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Após alguns acidentes fatais, seguidos por ameaças de perda de patrocínios e um sério dano à imagem da motovelocidade no Brasil, os organizadores do Superbike Brasil, principal competição da modalidade no País, resolveram rever tudo relacionado à segurança do evento dentro das pistas. E por meio de um grupo de trabalho que envolveu patrocinadores, pilotos, organizadores do evento e, claro, a CBM – Confederação Brasileira de Motociclismo, já foram revistas as velhas (e pouco efetivas) regras e implementadas novas e mais rígidas regras para a modalidade.

Bruno Corano com  Paulo Gouveia (SuperBike Brasil) e Firmo Alves, da CBM: parceiros pela segurança da motovelocidade no Brasil

Bruno Corano com Paulo Gouveia (SuperBike Brasil) e Firmo Alves, da CBM: parceiros pela segurança da motovelocidade no Brasil

As novidades foram apresentadas pela organização do SuperBike Brasil e a principal delas está fora das pistas: a união de esforços de SuperBike Brasil e CBM – leia-se Bruno Corano e Firmo Alves – organizador do SuperBike Brasil e presidente da Confederação Brasileira de Motociclismo, respectivamente, após anos de rusgas e tentativas de aproximação. “Sempre sentimos falta do apoio da CBM ao SuperBike Brasil e agora podemos contar com a experiência da entidade e de seu corpo técnico”, falou Bruno Corano.

SuperBike em qualquer pista? Não!

Mas não foi assim tão fácil. Para o presidente da CBM, Firmo Alves, este é um trabalho que se sabe onde começa, mas não onde acaba. “A partir dessas novas regras, devemos trabalhar de forma permanente e em conjunto para manter o nível de segurança, porque as motos evoluem, as pistas mudam e a FIM (Federação Internacional de Motociclismo) sempre traz novidades”, falou Alves. O presidente da CBM destacou ainda a importância dos gestores dos autódromos do Brasil estarem atentos às novas regras para poderem, quando realizarem obras de melhorias, levarem em conta as motocicletas para incluírem suas pistas no calendário.

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Pistas Já vistoriadas e homologadas para corridas da Superbike: São Paulo, Goiânia e Curitiba

Pistas Já vistoriadas e homologadas para corridas da Superbike: São Paulo, Goiânia e Curitiba

“Até agora vistoriamos e homologamos as pistas de Interlagos, Curitiba e Goiânia para as provas da SuperBike Brasil, mas sabemos que há outras boas pistas que podem também receber provas de motovelocidade, mas se não houver uma vistoria para homologação, não haverá corridas por lá”, explicou Bruno Corano, dando o exemplo da pista de Curvelo (MG). “Importante destacar sobre as pistas que nem sempre onde anda carro anda moto, e vice-versa. Muitos autódromos querem receber a motovelocidade, mas não possuem segurança adequada para a competição.”, disse o presidente da CBM, reforçando também a pista de Curvelo, um dos autódromos mais bem preparados tecnicamente para receber a modalidade, mas que ainda faltam mais alguns detalhes.

Grid cheio sim, mas com todos os pilotos aprovados por regras mais rígidas

Grid cheio sim, mas com todos os pilotos aprovados por regras mais rígidas

Além das pistas, o parte principal do trabalho desta nova Comissão de Segurança da Motovelocidade (CSM) foi criar as regras para os pilotos poderem participar e com isso diminuir mais ainda os fatores de risco de acidentes na modalidade. A CSM utilizou modelo do trabalho realizado na aviação com pilotos para criar as novas regras de segurança na SuperBike Brasil. Confira as principais mudanças já implementadas relacionadas aos pilotos, aos processos-chave e aos autódromos:

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  • PILOTOS
    • Estabelecimento de idade mínima e máxima por categoria
    • Aprovação em curso de pilotagem esportiva em escolas credenciadas
    • Aprovação e testes teóricos e práticos sobre regulamento, técnicas de pilotagem e regras de segurança
    • Concessão de licença com novos critérios segmentados por nível A, B, C e Superlicença
    • Obrigatoriedade de equipamentos de proteção com certificações específicas e em bom estado
    • Obrigatoriedade de exame médico e avaliação psicológica, com critérios rígidos e padronizados
  • PROCESSOS-CHAVE
    • Grade obrigatória de treinamentos avançados em temas como startle effect, nutrição e condicionamento físico
    • Implantação de curso e credenciamento para mecânicos
    • Aprimoramento dos procedimentos de vistoria das motocicletas com registro fotográfico
    • Implantação e vistoria de 100% dos equipamentos dos pilotos com registro fotográfico
    • Aprimoramento da vistoria nos boxes e na pista
    • Aprimoramento do procedimento de uso do Medical Car
    • Inclusão de exames de bafômetro e antidoping
  • AUTÓDROMOS
    • Detalhamento de todos os locais, tipos e dimensões das barreiras de proteção adicionais em cada pista

Além de todas estas medidas, o SuperBike Brasil prevê também a capacitação técnica dos profissionais que trabalham na modalidade. “Vamos fazer um enorme esforço para que estas pessoas possam fazer cursos e participar de seminários da FIM para adquirirem maior conhecimento técnico e possam atuar em competições de níveis nacional e internacional”, concluiu Bruno Corano.

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Sidney Levy
Motociclista e jornalista paulistano, une na atividade profissional a paixão pelo mundo das motos e a larga experiência na indústria e na imprensa. Acredita que a moto é a cura para muitos males da sociedade moderna.