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Os últimos lançamentos da Dafra não são produtos Dafra. São motocicletas de outras marcas que já tem mercado conquistado em outros países com as quais a Dafra estabelece uma “parceria estratégica”, como gosta de dizer o presidente da empresa, Creso Franco, para montar a nova moto no Brasil com a marca Dafra.

Roadwin 250R: parece uma Dafra esportiva, mas não é Dafra e nem é assim tão esportiva

Roadwin 250R: parece uma Dafra esportiva, mas não é Dafra e nem é assim tão esportiva

Todos os lançamentos mais recentes da empresa no Brasil, Apache 150 (TVS – India), Citycom 300i (SYM – Taiwan), Riva 150 (Haojue – China), Next 250 (SYM – Taiwan) e agora a Roadwin 250R, da coreana Daelim, são motos de outras marcas. É verdade que a Riva 150 e a Roadwin 250R acabaram de chegar e a Next 250 chegará em março. Mas todas tem em comum outra característica além de não serem fabricadas pela Dafra: elas apresentam qualidades que as antigas motos Dafra não tinham.

Ciclística bem resolvida com colaboração das boas suspensões e pneus

Ciclística bem resolvida com colaboração das boas suspensões e pneus

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Foi com estas novas motos, frutos de “parcerias estratégicas”, que a marca do grupo Itavema alcançou o 3º lugar no ranking de vendas de motos no Brasil em 2011. E está disposta a manter a posição. Sinal evidente de que a estratégia adotada foi acertada. A Dafra parece ter se dado conta que fabricar moto é bem diferente de montar moto. E mesmo para montar, é preciso muito conhecimento e especialização industrial, o que o Grupo Itavema – especializado em distribuição de veículos – não tinha quando começou.

Painel funcional e moderno

Painel funcional e moderno

Talvez por isso a marca tenha decidido mudar de estratégia. Entretanto, a desconfiança que ainda permanece – fruto dos problemas do passado ainda recente – é se tal diversidade de parceiros e de modelos acabará por prejudicar a qualidade da assistência técnica e da reposição de peças, além da continuidade dos modelos frutos de “parcerias estratégicas” no mercado brasileiro.

Creso Franco diz que não. “Estamos diversificando nossa linha de motocicletas com produtos de qualidade comprovada e, desta forma, a Dafra está contribuindo para o desenvolvimento do mercado brasileiro, haja visto os movimentos realizados pelos concorrentes”, explica o executivo. “Estamos aqui para construir e crescer com o mercado”, complementa. Na seqüência dessa construção chega a Roadwin 250R.

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Trata-se de uma esportiva de linhas atualizadas e que pode conquistar mais consumidores para a classe das 250. Esta classe de motocicletas tem crescido naturalmente, pois é alimentada permanentemente pelos motociclistas que saem do segmento inicial e vão para o degrau imediatamente superior. Ampla e variada, a classe 250 oferece motocicletas nos segmentos trail, street (naked) e esportivas. É neste último que a Roadwin entra.

A Dafra prevê* vender 300 unidades por mês; e quando a Honda entrar com a CBR 250, continuarão sendo 1.000 motos/mês?

A Dafra prevê* vender 300 unidades por mês; e quando a Honda entrar com a CBR 250, continuarão sendo 1.000 motos/mês?

“Este segmento sofre menos com as restrições ao crédito e por isso ele é importante para nós”, justifica Franco, fazendo referência também à Next 250 que chegará em março. A Dafra prevê que venderá em média o mesmo que Kawasaki Ninja e Kasinski Comet, ambas bicilíndricas e com desempenho e preço superiores. A previsão pode até se concretizar, ao menos até a chegada da Honda CBR 250, sobretudo pelo preço mais baixo da Roadwin neste momento de lançamento. Depois…..

Para ser introduzida no mercado brasileiro a Roadwin recebeu modificações em relação ao projeto original da Daelim. Na parte visual, a mudança se deu na parte traseira da moto, que teve a rabeta redesenhada para receber duas alças laterais, a lanterna de led e um novo assento para o garupa. Um rápido teste na pista com vários “tipos e modelos” de bumbuns permite afirmar que as alças incomodam por serem alguns milímetros mais altas que o assento.

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Rabeta mais fina e alças muito altas: prejuízo ao garupa

Rabeta mais fina e alças muito altas: prejuízo ao garupa

Na parte técnica, em função das condições brasileiras de rodagem e da gasolina nacional, a bomba de combustível e o sistema de injeção eletrônica recebeu especial atenção. Também as suspensões e freios foram recalibrados e o chassi foi intensamente testado. “Tivemos que adequar o produto às exigências do mercado brasileiro para esta classe de motocicleta”, explica o engenheiro de desenvolvimento de produto da Dafra, Alexandre Gaspar. A Roadwin já vem com alguns itens nacionalizados: pneus, piscas, rolamentos, pastilhas de freio, kit de relação secundária (corrente, coroa e pinhão), entre outros itens menores.

Pelo preço de lançamento – R$ 12.490,00 – a Roadwin oferece um bom conjunto. Na pista onde foi apresentada para este primeiro teste, ela teve desempenho bem agradável. A posição de pilotagem não é tão esportiva e essa característica a coloca como uma boa candidata para agradar os que querem a moto também para viagens, inclusive as mais longas, sobretudo pela presença do conjunto de carenagem e bolha, que ajudam bastante em percursos estradeiros. Excepcional também o baixo nível de vibração percebido e o bom trabalho realizado com o sistema de escapamento, que além de bem acabado e bonito, oferece baixo nível de ruído.

Faltou corta-corrente que poderia estar no lugar do inútil interruptor do farol

Faltou corta-corrente que poderia estar no lugar do inútil interruptor do farol

O motor é um monocilíndrico de 247 cc que desenvolve 24 cv de potência a 9000 rpm e 1,92 Kgf.m de torque a 7000 rpm (18,9 Nm) com refrigeração líquida e duplo comando de válvulas no cabeçote (DOHC). Acompanhado por uma caixa de marcas de 5 velocidades, a Roadwin precisa de um pouco mais de giro para oferecer arrancadas mais fortes e essa característica se mantém em todas as marchas, exigindo que a rotação seja sempre mais alta para que o torque esteja disponível. Mas isso parece ter sido pensado pelo fabricante para privilegiar um pouco a condução estradeira, para permitir velocidades de cruzeiro em torno de 120 km/h sem precisar muito alta rotação.

Como uma esportiva, a Roadwin traz linhas condizentes com o segmento, tendo a parte frontal toda protegida pela carenagem integral, com dois faróis e luz de posição integrados e a traseira mais afinada com o assento em dois níveis para piloto e garupa, com duas alças e a lanterna traseira em LED. O painel de instrumentos traz uma tela com hodômetro total e parcial, relógio, marcador de combustível, marcador de temperatura do líquido de arrefecimento, mostrador analógico redondo para o conta-giros, outra pequena tela para o velocímetro e 4 luzes espia – neutro, luz alta, sinalizador de direção e check eletrônico do motor, tudo com iluminação em LED na cor azul.

Uma esportiva com boas características para longos percursos pela confortável posição de pilotagem

Uma esportiva com boas características para longos percursos pela confortável posição de pilotagem

O ponto de maior destaque da Dafra Roadwin 250R é a ciclística. Seu comportamento na sinuosa pista de teste foi exemplar, com muita facilidade de mudança de direção sem precisar fazer qualquer esforço. Leve e equilibrada, a moto tem nos freios outro destaque positivo pela eficiência e sensibilidade, sem nenhuma tendência ao travamento. Colaboram para este bom desempenho as suspensões bem calibradas e os pneus Pirelli Sport Demon.

Nota-se que a fábrica procurou dar à moto um padrão para rodar nas esburacadas ruas das cidades brasileiras, com a calibragem original um pouco mais macia. Apesar de não haver qualquer regulagem nas suspensões, a moto atende bem aos mais variados motociclistas. Um detalhe que chamou a atenção no teste foi a falta do corta-partida no descanso lateral e na caixa de marchas. O motor parte mesmo com o descanso lateral abaixado e também com qualquer marcha engatada. Apesar de não ser unanimidade, sente-se a falta do corta-corrente no punho direito e, neste caso, ele poderia entrar facilmente no lugar do inútil interruptor de farol, já que andar de moto com farol aceso é obrigatório.

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