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Moderna, porém clássica, a Triumph Street Scrambler carrega décadas de histórias em duas rodas, em um segmento de motos que atrai a paixão de muitos motociclistas pelo mundo. É bom lembrar que quando ainda não existiam motos trail, os motociclistas pegavam as motos comuns, adaptavam suspensões e pneus para brincar onde não havia calçamento. Foi assim que surgiram as scrambler.  

Triumph Street Scrambler mescla o moderno com o clássico. Foto: Carla Gomes

Triumph Street Scrambler mescla o moderno com o clássico. Foto: Carla Gomes

O design da Street Scrambler é oriundo da década de 50, onde as motos eram adaptadas para entrar em corridas off-road, com pneus para terra, guidão e escapamento alto. Mas os fabricantes, sobretudo europeus, começaram a dar atenção ao segmento e passaram a oferecer ao mercado motos prontas para isso.

E como o que é clássico e até vintage está voltando a ser valorizado, a Triumph resolveu investir forte nas suas motos clássicas e ampliar sua gama de ofertas nessa área por aqui. Devo confessar que eu não sou muito fã das motos clássicas, mas a Street Scrambler é uma moto à parte, pois traz uma design único, numa mistura de dois conceitos completamente diferentes, o atual e o clássico, o moderno e o antigo, e isso acaba por deixa a moto linda demais e essa opinião não é só minha não.

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Por onde se passa com ela os olhares curiosos são muitos e a opinião é unânime: “Linda demais”, “Uau”, “Essa, se eu pudesse, teria uma”….. e por aí vão os comentários de outros motociclista ao estarem perto da Triumph Street Scrambler, com seu design único, simplicidade técnica e beleza clássica.

Perfeita para pequenas viagens ou deslocamentos diários. Foto: Carla Gomes

Perfeita para pequenas viagens ou deslocamentos diários. Foto: Carla Gomes

No quesito estilo, uma das coisas que mais se destaca na moto é o escapamento alto e duplo, que causa sempre a mesma reação nas pessoas: “Nossa, esse escapamento é lindo, mas deve esquentar um pouco não é ?” Escutei isso diversas vezes durante o teste e, é verdade, em trânsito intenso e mais lento no meio da cidade o escapamento incomoda um pouco.

O painel conta com velocímetro analógico, conta giros digital – que eu particularmente não gosto muito -, indicador de marcha, hodômetro com dois marcadores parciais e um total, autonomia de combustível, consumo médio e instantâneo, além de configurações como controle de tração e controle do ABS. A lanterna traseira é em LED e sob o banco do piloto existe uma tomada USB para carregar dispositivos eletrônicos.

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Farol simples e guarda-pó nas bengalas dão personalidade à moto - Foto: Rock Ténéré

Farol simples e guarda-pó nas bengalas dão personalidade à moto – Foto: Rock Ténéré

A Triumph Street Scrambler foi pensada também para ser personalizada. Existem mais de 150 acessórios para equipá-la de maneiras únicas e diferentes. Você pode trocar o amortecedor traseiro pelo Piggyback Fox, que melhora a performance do conjunto original, adicionando até ajuste de compressão, mudança do pistão interno além de  outras modificações.

Street Scrambler: Ciclística

Essa clássica tem o chassi de aço tubular em berço, onde o motor fica acomodado sobre coxins. A distância entre eixos é de 1446 mm, enquanto o rake (inclinação) é de 25.6° e o trail 109 mm. Ambas rodas são raiadas, com 19° na dianteira e 17° na traseira. Essas medidas confirmam uma certa lentidão e previsibilidade da Street Scrambler nas mudanças de direção, como era de se esperar. No entanto, há vantagens como a boa estabilidade da moto nas retas e a facilidade de manobrar em baixas velocidades, com um centro de gravidade relativamente baixo, o que traz equilíbrio ao conjunto.

Urbana, com essência Off Road da década de 50. Foto: Carla Gomes

Urbana, com essência Off Road da década de 50. Foto: Carla Gomes

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As suspensões da Street Scrambler se destacam pelo conforto oferecido, mas sem ser soft demais. A suspensão dianteira está assinada com garfos da Kayaba, com curso de 120 mm e a traseira tem um sistema de amortecedores duplos, com o mesmo curso – 120 mm, porém com ajuste de pré-carga da mola. Suas características demonstram que não há compromisso com alto desempenho, mas com uma pilotagem mais descompromissada, para apreciar e ser apreciado.

Os freios são eficientes e garantem uma frenagem, embora potente, suave e fácil de modular, tanto o dianteiro, quanto o traseiro. Na frente é um disco de 310 mm e na traseira um disco de 255 mm,  ambas com pinça Nissin flutuante de 2 pistões e equipados com ABS comutável – para mais liberdade nas estradas de terra.  O curioso aqui é a posição do disco de freio traseiro que fica localizado no lado esquerdo da moto por baixo da balança.

Escolha o caminho, o resto é com ela. Foto: Rock Ténéré

Escolha o caminho, o resto é com ela. Foto: Rock Ténéré

A Street Scrambler vem calçada com pneus Metzeler Tourance EXP, pneu muito comum em motos bigtrail, as aventureiras que encaram grandes incursões na terra. Mas será que essa Scrambler encara o off-road? Sim, mas com limitações. A começar pela altura em relação ao solo, passando pelas suspensões não são genuinamente fora-de-estrada. A Scrambler está mais para o asfalto e aliás, o próprio nome já diz, Street Scrambler, ou seja, uma Scrambler do asfalto. Na verdade o off-road que ela encara está nas estradas de terra batida, onde eram feitas as corridas de flat track no passado. E neste ambiente ela se sai muito bem.

Ao lado da Boneville 2016: semelhança fica só na aparência

Ao lado da Boneville 2016: semelhança fica só na aparência

A posição de pilotagem na Street Scrambler é agradável, com o guidão largo e posicionado à frente, mas as pernas ficam um pouco flexionadas e carece de proteção aerodinâmica, o que a torna uma moto desconfortável para longos deslocamentos. O banco do piloto é muito bom, confortável, macio e com bastante espaço para movimentação, mas por outro lado o banco do garupa tem a espuma muito dura, falta espaço e alças para se segurar.

Na Street Scrambler é possível andar em pé, mas a curva do escapamento atrapalha um pouco do lado direito e no trânsito mais pesado o calor que emana do escapamento é um ponto negativo, pois incomoda mesmo. Para rodar na cidade também é preciso ficar atento ao pequeno esterço do guidão, que pode dificultar manobras entre os carros, porém a baixa altura do assento é um ponto positivo.

O bom e velho motor

A Street Scrambler é equipada com um motor de 900 cc, SOHC – Single Overhead Camshaft,  (comando simples de válvulas no cabeçote). O ângulo do virabrequim é de 270º, o que garante linearidade e suavidade na entrega de potência, é arrefecido à líquido e tem 8 válvulas. É o mesmo motor que equipava a antiga Boneville, seguro, forte e que oferece razoável nível de desempenho, já que não se trata de uma moto que visa performance, mas passeio.

Motor de 900 cc com intervalo de ignição de 270º garante uma curva de torque e potência totalmente linear

Motor de 900 cc com intervalo de ignição de 270º garante uma curva de torque e potência linear. Foto: Divulgação

Esse motor gera 54 cv a 5.900 rpm e tem torque de 8,15 kgf.m a 3.230 rpm. A utilização desse motor nessa moto é um casamento de objetivos. Tanto a moto quanto o motor procuram facilitar ao motociclista a pilotagem, deixando tudo muito fácil de realizar e fazer acontecer. Esse é um fator realmente de grande destaque na Street Scrambler, tamanha é a facilidade de condução que ele permite a qualquer piloto, não importa sua experiência.

O fato do motor ter muito torque em baixa rotação favorece a melhor distribuição da potência nas rotações. Com cinco marchas de engate preciso e embreagem com auxílio de torque, o que deixa seu acionamento muito macio, o piloto quase sempre dispensa as trocas de marcha porque o torque é farto e o motor tem uma entrega bem elástica, o que facilita a pilotagem, porque não é preciso trocar de marcha toda hora, ou usar muito a embreagem.

Gostoso de acelerar e com um som delicioso saindo dos dois escapamento no lado direito, o motor transmite pouquíssima vibração e o giro é sempre muito baixo. Por exemplo, aos 100 km/h o motor está em exatos 3.300 rpm. No entanto, se decidir andar mais rápido, o giro sobe e a vibração também, trazendo algum incômodo ao piloto. Num ritmo de cruzeiro num pequena viagem, por exemplo, mantivemos cerca de 4.000 giros em 5ª marcha para manter os 120 km/h.  Vale lembrar que nesse regime ainda há muita sobre de motor, pois ele sobe até os 7.200 rpm antes de cortar.

Motor fácil de pilotar, graças a linearidade na entrega de potência e torque em giros baixos

Motor fácil de pilotar, graças a linearidade na entrega de potência e torque em giros baixos. São 54 cv a 5.900 rpm e 8,15 kgf.m a 3.230 rpm. Foto: Divulgação

Apesar de ter motor para andar mais rápido, a Street Scrambler torna-se cansativa para longos percursos, o que pode ser explicado em parte pela vibração e também pela falta de proteção aerodinâmica. O consumo da Triumph Street Scrambler oscilou entre 19 km/litro e 21 km/litro, determinando uma média de 20 km/litr0. Com a capacidade do tanque de combustível de 12 litros, é possível projetar uma autonomia média perto dos 240 km, o que definitivamente não é uma autonomia boa para estradas.

O preço de R$ 41.990  justifica o conceito e a paixão que você pode levar para a garagem.  Uma moto que respira história e estilo, além disso uma baita motocicleta, com um conjunto muito bem acertado.

STREET SCRAMBLER FICHA TÉCNICA

MOTOR E TRANSMISSÃO

Tipo SOHC, arrefecimento líquido, 8 válvulas
Cilindrada 900 cc
Diâmetro X Curso 84,6 / 80 mm
Compressão 10,55:1
Potência Máxima 54,3 cv a 5.900 rpm
Torque Máxima 8,15 Kgf.m a 3.230 rpm
Alimentação Injeção eletrônica
Transmissão final Corrente
Caixa de câmbio 5 velocidades

CHASSI

Quadro Berço de aço tubular
Braço oscilante Duplo, de aço tubular
Roda dianteira  32 raios – aros de aço, 19 x 2,5 pol
Roda traseira  32 raios – aros de aço, 17 x 4,25 pol
Pneu dianteiro 100/90 R19
Pneu traseiro 150/70 R17
Suspensão dianteira Garfos telescópicos Kayaba com 120 mm de curso
Suspensão traseira Duplo amortecedor Kayaba com 120 mm de curso e ajuste da pré-carga de mola
Freio dianteiro Disco único de 310 mm, pinça flutuante de 2 pistões Nissin, ABS
Freio traseiro Disco único de 255 mm, pinça flutuante de 2 pistões Nissin, ABS
Painel de instrumentos e funções Velocímetro analógico, hodômetro, indicador de marcha, nível de combustível, indicador de manutenção, relógio, 2 hodômetros parciais, consumo médio e atual de combustível, controle de tração, sistema de monitoramento da pressão dos pneus (TPMS)

DIMENSÕES E PESO

Largura 831 mm
Altura sem espelho 1120 mm
Altura do Assento 790 mm
Distância entre eixos 1446 mm
Inclinação 25.6º
Trail 109 mm
Peso seco 206 kg
Capacidade do tanque 12 litros

Fotos: Carla Gomes/ Rock Ténéré/ Divulgação

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Jan Terwak
Publicitário, curte motos desde que se conhece como gente, é piloto de motocross, enduro, cross-country e trilhas. Empresta sua experiência no off-road para as avaliações de motos no Motonline.