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Mr. Egg, apelido dado por amigos ao meu capacete amarelo aberto e de viseira integral; camisetas brancas, esporadicamente colete bege claro com muitos bolsos, calça jeans, tênis (ou seria Keds) com solado branco, branco, ou ainda modernos com detalhes refletivos… alem evidentemente das odiadas meias brancas.

Não, não sou daltônico e muito menos, antes de sair, mergulho em meu armário! Amigos mais íntimos ainda rebatem criticas falando que tenho um jeito “despojado” de me vestir, porem a história é totalmente outra.

Sou de um tempo onde cigarro não matava, e o conceito de segurança era inexistente. Usavam-se calças de tergal e camisa social, pois nem brim tínhamos… Alguém se lembra das famosas calças rancheiras?

Capacetes somente na aeronáutica; casacos, botas e luvas de couro só para os mais abastados. Mas a evolução era (e é) inevitável, pois o mercado estava exigindo; calças agora feitas em jeans com opcional de bocas de sino, camisetas bordadas com o famoso jacaré e tênis das três listras eram artigos valiosos e comercializados por vários contrabandistas na Rua Direita lá pelos anos 70.

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Peguei muita estrada sem o menor equipamento básico de segurança… rosto e cabelos ao vento; e tal quais as palavras de Caetano, sem lenço e sem documento. Hoje percebo que já sobrevivi há muitos anos sobre duas rodas, trilhando várias formulas pessoais, que bem ou mau, tem dado certo.

Não quero com isso dizer que a verdade absoluta esteja comigo, mas uma coisa é verdade, as cores para o motociclista têm seus valores até para efeito de sobrevivência; elas são aliadas, mesmo que não combinem ou estejam fora de moda. Hoje a grande maioria dos fabricantes desses equipamentos, até por vontade de seus consumidores, tem feito vestimentas com o preto como cor única, ou predominante. Tenho escutado que a justificativa maior é que o preto suja menos, mas vamos e venhamos a cor não determina a higiene, usou lavou!

Sabem aquela situação de um caminhão com as lâmpadas apagadas e sem triangulo, parado em uma rodovia sem acostamento? … então, fico imaginando uma estrada sem iluminação, com o piloto sobre uma moto preta, de mochila preta, vestido de preto, e capacete preto, e coincidentemente ter sua luz de posicionamento queimada sem que o mesmo perceba… sinceridade fico até consternado imaginando o pior! Tenho que o uso de roupas claras são um dos pontos de grande relevância na prevenção de acidentes de transito, haja vista as próprias leis da física, mais precisamente sobre óptica, onde quem vê é visto, e para ser visto tem que buscar um meio de atingir a visão de outrem da melhor maneira possível.

Falando nisso, eu nunca vi uma bandeira de trégua ou uma ambulância que não fosse branca!Mesmo gostando do movimento Rockabilly (*), e ter doces lembranças de John Travolta e Olivia Newton-John no filme GREASE; não me baseio em nenhum deles por optar por meias brancas e calçados claros com refletivos. Mesmo tendo casaco de couro tradicional em preto, acabo sempre dando preferência a outros de cores mais claras e vivas, de mesmo modo na escolha das demais peças. Ainda gostaria de ter uma mochila feita integralmente em material refletivo, uma capa de chuva como a do CET, amarela bem clara; uma calça de cordura azul com cara de jeans bem stone-washed, e botas impermeáveis de cano médio na cor savana, mas em um tom bem claro.

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As luvas, graças ao meu amigo Claudinei, já as tenho, em couro branco, no mesmo modelo usado por diversos golfistas, pois são muito macias, mas com excelente grip. Outro ponto importante neste arco-íris, e ai na moto, são os refletivos laterais, aqueles frisos adesivos refletivos que vão nas rodas, e para quem conhece os famosos BLUE-DOTS para a lanterna traseira e para o farol dianteiro, pois a freqüência da luz azul atinge o olho a uma distancia bem maior que a vermelha, amarela e branca, tradicionalmente utilizada em veículos há décadas.

Não é por menos que o dito popular “as coisas estão pretas” se refere a situações negativas. Calma, já estou muito velho para optar por cores cítricas, e muito mais velho ainda para me envolver com outros modismos. No geral sou obrigado a perseverar, pois realmente acaba sendo um preço caro a se pagar quando desse tipo de pensamento colorido, mas nada que eu não encubra com um grande sorriso amarelo, ou ainda ficando vermelho de raiva! Como já disse várias vezes, prefiro ficar branco de susto a tentar combinar o vermelho sangue com o preto asfalto.

Vida longa a todos…

(*) Rockabilly é um dos inúmeros subgêneros do rock and roll. Tornou-se conhecido durante os anos 1950, devido a artistas norte-americanos.

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” Antes de DESTRUIR, PRESERVE ”