Publicidade

A Suzuki GSX-S 750 é uma daquelas motos para quem gosta de moto. Uma máquina que não se preocupa com a economia de combustível ou prioriza o conforto de piloto e garupa. Seus esforços têm um único foco, o prazer de pilotagem.

Rodamos com a 750 da Suzuki por algumas centenas de quilômetros para avaliar seu comportamento em diferentes condições. Foram vários dias curtindo o delicioso som do motor de quatro cilindros roncando grave na cidade e aumentando o volume na estrada. Mas vale a pena comprar uma?

gsx-s 750 azul, modelo 2022

A GSX-S 750 é uma ‘moto com cara de moto’ e promete ser uma boa opção para quem quer curtir rolês ao som dos 4 cilindros

 

Publicidade

 

 

GSX-S 750, teste com a naked da Suzuki

Antes de começar, um agradecimento à Suzuki Sun Motors de Porto Alegre que nos cedeu a moto para teste. E também uma ‘receita’.

Para criar uma GSX-S 750 você vai precisar de duas rodas de 17 polegadas, um chassi em liga de alumínio, 4 cilindros em linha num vigoroso motor, uma ciclística acertada e um design agressivo, com linhas retas e pontiagudas. Pronto, agora é só curtir tudo o que a moto é capaz de entregar.

Publicidade

Modelo chegou em 2011, com a GSR 750. A GSX-S viria logo depois, em 2015

O modelo foi lançado em 2011 como uma versão mais branda da esportiva GSX-R 750, um dos modelos mais icônicos da marca e famosa por ser uma das primeiras ‘superbikes de rua’ – veja sua história aqui. Porém, é uma naked, com conjunto voltado à pilotagem urbana. Na prática, é uma moto ágil e leve, mas deixa claro sua descendência esportiva.

 

Ficha técnica da GSX-S 750

A GSX chegou ao Brasil em 2013, quando ainda se chamava GSR 750, e sempre habitou o imaginário de muitos por aliar o vigor da GSX-R à uma proposta menos agressiva.

Publicidade
design da gsx-s 750

Design imponente, com linhas bem marcadas, rouba a cena na GSX 750

É movida por um motor de 4 cilindros em linha, 749 cm³, 16 válvulas e arrefecimento a líquido. Assim, entrega 114 cv de potência e 8,26 kgf.m de torque máximos, a 10.500 rpm e 9.000 rpm (na GSX-R são 150 cv e 8,7 kgf.m). O câmbio é de 6 velocidades.

O chassi é em liga de alumínio e as suspensões são Kayaba (KYB), com sistema invertido na dianteira e ajustes de pré-carga da mola nas duas rodas. O freio é assinado pela Nissin e conta com disco duplo de 310 mm na frente e simples de 240 mm na traseira.

Painel é simples, mas tem fácil leitura mesmo sob o sol

Design é agressivo e repleto de vincos

Sob o motor, o tradicional spoiler

Freios da Nissin são eficientes e com funcionamento suave

GSX-S 750 é uma ótima opção para um rolê ao som dos 4 cilindros

 

É uma moto compacta. São 2.125 mm de comprimento e 1.455 mm de entre eixos, praticamente os mesmos números de naked menores – como a CB 650R. Também é leve e com assento relativamente alto. São 187 kg a seco e 820 mm do banco ao solo. O tanque tem capacidade para 16 litros.

 

Como é andar na Suzuki 750

Vamos começar pela posição de pilotagem da GSX-S 750. Ela transmite esportividade, com os pés levemente recuados e o peito sempre aberto. O guidão é avançado, o que deixa o piloto flexionado para a frente, pronto para atacar curvas.

gsx-s 750 tem posição de pilotagem esportiva

Pés recuados, peito aberto e corpo flexionado para a frente. Posição de pilotagem descende das esportivas

Na cidade ela se sai bem graças ao desempenho do motor, com torque sempre disponível e funcionamento progressivo, sem trancos, engasgos ou ‘buracos’. Chama a atenção como o torque está disponível desde as baixas rotações – é possível, por exemplo, rodar a 60 km/h em sexta marcha sem qualquer tropeço.

andando com a gsx-s 750 na ciadade

Na cidade a GSX se sai bem especialmente pelo motor, elástico e confiável. Braços podem cansar depois de um tempo ou em descidas

É ágil e muda de posição com facilidade, mesmo com o esterçamento do guidão limitado. A posição de pilotagem é divertida, mas pode cansar os braços após muito tempo nos corredores ou, especialmente, em longos declives.

 

GSX-S 750 é pura alegria nas estradas

Mas é nas rodovias que a GSX 750 está em casa. O motor empolga desde as primeiras rotações e cresce como se espera de uma herdeira de esportiva. Após os 8 mil rpm o motor ‘abre’ e entrega força com muito vigor, até chegar ao pico de potência já passando dos 10 mil rpm, como manda o figurino. E o som? É uma sinfonia!

gsx-s 750 subindo a serra com curvas

Aqui a GSX-S em um pacato passeio de final de semana, subindo para Gramado (RS) num domingo de manhã

Ponto também para a ciclística. A Suzuki é estável e previsível, muda de direção sem esforço e passa segurança mesmo numa tocada esportiva em curvas sinuosas. Aqui, o limite é o piloto. Os freios também dão conta do recado, com acionamento suave e funcionamento preciso.

gsx-s 750 na estrada

É na estrada que a magia acontece! O motor da GSX 750 empurra a moto com força, especialmente após os 8 mil rpm, e o conjuto de freios e suspensão passam segurança

Entretanto, não é uma moto para viagens longas. A posição de pilotagem ‘em ataque’ e os bancos (especialmente do carona), pequenos e firmes, deixam claro se tratar de uma moto que nasceu para as pistas e foi adaptada para as ruas. A pedida perfeita para ela é um rolê de final de semana, como um bate e volta, incluindo estradas repletas de curvas e subidas de serra.

como é o banco da gsx-s 750 2022

Longas viagens? Aqui não, meu bem! Banco estreito, com pouca espuma e nada anatômico, somado a posição recuada das pernas nas pedaleiras, é tudo o que você não quer para uma viagem de várias horas

 

Números da GSX-S 750: top speed e consumo

Ninguém compra uma naked de 4 cilindros e 750 cilindradas para fazer entregas, certo? Porém, o consumo é um dado curioso mesmo em motos esportivas. Portanto, saiba que no nosso teste a GSX-S 750 fez cerca de 18 km por litro em uso moderado, pouco abaixo dos 20,4 km/litro indicados pela fabricante. Vale lembrar que a moto não estava ‘amaciada’, tinha apenas 3 km rodados quando a pegamos.

gsx-s 750 de frente

Cara de mau da GSX-S 750 dá presença à moto. Repare no volume das carenagens dianteiras

Já a velocidade final é estimada em 230 km/h reais (cerca de 250 km/h no painel), sem qualquer alteração no conjunto original. Ela acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3,1 segundos e precisa de míseros 11,8 segundos para ir dos 0 aos 200 km/h. Nada mau.

Veja também:

 

Eletrônica

Como uma boa purista, o pacote eletrônico da GSX-S 750 é modesto. Não há painel TFT, sistema de conectividade, modos de pilotagem, acelerador eletrônico, embreagem deslizante, cornering ABS ou nada do tipo. Aqui, o ‘mapa de potência’ é feito ao girar do punho direito.

Pacote letrônico da GSX 750 é limitado. Há apenas ABS, controle de tração (em 3 níveis) e LED na lanterna traseira

E algumas coisas fazem falta. A embreagem deslizante iria favorecer uma tocada mais esportiva, assim como uma assistêcia deixaria seu funcionamento mais suave. Luzes em LED iriam favorecer o já bem-resolvido visual agressivo e modos de pilotagem iriam trazer segurança em situações mais específicas, como dias de chuva.

Alguns upgrades eletrônicos iriam fortalecer a proposta da GSX. Quem sabe embreagem assistida e deslizante, modos de pilotagem e iluminação full LED

Por enquanto, ela tem apenas ABS de dois canais e controle de tração, em três níveis. O painel é em LCD, de fácil leitura, e também informa sobre marcha engatada, autonomia e consumo médio. Por ora, há LED apenas na lanterna traseira.

TESTE GSX-S 750

Gostamos Não curtimos
Elasticidade do motor
Pacote eletrônico simples
Agilidade
Preço pouco competitivo

 

Qual é melhor: GSX-S 750 ou 1000?

As semelhanças entre as GSX-S 750 e S 1000 são tão grandes que é fácil confundi-las nas ruas. Colocar as duas lado a lado é quase um jogo dos 7 erros. Mas, de fato, há diferenças.

O design de ambas bebe da mesma fonte. É agressivo, repleto de linhas retas e pontiagudas, enquanto a traseira tem formato triangular. Se destacam as grandes (e largas) carenagens junto ao tanque.

Porém, na 750 detalhes como a carenagem do farol são menos volumosos. Além disso, os bancos (piloto e carona) da 1.000 se tocam, seus freios são Brembo e o guidão da irmã maior é mais largo. Os formatos e cores do escapamento também mudam.

motor da gsx-s 750 é potente

Motor da GSX 750 é primoroso. Dócil em baixas rotações e empolgante ao virar o punho

Por fim, é claro, elas têm comportamentos próprios. A 750 é surpreendentemente maleável na cidade, previsível, quase dócil e não dá sustos dento em perímetros urbanos, mas se acelerar forte ela responde. Já a GSX-S 1000, com 150 cv, tem comportamento mais áspero.

 

Veredito: vale a pena comprar a GSX-S 750

A GSX-S 750 é uma ‘moto com cara de moto’. Design imponente de linhas agressivas e volumosas, motor tetracilíndrico poderoso, ciclística apurada, ronco afiado e alto. É um convite e tanto para um rolê por estradas no final de semana.

A GSX-S 750 é uma das motos de 4 cilindros mais baratas do Brasil, um dos raros exemplos abaixo dos R$ 60 mil

E cobra ‘pouco’ por isso, afinal é uma das motos de 4 cilindros mais baratas do Brasil. Com Fipe de R$ 59.679, só fica acima da CB 650R (R$ 56.490). Se considerarmos os preços sugeridos pelas marcas, a diferença aumenta um pouco. São R$ 57.950 contra R$ 48.440.

GSX-S 750 está disponível em branco, preto e cinza, além do tradicional azul da Suzuki

O que você quer é uma naked tetracilíndrica pra sair atormentando a vizinha e contornando curvas por aí? Então é só escolher uma das cores disponíveis (azul, preto, cinza ou branco) e ser feliz.

 

Teste
Capacete: LS2 Stream
Jaqueta: LS2 Serra Evo
Fotos: Marília Wilbert e Guilherme Augusto

Guilherme Augusto
@guilhermeaugusto.rp>> Jornalista e formado em Relações Públicas pela Universidade Feevale. Amante de motos em todas suas formas e sons. Estabanado por natureza