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A Kawasaki Versys-X 300 é uma aventureira que encara qualquer caminho, seja por terra ou asfalto. No lançamento organizado pela Kawasaki tivemos a oportunidade em primeira mão de andar na novidade e a primeira impressão é muito boa. No rápido contato com a moto realizado em Paraty, no Rio de Janeiro, pudemos perceber que ela cumpre o que promete e pode até ir além.

A Kawasaki Versys-X 300 tem o mesmo motor de dois cilindros e 296 cc que equipa suas irmãs Ninja 300 e Z300 – já testadas por aqui. É o mesmo motor, porém montado em um chassi diferente. O motor é DOHC – duplo comando de válvulas no cabeçote – com 8 válvulas, refrigerado a líquido. Ele gera 40 cv a 11.500 rpm – 1 cv a mais que a Z300 – e torque de 2,6 kgf.m a 10.000 rpm – 0,2 kgf.m a menos que a Z300. O ganho de 1 cv foi resultante da mudança da relação e mapa de ignição.

Os 40 cavalos do motor são suficientes para empurrar a moto em qualquer condição - Foto de Marcos M. Carmona

Os 40 cavalos do motor são suficientes para empurrar a moto em qualquer condição – Foto de Marcos M Carmona

Note que os 40 cv da Versys-X 300 são atingidos a 11.500 rpm, enquanto que os 39 cv da Z300 chegam em 11.000 rpm. O motor da nova aventureira recebeu modificações internas para melhorar a distribuição de força em baixos e médios giros, mas esse motor gosta mesmo é de trabalhar gritando alto. Quando aceleramos com vontade o propulsor mostra a sua cara, é bem elástico e fácil de pilotar, além de muito forte, mostrando ampla capacidade de acompanhar aventuras com motos maiores que ela sem se apertar.

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A faixa vermelha do conta giros inicia-se em 12.000 rpm, porém o motor corta o giro após aproximadamente 13.500 rpm. Como já dissemos antes, esse motor gosta de trabalhar com o giro lá em cima, garantindo ótimo desempenho em altas rotações, o que de certa forma a torna bem diferente das motos trail de média cilindrada, cuja característica principal do motor é oferecer mais torque em baixas e médias rotações.

Aventureira, a Versys-X 300 se dá bem em qualquer terreno. Foto: Marcos M Carmona

Aventureira, a Versys-X 300 se dá bem em qualquer terreno. Foto: Marcos M Carmona

Assim como em sua irmã Z300 a vibração é quase que inexistente. O motor transmite pouco vibração, o que garante uma dose a mais de conforto. Nas extremidades do guidão estão instalados dois coxins, que minimizam a vibração. A embreagem assistida e deslizante é extremamente macia e reduz os desagradáveis trancos ao desacelerar, assim como o câmbio de seis marchas, preciso, macio e bem escalonado.

A Versys-X 300 vem equipada com freio dianteiro de disco único, com 290 mm e traseiro de 220 mm, também único, ambos em formato margarida. O poder de frenagem do conjunto se mostrou acertado em todas situações em que foram colocados à prova, uma ressalva deve ser feita somente para o sistema dianteiro, que mostra certa tendência à torção, por conta do disco único. Testamos as duas opções de freios, com e sem ABS. Na versão ABS é possível sentir a trepidação do freio traseiro e na versão sem ABS a diversão na terra é mais que garantida.

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Posição de pilotagem é mais que confortável, boa para longas viagens. Foto: Marcos M Carmona

Versão Tourer vem equipada com faróis auxiliares em LED, cavalete central, malas laterais, protetor de mão e carregador USB. Foto: Marcos M. Carmona

Para garantir um conjunto bem acertado para essa crossover, a suspensão não podia ficar de fora. Na dianteira o sistema é de garfos telescópicos com 41mm de diâmetro e 130 mm de curso, já na traseira o sistema é o Uni-Trak – com link e ajuste de pré-carga da mola, com 148 mm de curso. As suspensões são assinadas pela Kayaba, garantindo ótima absorção dos impactos, simplesmente engolindo buracos, lombadas e valetas, cumprindo o seu papel. O pneu que calça as rodas raiadas de 19° na dianteira e 17° na traseira é o já conhecido Pirelli MT-60, um pneu misto que cai bem tanto no asfalto, quanto na terra, dessa vez com câmara.

Posição de pilotagem é mais que confortável, boa para longas viagens. Foto: Marcos M Carmona

Posição de pilotagem é mais que confortável, boa para longas viagens. Foto: Marcos M Carmona

A ciclística da Versys-X 300 vai muito bem na cidade, na estrada, em curvas e na terra. O Rake é de 25°, trail de 108 mm e entre eixos de 1.450 mm. A moto tem um desenho esbelto, magro, que facilita a pilotagem. Apenas para título de comparação, na Z300 o Rake é de 26° e o trail é de 82 mm, enquanto o entre eixos é de 1.405 mm. O chassi usado neste modelo é do tipo backbone, que usa o motor como parte de sua estrutura. A posição de pilotagem é confortável e deixa o piloto em posição ereta, o garupa vai bem também, com ótimo espaço, assento bi partido e alças para se segurar o conforto é garantido. A Versys-X 300 vem equipada com um para brisa, que desvia parte do vento. Contribuindo para o conforto, as pernas ficam pouco flexionadas. O tanque de 17 litros promete uma autonomia grande, ideal para viagens e grandes deslocamentos.

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A Versys-X 300 tem uma proposta bem acertada em uso misto. Foto: Marcos M Carmona

A Versys-X 300 tem uma proposta bem acertada em uso misto. Foto: Marcos M Carmona

O preço da Versys-X 300 não deixa dúvidas, atualmente ela não tem concorrentes diretos, sendo um upgrade para quem anda de Honda XRE 300 ou Yamaha XTZ 250 Ténéré e ainda não alcança a Honda CB 500X. Quem escolher a nova aventureira média da Kawasaki vai ter uma moto pronta para tudo, com um motor dócil e ao mesmo tempo forte, formando um conjunto harmonioso.

Todos esses atributos fazem da Versys-X 300 uma boa candidata a ser uma aventureira para que está começando, mas não quer uma moto muito grande pois necessita usá-la na cidade no dia-a-dia, com conforto e praticidade. Para a estrada ela oferece o desempenho de uma trail (acima da) média e não deixa a desejar quando o asfalto acaba. A Kawasaki Versys-X 300 está disponível em 3 versões: sem ABS, com ABS e na versão Tourer, que conta com faróis de neblina em LED, carregador USB, malas laterais de 17 litros cada, cavalete central, além de proteção do motor e protetor de mãos.

Ficha Técnica Kawasaki Versys-X 300

Motor Dois cilindros, arrefecimento líquido, 4 tempos, DOHC, 8 válvulas
Diâmetro x Curso 62,0 x 49,0 mm
Alimentação Injeção eletrônica c/ 32mm de diâmetro e 2 válvulas de aceleração duplas
Taxa de Compressão 10,6:1
Capacidade Cúbica 296 cm³
Potência máxima 40 cv a 11.500 rpm
Torque máximo 2,6 kgf.m a 10.000 rpm
Sistema de Ignição Digital
Sistema de lubrificação Cárter úmido, lubrificação forçada
Partida Elétrica
Embreagem Manual, discos múltiplos em banho de óleo
Cambio 6 velocidades
Transmissão final Corrente
Relação de transmissão 3,286 (46/14)
Chassi Backbone em tubos de aço
Dimensões (C x L x A) 2.170 mm X 940 mm X 1.390 mm
Altura do assento 845 mm
Distância entre eixos 1.450 mm
Vão livre do solo 180 mm
Peso em ordem de marcha 173 kg  S/ABS – 175 kg C/ABS – 184kg Tourer
Tanque de combustível 17 litros
Ângulo de Cáster 25
Trail 108 mm
Ângulo de esterçamento 40º
Suspensão dianteira Garfo telescópico, tubos de 41 mm de diâmetro, curso de 130 mm
Suspensão traseira Amortecedor único Uni-Track com gás e ajuste da pré-carga da mola, curso de 148 mm
Pneu dianteiro 100/90-19M/C 57S
Pneu traseiro 130/80-17M/C 65S
Freio dianteiro Disco simples, 290 mm tipo margarida, pinça dupla com ABS (exceto na versão básica)
Freio traseiro Disco simples, 220 mm tipo margarida, pistões duplos c/ ABS (exceto na versão básica)

Fotos de Marcos M. Carmona

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Jan Terwak
Publicitário, curte motos desde que se conhece como gente, é piloto de motocross, enduro, cross-country e trilhas. Empresta sua experiência no off-road para as avaliações de motos no Motonline.