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É normal que muitas dúvidas pairem em nossas mentes quando pensamos em comprar uma nova moto, seja ela a nossa primeira ou não. Com a recente ascenção dos scooter é igualmente comum se perguntar se, de fato, eles são a melhor opção. Então, qual é melhor compra entre um scooter ou Biz?

Qual o melhor, scooter ou Biz? Veja o compartivo com consumo, desempenho, velocidade final, preços e custo de manutenção para tirar suas próprias conclusões

Aqui iremos comparar as categorias, sem qualquer intenção de promover um modelo específico. Porém, ‘adotamos’ a Honda pois boa parte do mercado se acostumou a chamar estes modelos de Biz (o que é compreensível, afinal o modelo já vendeu alguns milhões de unidades por aqui) e nem sequer conhece o termo correto, CUB.

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Biz, um fenômeno nacional

Antes de entrarmos no comparativo onde ajudamos a escolher qual a melhor opção entre scooter ou Biz, vamos apresentar as concorrentes. A Biz é da categoria de motos CUB (Category Upper Basic – categoria básica superior) e foi desenvolvida pela Honda especialmente ao nosso mercado. Está no nome, Brazil’s Cub.

A Biz cativou o brasileiro assim que chegou ao mercado, com suas curiosas cores no final dos anos 1990. Ganhou pontos pela embreagem automática, câmbio rotativo e espaço sob o banco

Chegou ao país em 1998 como substituta da Dream C-100 e logo se tornou um sucesso. Era econômica, leve e tinha comodidades como o espaço sob o banco e embreagem automática com câmbio rotativo. Ou seja, não precisava acionar a embreagem e todas as marchas eram engatadas na mesma direção – diferente das demais motos.

Em pouco mais de 20 anos já foram produzidas mais de 4 milhões de unidades da Biz no Brasil

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O tal sucesso se reflete em números. De lá para cá o modelo teve quatro gerações, vendeu mais de 4 milhões de unidades e acabou se tornando sinônimo da categoria. Assim como todos chamam goma de mascar de chiclete, os consumidores conhecem as CUB como sendo ‘Biz’, independente da marca.

Em sua quarta geração, atualmente a Biz 125 oferece painel digital, rodas de liga, partida elétrica, carregador de smartphone e gancho sob a carenagem

Mas, de fato, há CUB’s de outras montadoras. A principal concorrente é a Yamaha, que vendeu no país duas gerações da Crypton. A primeira foi a 100, de 1997 a 2005. Em 2010 chegou a 115, que permaneceu até 2016. Atualmente uma opção à Biz é a Nex 115, a CUB da HaoJue.

Scooter, sucesso global

Os scooter são ageis e práticos, com uma série de comodidades para facilitar a vida de quem roda nas grandes cidades. Porém, enquanto caíram no gosto da Europa e de outros mercados ainda nos anos 1990, demoraram para cativar os brasileiros. Uma das hipóteses é pela aparente fragilidade e rodas pequenas, que remetiam às antigas (e obsoletas) Lambretta dos anos 1970.

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Enquanto boa parte do mundo já se rendia à praticidade dos scooter nos anos 1990, nós ainda víamos com preconceito modelos como o Jog 50

Demorou, mas conseguiram. Depois de várias tentativas de diferentes marcas, de menos de dez anos para cá enfim as montadoras conseguiram fazer os scooter emplacarem por aqui. E atualmente temos diversas opções, de várias empresas, de 125 até 750 cilindradas, de R$ 10 mil até R$ 70 mil.

O PCX é o scooter mais vendido do Brasil desde que foi lançado, em 2013

Mas temos características em comum entre todos. As básicas são o câmbio, invariavelmente automático, e a posição de pilotar – sempre sentado (como se estivesse numa cadeira) e não montado (como se andasse à cavalo). Além disso, costumam trazer itens de comodidade, como carregadores de smartphone e muitos porta trecos.

Aquecido, mercado de scooter por aqui tem opções para todos os gostos e bolsos. Uma delas é o aventureiro X-ADV, com 750 cc e preço sugerido de R$ 71.400

Scooter ou Biz, qual o melhor?

A melhor opção entre o scooter ou Biz irá variar de acordo com as preferências do motociclista em questão. Não há regra geral. Porém, podemos ajudar ao comparar os dois em aspectos específicos, cabendo ao consumidor saber qual deles terá mais valor para si.

De um lado temos a Biz, campeã de vendas e conhecida pela sua economia e robustez. Mas será que ela é melhor que um scooter?

Aqui adotamos a Biz como representante das CUB e fomos genéricos na escolha do scooter, nos limitando a características comuns dos modelos 125. Alguns a disposição do consumidor atualmente são o Honda Elite 125, o Yamaha NEO 125 e Haojue Lindy 125.

Honda Elite 125

Yamaha Neo125 é a porta de entrada dos scooters da marca

Haojue Lindy 125

 

Compartivo: scooter ou Biz?

Biz Scooter 125
Consumo Quando o assunto é economia os dois estão em casa, fazendo mais de 40 km/litro. A BIZ 125 prova sua economia desde a primeira geração, que ainda tinha carburador – lembre o teste de 2007. Os scooter são igualmente econômicos. O Elite 125, por exemplo, chega à marca de 50 km/litro em trechos urbanos – poupando o acelerador, claro. Mas, curiosamente, gasta um pouco mais em rodovia – fazendo pouco menos de 40 km/litro. Veja mais.
Desempenho São 9,2 cv de potência e 1,04 kgf.m de torque máximos. Trabalhando com câmbio de 4 velocidades e embreagem automática, o motor vai bem, sem trancos ou engasgos. O NEO, por exemplo, tem 9,8 cv e 1,0 kgf.m máximos. Seu câmbio automático CVT garante mais suavidade e menos trabalho ao piloto, mas não gera grande impacto no desempenho. Ao final, empate técnico.
Velocidade final Aqui a Biz tem uma leve vantagem. Todos conhecemos amigos que afirmam ter alcançado velocidades incríveis com suas motos, e por isso vamos nos ater aos números oficiais. A velocidade final da Biz é de 110 km/h já a NEO passou pouco dos 95 km/h no nosso teste. Estamos falando de valores reais, aferidos no GPS. No painel, marcam algo na casa dos 125 km/h e 110 km/h, respectivamente.
Peso e altura Aqui são 100 kg a seco (sem contar fluídos como gasolina e óleo) e o condutor fica sentado a 753 mm (75,3 cm) do chão. Para se ter um compartivo, a CG 160 é 4 centímetros mais alta, com 790 mm. O peso fica na casa dos 100 kg, com vitória da NEO e seus 97 kg. Já na altura, as Elite e NEO têm seus bancos 2 cm mais altos que a Biz, enquanto o da Lindy está 2 cm mais baixo. São, respectivamente, 772 mm, 775 mm e 730 mm.
Custo de manutenção A Biz é um dos veículos com menor custo de manutenção do mercado. Suas peças têm preço acessível, especialmente as de reposição, como pneus, kit relação e óleo. Além disso, dispõe de muitas opções de marcas no mercado paralelo (dos mais variados níveis de qualidade e preços) para quem não quer os itens originais Honda, um pouco mais caros. O funcionamento dos scooter é um pouco mais simples, sobretudo no câmbio CVT que não exige troca de kit relação. Com menos peças, tende a ir menos na oficina. Entretanto, a manutenção é um pouco mais complexa – e cara -, mas nada assustador. A mior diferença está no preço das peças plásticas, caso seja preciso trocar numa eventual queda. Neste caso, a abundância de plásticos pode custar caro ao proprietário.
Comodidade Se a Biz ficou na frente em velocidade e manutenção, aqui os scooter dão um pequeno passo a mais. Enquanto a atual geração da CUB oferece tomada USB, gancho sob a carenagem e painel digital, os scooter podem incluir outros mimos, como iluminação em LED, descanso lateral e cavalete central. Freios ABS, setas em LED e partida sem chave, porém, só nos scooter maiores.
Pilotagem Posição sentada (como numa cadeira) e não montada (como num cavalo). As rodas de 17 polegadas na frente e 14 atrás garantem ciclística próxima a das motocicletas street (na CG o aro é 18 nas duas rodas, por exemplo) e passam menos os impactos do asfalto ruim ao piloto. Ou seja, ‘engolem’ melhor os buracos. Posição sentada, mas com rodas menores. O NEO tem aro 14 em ambas as rodas, enquanto no Elite são 12″ e 10″ e no Lindy há 10″ nas duas rodas. Na prática, o piloto ganha em agilidade e mudanças bruscas de direção, mas perde um ponto em conforto. A praticidade também é beneficiada pelo câmbio, automático, que deixa as mãos encarregadas de usar os freios e os pés livres.
Preço Aqui deixamos de lado os preços sugeridos pelas montadoras e adotamos os valores médios do mercado, mensurados pela FIPE, mais próximos aos praticados pelas concessionárias. Vamos lá:
Biz 110i: R$ 10.664
Biz 125: R$ 13.095
Elite 125: R$ 11.298
NEO: R$ 11.124
Lindy: R$ 10.651

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Veredito: Scooter ou Biz, qual é o melhor?

Depois de analisar com atenção todos as categorias fica mais fácil escolher entre levar um scooter ou Biz para casa. Mas para saber qual é o melhor é preciso ter em mente a sua necessidade enquanto motociclista. Se precisa rodar mais em rodovias e maior velocidade a Biz tem vantagem, mas se a sua praia é totalmente a comodidade (e não quer saber de trocar marchas) o scooter passa à frente.

Biz pode ser a melhor opção para quem vai rodar num misto de cidade e rodovia. Porém, requer a troca de marchas e custa até 30% mais que os scooter

Apesar das várias semelhanças, eles acabam proporcionando experiências de pilotagem bem diferentes, justamente por serem motos de categorias distintas. Então não tem jeito. Para bater o martelo e dizer qual dos dois é o melhor para você será preciso rodar um pouco com cada um antes de passar o cartão de crédito.

Fazendo até 50 km/litro, os scooter podem ser a melhor opção para quem quer economia e praticidade para as cidades. Porém, robustez e desempenho não são seus melhores atributos

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza