A Kawasaki Ninja 650 é uma moto esportiva com características de moto turismo. Esta é a definição de uma Sport-Touring. Um tipo de moto que vem ganhando espaço no mercado brasileiro. A esportividade dá a motivação e a emoção na pilotagem e alia-se ao conforto para passeios que permitam viagens até com garupa. Uma tocada com esportividade, sem deixar de curtir a estrada e a paisagem com conforto.
Nesta classe de motocicletas, além da Kawasaki Ninja 650, há mais três opções. Duas delas são equipadas com com motores de 4 cilindros – Honda CBR 600F e Yamaha XJ6-F – e a Kasinski Comet GT 650R, também com motor de dois cilindros, mas em “V” ao invés do “Twin” da Ninja. Os preços também são bem diferentes entre a mais barata – Comet a R$25.053,00 – e a mais cara, CBR a R$35.995,00.
Claro que as quatro são motos de concepção diferente e cada fabricante direciona seu produto da forma que julga mais adequada – esportiva ou turismo. Mas o que vale para o consumidor é que a proposta destas motos é a mesma e o poder da escolha determina o sucesso de cada produto.
Dentro dessa proposta de oferecer uma esportividade relaxada, a Ninja 650 traz o guidão uma pouco mais alto – o mesmo da ER-6. Aliás, da sua irmã naked ela tem também motor, chassi e suspensão, de forma que ela permite a postura ereta e relaxada do piloto. Mas não perde o caráter esportivo reforçado pelo desenho das carenagens e faróis. Piscas integrados nas bordas dos painéis laterais reforçam a imagem de moto esportiva.
Também o assento, bem dimensionado, permite rodar com duas pessoas sem problemas até que por bastante tempo. O banco, bipartido, oferece duas alturas para mais conforto tanto para o garupa, que fica mais alto para ter mais visão da paisagem, quanto para o piloto, que tem mais apoio dos joelhos nas laterais do chassi e fica bem encaixado. Em dias quentes, porém, o ar quente vindo do radiador incomoda um pouco.
Em termos de performance também se parece muito com a irmã naked. A vantagem do guidão alto nos percursos urbanos se desfaz quando, nas estradas, você quer manter médias mais altas e a bolha se mostra um pouco baixa para abrir o vento de forma conveniente. A posição do piloto em relação à aerodinâmica da carenagem é um pouco fora de altura. É só abaixar-se um pouco e o problema desaparece. Ou seja, melhoraria muito nas rodovias uma carenagem um pouco mais alta.
Um guidão mais baixo, como acessório, pode vir a ser uma boa opção. Os espelhos, se mostram expostos e ficam em posição razoável para uso nas estradas. Porém, nas cidades prejudicam bastante a maneabilidade no trânsito. Como ficam muito para fora da carenagem o ponto cego deles é grande, também por causa da grande distância que ficam dos olhos do piloto.
Como a Ninja 650 tem vários componentes da irmã ER-6-n (modelo 2012) as especificações também são correspondentes. Na teoria o peso adicional da carenagem (4 kg) prejudicaria na relação peso/potência, mas na prática isso é compensado pela melhor aerodinâmica do conjunto. Resulta disso a diferença nas médias de consumo obtidas: 21,78 km/l para a Ninja contra 17,21 km/l na ER-6-n. A melhor aerodinâmica conta bastante, principalmente nas rodovias.
Como uma esporte turismo a Ninja 650 fica bem definida como um meio termo, em que para a esportividade seria esperada uma posição de pilotagem um pouco mais inclinada com uma ação maior da bolha sobre o vento frontal. Adicionalmente o posicionamento dos espelhos não foi feliz, provocando muitos pontos cegos e grande vulnerabilidade. O que ajuda é que são dobráveis.
Ao preço médio de R$29.245,00 (tabela FIPE, 5/12), a Kawasaki Ninja 650 representa uma opção interessante para quem pega a estrada constantemente e prefere apreciar a paisagem. Mas sempre é mais seguro saber que a esportividade está está ali disponível ao giro mais vigoroso do acelerador.
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