O nicho de motos elétricas está crescendo em todo o mundo, com investimentos de marcas tradicionais e o surgimento de novos nomes. No entanto, no Brasil este movimento ainda é mais lento. Por isso, destacamos três desafios que estes produtos precisam superar para ampliar sua popularização por aqui. Atualmente, os principais problemas para as motos elétricas são a escassez infraestrutura de recarga, autonomia limitada das baterias e preços elevados em comparação com as motocicletas a combustão de desempenho equiparável.

Segundo dados da Fenabrave, 3.452 unidades foram vendidas no primeiro trimestre de 2025, mais que o dobro do registrado em 2024, quando foram emplacadas 1.686 motos.
1. Infraestrutura
A ausência de uma rede consolidada de pontos de carregamento é o primeiro grande problema, que também atinge os carros elétricos. Até nas grandes cidades, onde as motos elétricas teriam seu uso mais adequado, a infraestrutura ainda não suficiente.
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2. Autonomia Limitada
Esse ponto também se relaciona com o primeiro. As baterias ainda não têm uma autonomia muito grande, ficando abaixo dos 100km para a maioria dos usos, diferente dos carros que hoje já passam de 300 km com uma carga. Por exemplo, a Watts W160S, que equivalente a uma moto de 160cc, promete autonomia de até 100 quilômetros no modo ECO e atinge 120 km/h no modo Sport. Uma Bajaj Dominar 160, na comparação, percorre mais de 450 quilômetros com um tanque cheio e também ultrapassa os 120 km/h.

3. Custo de aquisição
O obstáculo mais significativo para as motos elétricas é o financeiro. Mantendo a comparação anterior, a Watts W160S custa R$ 19.311, enquanto a Bajaj Dominar 160 convencional custa R$ 18.150. Embora os custos operacionais sejam menores, o investimento inicial mais alto afasta muitos compradores, especialmente em um país onde o preço é fator decisivo na escolha do veículo.

Uma questão de tempo
As motos elétricas no Brasil ainda enfrentam desafios significativos: infraestrutura insuficiente, autonomia limitada e preços elevados. No entanto, trata-se de obstáculos típicos de tecnologias em fase inicial de adoção. Mas isto não irá durar para sempre.
A chegada das grandes montadoras ao mercado brasileiro, como a Yadea e Aima, sinaliza que essa transformação é inevitável. Para o consumidor que considera a compra hoje, a decisão deve levar em conta trajetos urbanos curtos e acesso a ponto de recarga residencial. Para os demais, vale aguardar os próximos capítulos dessa revolução sobre duas rodas.
