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Todos os dias entram 800 ve¡culos novos entram em circula‡Æo na cidade de SÆo Paulo.

Segundo o urbanista Cƒndido Malta Campos Filho, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, a cidade de SÆo Paulo vai parar at‚ 2012, devido ao n£mero crescente de carros e … falta de espa‡o nas ruas e avenidas para circula‡Æo dos ve¡culos. Medidas, como incentivo ao uso do transporte por fretamento em larga escala, ajudariam a minimizar o caos no trƒnsito num curto espa‡o de tempo, apontam especialistas.

Para quem mora na cidade de SÆo Paulo e regiÆo metropolitana e precisa descolar-se, seja de carro ou com o transporte p£blico, as not¡cias sobre os congestionamentos nÆo tˆm sido muito animadoras nos £ltimos tempos. A cada dia mais, a imagem trƒnsito parado nas ruas, avenidas e nas marginais tem feito parte da paisagem da maior metr¢pole da Am‚rica Latina.

As vias existentes j  nÆo suportam o crescente n£mero de ve¡culos, seja qual for a modalidade, passeio, cargas ou de transporte p£blico. Na cidade existe pouco espa‡o vi rio para a circula‡Æo. O mais correto ‚ pensar que a cidade nÆo tem mais capacidade vi ria para agregar tantos ve¡culos e isso causa essa baixa mobilidade.

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No mˆs de fevereiro, foram registrados em m‚dia 800 ve¡culos por dia, no Detran – Departamento Estadual de Trƒnsito. Desses, 75% sÆo autom¢veis de passeio. Se por um lado, o dado demonstra que o poder aquisitivo da popula‡Æo tem aumentado, por outro, representa um fator perigos¡ssimo para uma cidade que j  nÆo tem espa‡o suficiente para a circula‡Æo dos ve¡culos existentes.

A utiliza‡Æo do carro em SÆo Paulo ‚ uma questÆo cultural, tudo o que a popula‡Æo pensa em fazer – trabalho, estudo e compras, lazer, sa£de -, automaticamente est  associado com o h bito de tirar o carro da garagem. NÆo se tem o h bito de usar a bicicleta ou caminhar; e no transporte p£blico, o tempo de espera e a superlota‡Æo torna invi vel sua utiliza‡Æo.

O quadro tem fomentado calorosas discussäes entre habitantes, especialistas, autoridades e meios de comunica‡Æo interessados em saber como ficar  a cidade nos pr¢ximos cinco anos. Quais serÆo as medidas a serem tomadas para que a situa‡Æo seja sanada ou ao menos amenizada? Em quase todos os dias, os congestionamentos batem a m‚dia de 100 a 120 km, agravando-se nos dias chuvosos ou nos que antecedem os feriados.

Para o urbanista Cƒndido Malta Campos Filho, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, a cidade de SÆo Paulo vai parar at‚ 2012: “Temos 4 mil novos ve¡culos por semana, 16 mil ao mˆs e 192 mil ao ano. Para atender essa demanda de ve¡culos ter¡amos que construir 8 avenidas Faria Lima a cada ano. Onde est  e qual ‚ o dinheiro que temos para fazer isso?”, argumenta o especialista.

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Medidas como implanta‡Æo do ped gio urbano e a expansÆo da linha do Metr“ sÆo necess rias para minimizar o problema no trƒnsito. Para Campos Filho, a arrecada‡Æo com a implanta‡Æo da cobran‡a de ped gio para trafegar em SÆo Paulo, a um valor de R$ 4,00, daria para criar, em 10 anos, 160 km de novos ramais do Metr“. “SÆo 16 km de linhas por ano, as quais, al‚m de criar empregos, gerarÆo uma melhora gradual na cidade. As pessoas vÆo sentir uma esp‚cie de revolu‡Æo”.

Jorge Miguel dos Santos, diretor-executivo do TRANSFRETUR e assessor da FRESP – Federa‡Æo das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de SÆo Paulo, acredita que as medidas de restri‡Æo de circula‡Æo para ve¡culos, como o rod¡zio e a instala‡Æo do ped gio urbano sÆo de extrema importƒncia, mas o incentivo a utiliza‡Æo do transporte por fretamento, em larga escala, ajudaria a minimizar o caos instaurado na cidade.

“Um “nibus fretado retira em m‚dia 15 carros de passeio da rua, entÆo temos que incentivar o motorista do carro a utilizar esse tipo de transporte, que desafogaria muito as vias em curto prazo, pois a instala‡Æo desses dispositivos – ped gio, rod¡zio, restri‡Æo, seria a longo prazo e a cidade requer medidas de urgˆncia.”

Cƒndido ressalta a eficiˆncia da modalidade para melhorar o trƒnsito da cidade. “O transporte por fretamento retira carros da rua. Em curt¡ssimo prazo, se tiv‚ssemos uma malha de micro“nibus, de investimento privado, mas com qualidade e conforto aos usu rios, mesmo que fosse cobrado um valor 100% mais caro, com certeza o motorista do carro utilizaria.”

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Na cidade de SÆo Paulo j  circulam diariamente cerca de 3.400 “nibus por fretamento, de empresas regularizadas, que transportam mais de 560 mil pessoas por dia. Segundo Santos, esse n£mero j  contribui enormemente para o escoamento do trƒnsito. “O montante ‚ consider vel, imagina se tiv‚ssemos mais esse n£mero de pessoas circulando de carro ou no transporte p£blico, com certeza, j  teria piorado a situa‡Æo. Temos que incentivar os moradores da cidade e at‚ as  reas de Recursos Humanos das empresas a disponibilizarem a modalidade ao seu corpo funcional. Se isto fosse feito o trƒnsito j  estaria melhor”, comenta Santos.

No estudo “A Crise da Mobilidade Urbana em SÆo Paulo”, de 2001, o engenheiro Roberto Scaringella, atual presidente da CET – Companhia de Engenharia de Tr fego, j  alertava para o problema: “Muitos preferem a liberdade de perder tempo e dinheiro no congestionamento a alterar h bitos”, escreveu. “Em qualquer sistema vi rio saturado a retirada efetiva de 20% dos ve¡culos que circulam principalmente nos hor rios cr¡ticos representa um efeito de fluidifica‡Æo do trƒnsito. Resta discutir como retir -los”.

E finaliza: “A prefeitura tem um desafio ainda nÆo suficientemente abordado: como administrar a escassez crescente de espa‡o para circular. A solu‡Æo tem de ser tecnicamente vi vel e socialmente o mais justa poss¡vel. Hoje quem nÆo tem ve¡culo pr¢prio e ‚ usu rio cativo de “nibus ‚ penalizado pelo congestionamento provocado pelo carro particular.  injusto!”