagem e do policial pilantra. Então os caras saíram em nossa direção e vislumbrei na escuridão uma arma da mão de um deles. Peguei meu parceiro pelo braço, puxei-o de volta e entramos no hostel. Adriano não entendeu nada, é claro.

Saboreando a Parrilla depois do susto

Saboreando a Parrilla depois do susto

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La dentro expliquei a situação e nos sentamos pensando se sairíamos ou não. Fui ao quarto, peguei minha faquinha de “cortar pão”, acondicionei na bainha e seguimos atras da comida. Os caras tinham sumido. Comemos uma excelente Parrilla (que é um prato típico Argentino), acompanhada de loiras suadas, cervejas Salta geladíssimas, no barzinho do Jack. Valeu o risco.

Na Argentina, como no Brasil, existem ladrões em abundância, sempre à espreita de qualquer descuido.

Nota do autor: QM é uma piada nossa. Significa “Quase Mendigo”. E quando se está em grupo é QMMC, Quase Mendigos Moto Clube. Uma brincadeira com a galera que sempre procura o mais barato, as barraquinhas e os pratos feitos.

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AVISO AOS VIAJANTES

Toda viagem requer uma boa dose de paranoia para ser bem sucedida. Nem adianta o cabra dizer que não acampa, não dorme em hotel barato e nem come em restaurante simples. Todo lugar oferece riscos. Os mais caros normalmente são os mais visados pelos gatunos.

Ponte suspensa em algum lugar da Argentina

Ponte suspensa em algum lugar da Argentina

Conversando com Argentinos em Mendoza, fiquei sabendo de uma quadrilha que só assalta viajantes solitários. Motoristas ou motociclistas. Eles mantêm olheiros em diversos hotéis pra informar rotas e dados acerca dos viajantes. Se possuem cartões de crédito, se têm muitos equipamentos eletrônicos, se vão passar por áreas desérticas e tal. Isso em hotéis de todos os portes.

Por isso é sempre mais tranquilo ficar em pequenas pousadas, hostels ou albergues. E nunca… nunca mesmo, perder o contato com a família. Preferencialmente diário, para que em qualquer caso, tenham um ponto de referência de procura e localização. Possuir grudado na moto um rastreador, daqueles que mandam mensagens para um celular base é bem interessante. Algo invisível e bem camuflado.

Mas o que te livra mesmo dessas situações é o uso do bom e velho bom senso. Não exibir dinheiro vivo; deixar sempre o dinheiro a ser usado no dia separado do dinheiro da viagem; guardar cartões separados e nunca abrir uma carteira cheia de Masters, dinners, Visas, etc.; evitar expor joias e adereços caros. E por fim, evite conversar com pessoas estranhas sobre a direção que vai tomar, sobre seu trabalho, posses etc.

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O motonliner Eugênio Campos enviou seu texto através do “Você no Motonline“. Faça isso você também, compartilhe suas idéias e aventuras com milhares de leitores que também são apaixonados por motos.