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Desde que surgiu – em 2011 na Europa -, a CBR 250R coleciona expectativas. Primeiro, quando todos esperavam uma esportiva bicilíndrica e a Honda frustrou a todos – inclusive a Kawasaki – pois do jeito que ela veio, não parecia ser capaz de concorrer de fato e no mesmo nível com a Ninjinha. Contudo, como é sabido, nenhuma marca de motos entra num segmento para perder, principalmente a Honda.

Envolta em grande expectativa, a CBR 250R ainda não conseguiu emplacar no mercado brasileiro

Envolta em grande expectativa, a CBR 250R ainda não conseguiu emplacar no mercado brasileiro

Assim, sua chegada no Brasil – primeiro no Salão Duas Rodas e depois apresentada em abril de 2012 – deixou no ar uma sensação de que esta moto escondia algo que só poderia ser visto num teste mais apurado. De fato, na apresentação da moto em circuito fechado, duas surpresas – uma ruim e outra nem tanto: o preço da CBR 250R na versão sem ABS é R$ 15.490,00 e ela é importada da Tailândia. Ser importada pode não representar problema, mas o preço é quase igual ao da Kawasaki Ninja 250R.

Venda nos últimos 3 meses

Venda nos últimos 3 meses

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“Queremos vender em média 900 motos por mês até o final do ano para termos condições de brigar para trazer a produção para Manaus”, informou naquela ocasião o supervisor de relações públicas da Honda, Alfredo Guedes.  A ideia era vender bastante para justificar a produção local com a consequente baixa do preço da moto, sobretudo pela alta do dólar.

Nada disso. O dólar não baixou e as vendas não cresceram. Apesar de crescente, o volume de venda do novo modelo até julho deste ano está bem abaixo da meta anunciada. Apenas aquela sensação de que a moto escondia algo mostrou-se verdadeira. A CBR 250R surpreende no uso real das ruas e mostra muitas virtudes e algumas vantagens frente às suas concorrentes.

 

Esbelta e ágil, na prática ela demonstra as virtudes das pequenas motos urbanas

Esbelta e ágil, na prática ela demonstra as virtudes das pequenas motos urbanas

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A Honda acertou na proposta. Uma moto com desenho esportivo, mas que pode ser utilizada todos os dias na cidade. A CBR 250R realmente é muito confortável para pilotar e sua maneabilidade lembra motos menores e tipicamente urbanas. O conjunto ciclístico tem comportamento irrepreensível e os movimentos do piloto no comando são precisamente respondidos, seja bem devagar ou em velocidade maiores. Obediência total.

Preço salgado: sem ABS, R$15.490,00; com ABS, R$17.990,00

Preço salgado: sem ABS, R$15.490,00; com ABS, R$17.990,00

Colaboram para esta subserviência seu motor monocilíndrico de 249,6 cm³ e refrigerado a água que foi desenvolvido exclusivamente para esta moto. Compacto e muito leve, ele vem equipado com duplo comando no cabeçote (DOHC – Double Over Head Camshaft), com 4 válvulas e com injeção eletrônica PGM-FI (Programmed Fuel Injection). Este conjunto oferece 26,4 cv a 8.500 rpm de potência e torque de 2,34 kgf.m a 7.000 rpm. O resultado é uma moto que oferece torque mais linear e que surge mais cedo, sem necessidade de esticar marchas e fazer o giro do motor crescer para ganhar força.

Esta característica do motor torna a CBR 250R muito ágil no trânsito urbano, com boa arrancada e crescimento da velocidade de forma rápida e regular. O câmbio de seis velocidades tem perfeito escalonamento de marchas e a sexta marcha funciona mais como um over-drive, que diminui o nível de ruído e aumenta a economia de combustível em velocidades maiores na estrada.

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Painel "racing": velocímetro digital e conta-giros analógico

Painel "racing": velocímetro digital e conta-giros analógico

O consumo de combustível não surpreende. Para a categoria das 250cc, a média de 27 km/l na cidade é bem razoável. Na estrada a média de consumo chega próxima dos 30 km/ em velocidades entre 100 e 120 km/h. Com a capacidade do tanque de combustível de 13 litros, é possível percorrer com tranquilidade trechos acima de 300 km sem necessidade de parada para abastecimento.

O conjunto de suspensões e freios segue o padrão do mercado e do segmento. Garfos telescópios convencionais na dianteira e sistema mono-amortecido Pro-link na traseira com  cinco regulagens de compressão da mola. O sistema de freios é composto por disco único de com pinça de pistão duplo na dianteira e disco acionado por pinça de pistão simples na traseira.

O que faz diferença nesta moto é sistema Combined ABS (C-ABS) na versão mais cara, que realmente faz muita diferença em frenagens de emergência e em pisos molhados. Exclusivo da Honda, o sistema reúne os benefícios do ABS (Anti-lock Brake System) e do CBS (Combined Brake System). O primeiro evita o travamento das rodas e o segundo distribui a força de frenagem entre as rodas dianteira e traseira. Na versão com este sistema, o disco dianteiro possui três pistões.

Embutido na carenagem frontal, merece destaque o bonito conjunto do painel. Possui um visor de LCD e tacômetro posicionado no centro, deixando claro ao piloto que se trata de uma motocicleta esportiva. Neste visor o piloto encontra a velocidade, rotação e temperatura do motor, relógio digital, luzes indicadoras de combustível e sinalização, bem como hodômetro (total e parcial).

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