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Esse era um refrão popular criado pelo saudoso José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha, apresentador do mais famoso programa de auditório nas décadas de 70 e 80: “Quem não se comunica, se trumbica”. Dito popular muito verdadeiro.

Certa vez em Curitiba, o horário de uma corrida da Stock Car coincidiu com uma prova da Fórmula 1 em que o Ayrton Senna correria. Ninguém da Stock Car pensou nisso e aí fica fácil imaginar o desfecho dessa concorrência desleal, que faria o público escolher entre ver o “herói Senna” correr ou assistir a uma ainda inexpressiva e não tão popular corrida de Chevrolet Omega: arquibancadas vazias, com público quase nulo.

Coisa semelhante aconteceu no motociclismo nacional no final da semana passada, quando tivemos em datas coincidentes o Rally RN 1500 e o Rally Transbahia, eventos importantes do esporte nacional em duas rodas, que tiveram seu brilho prejudicado um pelo outro e vice-versa, mostrando uma autofagia indesejada e nociva ao esporte.

Ambos são eventos anuais e como a maioria dos esportes nacionais (exceto futebol e vôlei), carecem de patrocínio e exposição na mídia como forma de atrair público e mais patrocínio, esse último tão necessário ao desenvolvimento e continuidade do esporte. Difícil entender as causas dessa coincidência pois com tantos outros finais de semana disponíveis no ano, nada justifica que os eventos tão importantes aconteçam nos mesmos dias. O que houve?

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Falta de planejamento das organizações de ambas as provas?
Falta de diálogo e comunicação entre as federações estaduais de motociclismo?
Falta da presença mais forte e atuante da Confederação Brasileira de Motociclismo?

Seria ótimo achar as causas do ocorrido e usar essa referência negativa para que isso não se repita. Seguir exemplos internacionais onde promotores, organizadores e associações de pilotos se reúnem para realizar o planejamento também seria uma ideia. Considerando que o público de rally no Brasil ainda é bastante acanhado, fica fácil imaginar a insatisfação dos patrocinadores envolvidos nos eventos citados, em ter que dividir os holofotes da mídia com outro evento similar, outro Rally.

Nosso esporte merece mais cuidado e zêlo por parte de seus organizadores, só assim ele crescerá e atingirá a autosuficiência.

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Mário Sérgio Figueredo
Motociclista apaixonado por motos há 42 anos, começou a escrever sobre motos como hobby em um blog para tentar transmitir à nova geração a experiência acumulada durante esses tantos anos. Sua primeira moto foi a primeira fabricada no Brasil, a Yamaha RD 50.