Desde o lançamento da Indian Chieftain publicado em abril último ficamos com muita vontade de testá-la em ambiente de uso normal. Isso porque o test-ride que fizemos foi na pista, de asfalto perfeito. Depois que fizemos o teste da Roadmaster nas ruas, também seria de se esperar alguma limitação da suspensão no teste da Chieftain. Afinal, o Brasil não é uma terra em que os veículos em geral possam vir do seu país de origem com os ajustes normais, para absorver impactos nas ruas e estradas brasileiras. Há que se adaptar componentes, reajustar molas, curso e amortecimento para maior conforto e às vezes, até para que o veículo permaneça inteiro.
Chieftain
Nada disso aconteceu com a Chieftain. Essa moto, mesmo com garupa e toda carga se portou melhor do que se esperava. Bem calibrada, as suspensões cumpriram bem o seu papel, absorvendo as irregularidades do terreno com suavidade e com curso quase suficiente, é que quando estava carregada chegou ao fim do curso algumas vezes, e se aumentada demais a pré-carga no ajuste pneumático ficava muito dura. Esse seria o único ponto a ser considerado para as novas versões. Um pouco mais de curso e um “sag” (curso negativo) maior.
Depois que você admira todo design clássico, das curvas de suas linhas quase sensuais e dos detalhes muito bem cuidados na sua essência, no conjunto todo, o motor é o que mais chama atenção. Ele não abre mão de acompanhar o design original dos anos 40. Naquela época fez muito sucesso o V2 de válvulas laterais e arrefecimento a ar que equipava as Indians Chief. Os cabeçotes, sem válvulas eram simples tampas nos cilindros, chamavam-nos de “flat heads”. Hoje o motor da Chieftain tem válvulas no cabeçote mas as suas tampas se assemelham àquele original, também com o mesmo perfil das aletas, de forma que os canos de escape saiam pela vertical. Hoje em dia, com a profusão de cabeçotes com válvulas (OHV, SOHC, DOHC) a saída dos canos se dá normalmente para frente, mas para manter o mesmo visual da saída vertical, foi embutido dentro do cilindro as curvas necessárias. Assim, além do visual retrô se conseguiu um arrefecimento mais intenso na região porque os gases que passam pela curva interna ao cabeçote irradiam mais calor por causa da presença maciça de aletas.
Impressionava já na pista, a leveza e a facilidade de entrar e sair de curvas. Uma moto Touring com todo esse equipamento, seria de se esperar que fosse de difícil manobra. Porém, na verdade ela se mostra mais leve do que os números indicam, as respostas são prontas, sem atrasos ou flexões pelo chassi. O guidão é bastante firme e mesmo com a “asa de morcego” como carenagem, não apresenta fadiga ao piloto. Por ruas de tráfego mais intenso ela sofre por causa da sua largura mas a precisão na condução facilita bastante as manobras, ficam bem facilitadas e intuitivas.
Consumo | km | Hodômetro | Litros | km / litro |
257,8 | 3030 | 15,17 | 17,00 | |
277,2 | 3307 | 16,18 | 17,13 | |
285,4 | 3593 | 17,06 | 16,73 | |
288,8 | 3882 | 16,27 | 17,75 | |
Totais / média | 1109,2 | 64,68 | 17,15 |
O consumo se mostra melhor nesta Chieftain do que na Roadmaster, a qual fez a melhor marca de consumo de gasolina em 16,76 km/litro e a pior em 15,32 km/litro. No caso da Chieftain, com menos peso (389 kg contra 422 da Roadmaster) a melhor passagem ficou em 17,75 km/litro e a pior em 16,73. A média que ela fez foi de 17,15 km/litro, sensivelmente melhor. Na tocada em estradas, o seu habitat, a Chieftain mostra suas melhores qualidades. É com uma “bagger” dessas que se faz as melhores viagens, dá para levar o necessário para alguns dias e ainda sua companheira não vai reclamar da garupa, que é das mais confortáveis, mesmo sem o encosto.
Dirigibilidade, assim como o motor são pontos altos dessa touring americana. Elas não são conhecidas por serem motos fáceis de conduzir. A direção é pesada, isso associado ao sistema normalmente usado para absorver vibrações faz com que além do peso o guidão tenha pouca firmeza na definição do direcionamento. De tal forma que fica difícil apontar para a direção desejada e por causa da geometria da direção podem se tornar pesadas na alternância de inclinação de um lado para o outro. As Indians e particularmente a Chieftain (390kg) não é uma moto leve, na realidade a balança acusa um número maior do que a Harley-Davidson Street Glide (371kg) por exemplo, mas a distribuição desse peso todo está distribuído de forma mais inteligente e o resultado é uma dirigibilidade melhor e maior sensação de leveza ao entrar e sair de curvas.
A suspensão ainda precisa de um pouco de atenção da fábrica. Tem boa ação no uso normal mas se abusada pode chegar ao fim do curso com alguma força. O ajuste de pré-carga pneumática é bastante útil para minimizar o efeito mas se tivesse um curso um pouco maior seria ideal. Assim como está, você tem que escolher entre a suspensão dura e áspera ou confortável mas que bate no fim do curso nos maiores buracos.
Freios são outro ponto alto das Indians em geral e da Chieftain não é diferente. Ótimo controle na modulação e muita potência e consistência nas frenagens você vai observar nela.
A Chieftain está cotada na tabela Fipe por R$100.166,00 e se mostra uma boa alternativa entre suas concorrentes.
Pontos positivos | Pontos Negativos |
Motor super suave e potente | Poderia ter encosto para passageiro std |
Dirigibilidade natural | falta previsão para um GPS |
Indian Chieftain – Ficha técnica | |
Motor | |
Tipo de Motor | V Twin, Thunder Stroke™ 111, Arrefecimento a ar e Óleo |
Cilindrada | 1811cc |
Diametro x Curso | Ø101mm x 113mm |
Taxa de Compressão | 9.5:1 |
Sistema de Injeção Eletrônica | Injeção Eletronica em Circuito Fechado -Corpo de admissão com Ø54mm |
Performance | |
Pico de Torque | 3000 rpm |
RPM Pico de torque | 16,48 kgf.m |
Transmissão | |
Primária | Engrenagens |
Embreagem | Multidisco em banho de óleo |
Câmbio – Relação de Marchas (Todos) | |
1ª | 9,403 : 1 |
2ª | 6,411 : 1 |
3ª | 4,763 : 1 |
4ª | 3,796 : 1 |
5ª | 3,243 : 1 |
6ª | 2,789 : 1 |
Relação Final | Por correia, relação 2,2 : 1 |
Chassi | |
Tipo | Múltiplas partes em alumínio forjado e usinado em CNC com caixa de ar integrada |
Suspensão Dianteira – Tipo/Curso | Telescópica com Ø 46mm / Garfo com cartucho e dupla mola com 119mm de curso |
Suspensão Traseira – Tipo/Curso | Mono Amortecedor FOX / 114 mm de curso com pré carga de mola com ajuste pneumático |
Freio/Dianteiro | Duplo Disco Flutuante de 300mm com pinça Dupla de 4 Pistões com ABS |
Freio/Traseiro | Disco Simples Flutuante de 300mm com pinça de 2 Pistões e ABS |
Pneu/Dianteiro | Metzeler MARATHON ULTRA 130/90 16 M/C 67H ME 888 |
Pneu/Traseiro | Metzeler MARATHON ULTRA 180/60 R 16 M/C 74H ME 888 |
Rodas | Aluminio 16″ x 3.5″ Dianteira e 16″ x 5″ Traseira |
Sistema de Escape | Saida Dupla com Cross-over |
Dimensões | |
Comprimento | 2.571 mm |
Largura US | 1.022 mm |
Largura Int. | 1.012 mm |
Altura | 1.529 mm |
Peso (Tanque Vazio / Tanque Cheio) | 373 kg / 389 kg |
GVWR (carga útil) | 630 kgs |
Altura de Assento | 660 mm |
Entre-eixos | 1.668 mm |
Altura ao Solo | 142 mm |
Rake | 25° |
Trail | 150 mm |
Capacidade Combustível | 20,8 litros |
Cores | |
Thunder Black | |
Indian Motorcycle® Red | |
Equipamentos Standard | |
ABS | |
Piloto Automático (controle eletrônico de velocidade) | |
Luzes Dianteiras Suplementares | |
Partida sem chave | |
Para-Brisa Elétrico | |
Assentos em Couro Premium | |
Abertura e Fechamento por Controle Remoto das Maletas Laterais | |
Monitoramento de Pressão dos Pneus | |
Sistema de áudio com 100 Watts Stereo com AM/FM; Bluetooth e Entrada Compativel com Smartphone | |
Fiação interna no guidão | |
Lanterna traseira e setas em LED | |
Comandos no guidão cromados | |
Bombas de freio cromadas | |
Mono-Amortecedor traseiro com ajuste de pré carga feito pneumaticamente | |
Equipamentos | |
Painel de instrumentos | Velocímetro eletrônico |
Tacômetro | |
Medidor de quantidade de combustivel | |
Hodômetro | |
Dois indicadores de quilometragem com distância e tempo | |
Consumo instantâneo e médio | |
Autonomia | |
Relógio | |
Temperatura ambiente | |
Indicador de marcha | |
Indicador de pressão dos pneus dianteiro e traseiro | |
Indicador de horas de operação do motor | |
Porcentagem de vida útil do óleo do motor | |
Média de velocidade | |
Voltagem de bateria | |
Display com informações do radio | |
Indicador de erros | |
Indicador de temperatura das manoplas | |
15 sinalizadores LED | Cruise control ativado |
Ajuste de cruise control | |
Neutro | |
Farol alto | |
Seta | |
ABS | |
Check de motor | |
Baixa pressão de pneus | |
Problema na bateria | |
Baixo nivel de gasolina | |
Sistema de segurança | |
Baixa pressão de óleo | |
Unidade do velocímetro (MPH – km/h) | |
Relógio | |
Indicador de Combustível Analógico | |
LED Indicador de Reserva Instalado no tanque de Combustivel | |
Indicador de Erros | |
Indicador de Baixo nível do óleo | |
Indicador com 9 LED | Cruise Control Ativado |
Cruise Con Set | |
Neutro | |
Farol Alto | |
Seta | |
ABS | |
Verificar Motor | |
designação de MPH ou KM/H |
Fotos: Helena França