Essa moto pode ser considerada um sucesso mundial. Ela foi lançada na Europa em 2004 numa versão anterior que era pesada. Tinha 220 kg e 63,5 cv, mas foi a preferida de muitos. Como a maioria das Suzuki chegam no Brasil pelo menos um ano depois do lançamento mundial essa também demorou a chegar por aqui. Esteve conosco desde 2009 até o início de 2013 e fez bastante sucesso como uma bigtrail de bom custo-benefício, pronta para qualquer aventura e compatível com as estradas de sofrível conservação pelo Brasil afora.
Para a nova versão ela ficou 8 kg mais leve, mais potente e mais bonita. Na verdade essa moto demorou “apenas” dois anos para chegar. É que ela não poderia deixar de vir, frente ao grande sucesso que fez o modelo anterior. Moto muito bem conceituada entre os motociclistas aventureiros ou não, mas exigentes. Se adaptaram ao grande peso e altura do banco, coisa até comum entre esse tipo de moto.
Veja o vídeo oficial da Suzuki V-Strom 650 ABS.
Com as modificações, o novo modelo oferece um peso menor, postura de pilotagem mais natural, com as pernas menos flexionadas e o mesmo guidão alto e largo que favorece bastante o conforto. Destaca-se ainda a visão ampla e bem localizada dos espelhos retrovisores.
Além de ficar mais confortável, essa moto recebeu uma atualização do desenho. Agora ela é mais esguia e as grades de ventilação de ar nas laterais diminuem o ar quente sobre o piloto quando a ventoinha do radiador é acionada.
O novo tanque agora com 20 litros recebeu novas laterais que se integram com a frente e nas partes mais baixas o uso do plástico texturizado tira o peso das grandes áreas pintadas. Destaque para o para lama dianteiro que ganhou textura de fibra de carbono, presente também em outras partes da moto. O novo para lama permite melhor direcionamento de ar ao radiador. Na transmissão a embreagem recebeu um novo tipo de acionamento por came, que ficou mais leve e oferece melhor controle.
Basta se aproximar da moto para perceber sua grande altura do banco, pelo menos para a grande parte dos motociclistas. Mas o banco oferece mais conforto e um amplo espaço para o piloto e um eventual garupa, inclusive com boas alças para segurança.
O para brisa que equipava a moto de teste era acessório (Givi). Na sua instalação deve ficar aproximadamente 50 mm abaixo da linha de visão.
O uso correto desse acessório deve ser adaptado a cada condutor, por isso o ideal é que seja ajustável. A visão deve passar por cima e não através dele, porque o vento é desviado para cima do capacete, levando inclusive a chuva para longe da viseira. De forma que esse é um acessório importante para viagens, mas deve ser bem ajustado ao piloto.
A nova moto, aventureira, com todas as malas carregadas pesa. Mas a nave tem potência de sobra para levar piloto, garupa e toda a tralha que couber nas malas. Claro que bom senso na alocação do peso é importante e que não seja excessivo. Também a autonomia é boa, mesmo com o tanque com dois litros a menos de combustível que na versão anterior. Continua bom para viagens longas sem necessitar de muitas paradas. Fizemos média de 19,51 km/litro e o tanque de 20 litros alcança autonomia de 390 km, o que é muito bom para esta “big trail” com vocação turística.
Essas malas Givi que vieram na moto de teste usam um segredo numérico para acesso rápido, sem ter que retirar ou abrir toda mala. Abre-se uma porta extra, por cima – bem pensado. Facilita muito nas paradas para descanso ou quando se necessita de pequenos objetos durante o percurso. Porém, diferente da bolsa sobre o tanque, nesse caso é preciso descer da moto.
Acessórios à parte, vamos ao teste da moto porque o equipamento (e peso) adicional é você que decide: o que e como vai levar.
Já ficou claro que o desempenho melhorou bastante, a relação peso-potência passou de 3,46 kg por cv para 3,23 kg / cv – uma redução de 7% e facilitada ainda por causa do aumento do torque que passou de 5,69 kgf.m para 6,12 kgf.m. Uma mudança significativa.
Na nova moto você acelera mais rápido e muda menos de marcha porque o motor tem uma faixa mais ampla de torque e tem maior velocidade final, consequência da melhor relação peso-potência.
Para conseguir isso, a Suzuki alterou os comandos de válvulas, as próprias válvulas, agora com diâmetro maior, novas molas, novos pistões e cilindros com o revestimento “Suzuki Composite Electrochemical Material (SCEM)”.
Para melhorar a ignição em boa velocidade, que evita detonação (batidas de pino) as duas velas, um par por cilindro, agora são de iridio. Os injetores tem 10 orifícios para uma boa atomização do combustível e há também, como no modelo anterior, o sistema TI-ISC que controla a marcha lenta, integrado com o corpo de duplas borboletas. O sistema chamado “Suzuki Dual Throttle Valve” (SDTV).
Essas modificações fizeram diminuir as perdas mecânicas e melhorias nas emissões de poluentes. No conjunto de modificações, os ganhos em eficiência é que permitiram a diminuição do tanque de gasolina e ainda assim manter a boa autonomia.
Na ciclística as maiores vantagens também são consequência da diminuição de peso. O vão livre do solo está 10 mm mais alto mas continuam expostas as partes sensíveis do motor, como o cartucho do filtro de óleo. Um protetor de cárter é importante. E a parte boa também continua como a distância entre eixos que é praticamente a mesma, assim como toda geometria.
A suspensão traseira é mono amortecida e conta com conexões (links) para maior progressividade. Um grande botão na lateral direita facilita bastante o ajuste da pré carga da mola. Quando se varia a carga sobre a moto fica fácil o ajuste para manter boa a dirigibilidade. Tem também regulagem do retorno do sistema hidráulico.
Na frente, as bengalas convencionais garantem um baixo atrito estático e assim como na traseira, tem 150 mm de curso. Os ajustes da frente são na pré carga das molas.
Os freios contam com o novo ABS que tem o sistema 50% mais leve que o anterior, e resposta mais rápida também. Na dianteira são duplos discos de 310 mm com pinças de dois pistões e na traseira um disco de 260 mm e pinça simples.
Novos instrumentos, agora contam com um botão para selecionar as funções no punho esquerdo. Um grande tacômetro analógico permite fácil leitura das rotações do motor e um display de cristal líquido fornece as outras informações.
Apesar de não ser uma moto que ofereça todo o pacote de tecnologia e eletrônica que suas maiores concorrentes oferecem, a Suzuki V-Strom 650 sempre é uma moto considerada por qualquer consumidor na hora da compra de uma bigtrail com vocação turística. Sua mecânica confiável e robusta, a economia de combustível e o conforto oferecido para o uso estradeiro para piloto e garupa são argumentos fortes para esta moto de boa fama mundial.
Os acessórios originais Suzuki não estão disponíveis no Brasil mas por R$ 3.971,00 o cliente adquire todos os acessórios demonstrados no teste. Estão disponíneis em algumas concessionárias Suzuki ou em representantes Givi.
No Brasil ela mantém números regulares de venda e segue firme sendo uma opção, sempre que se fala em bigtrail para quem quer passear em qualquer terreno. Seu preço de R$33.931,00 (FIPE – 8/8/2013) está dentro da média do segmento e agora modernizada e com linhas mais atuais. A Suzuki continua com seu espaço garantido.
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