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Prontas as enzimas que fazem etanol de resíduos agrícolas

Será apresentado nos próximos dias pela indústria dinamarquesa de biotecnologia, Novozymes, dois produtos capazes de viabilizar a produção de etanol a partir de resíduos agrícolas, em escala comercial. São as enzimas batizadas de Cellic CTec2 (celulase) e a Cellic HTec2 (hemicelulase), que podem liberar os açúcares contidos na palha de milho, restos de madeira e bagaço de cana-de-açúcar, por exemplo. São proteínas especializadas em catálise biológica, resultado de uma pesquisa de dez anos.

As novas enzimas foram apresentadas no final de fevereiro nos Estados Unidos, que imediatamente anunciou o início para breve da produção de etanol a partir da palha e do sabugo do milho em suas usinas. A Novozymes calcula que as primeiras usinas pré-comerciais devem surgir no Brasil no ano que vem ou 2012. “Estamos desenvolvendo parcerias para habilitar o uso dessa tecnologia em escala comercial no país”, fala o presidente da Novozymes Latin America, Pedro Luiz Fernandes. A apresentação dos produtos será feita no F.O. Lichts Sugar and Ethanol Brazil 2010, evento voltado para o mercado sucroalcooleiro, que acontecerá em São Paulo de 22 a 24 de março.

As primeiras plantas comerciais que vão produzir etanol celulósico nos EUA, a partir de 2011, poderão chegar a um preço de custo abaixo dos US$ 0,50 por litro do combustível, valor similar ao do etanol de primeira geração e da gasolina comercializada naquele país. Esse é o reflexo do resultado das pesquisas com as enzimas Cellic, que, depois de investimentos massivos tiveram uma redução de 80% no custo de fabricação, ficando em US$ 0,13 para cada litro de etanol produzido. “Com as novas enzimas Cellic, poderemos aumentar o potencial de produção de etanol celulósico no Brasil a partir do bagaço da cana-de-açúcar, visando o mercado de exportação”, continuou Pedro Luiz Fernandes.

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“A produção de etanol celulósico poderia ser vista como uma fonte de renda complementar a outras já existentes na indústria sucroalcooleira”, afirmou. Segundo a Novozymes, o governo brasileiro tem dispensado à empresa diversas formas de apoio em seus projetos de desenvolvimento de novas biotecnologias. A dinamarquesa garante que será capaz de fornecer os volumes de enzima que forem necessários para o segmento tanto no âmbito nacional como no internacional, quando o etanol 2G começar a ser produzido.