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O estilo naked surgiu quando os donos de motos esportivas retiraram as carenagens – ou porque caíram e elas ficavam imprestáveis ou simplesmente para aliviar peso. A ideia era colocar um guidão reto para ter mais manobrabilidade nas ruas. Era o estilo “bad boy” ou “streetfighter” que estava surgindo. No embalo dessa idéia, todos os fabricantes fizeram as suas apostas em modelos prontos, todas as qualidades das esportivas verdadeiras, mas em roupa de passeio. Ou melhor, sem roupa.

Yamaha MT-07 pode ser considerada a sucessora da clássica RD-350 Divertida e com boa esportividade

Yamaha MT-07 pode ser considerada a sucessora da clássica RD-350 Divertida e com boa esportividade

A proposta dessa moto é oferecer prazer na pilotagem com toda a dinâmica de uma pura naked, mas a um preço mais acessível. Da Yamaha, chegou essa série inspirada na visão do lado escuro do Japão, “The dark side of Japan”. Primeiro veio a MT-09, de preço e performance superiores, e agora a MT-07, já apresentada num test-ride.

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Apesar de mostrar o lado negro do Japão, a MT-07 mostrou real capacidade de cativar os consumidores. Ela é a segunda mais vendida entre as naked com 2 (ou 3) cilindros e motores médios (entre 500 e 800 cc). Foram 760 unidades vendidas no primeiro semestre, perdendo apenas para a Honda CB 500F. O preço também colabora para a competitividade do modelo frente à concorrência: R$28.365,00 (FIPE julho/2015).

A MT-07 teve o seu lançamento inspirado no espaço ocupado por nada menos que quatro grandes motos: Honda CB 500F, Honda CB 650F, Kawasaki ER6-nBMW F 800R e Triumph Street Triple. São produtos distintos e cada um se sobressai de alguma forma. A Yamaha tem também as suas vantagens. De dois cilindros ela compartilha o tipo de motor com a 500 Honda, ER6-n e F-800R, haja vista que a Triumph usa três e a CB 650F com quatro. Mas dessas motos a Yamaha é a única a utilizar o sistema de explosões defasadas em 270° como as R1. Isso lhe aproxima mais das qualidades do motor de três cilindros da Street Triple. Grande torque e aceleração além de qualquer crítica e um som de V2 que trás mais inspiração esportiva.

Distribuição das explosões no virabrequim crossplane

Distribuição das explosões no virabrequim crossplane

A MT-07 faz as curvas ficarem muito divertidas

A MT-07 faz as curvas ficarem muito divertidas

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Em outros quesitos a MT-07 também se destaca como na sua leveza e facilidade na condução. É por ter essa rapidez na geometria do chassi que ao piloto da MT-07 é permitido abordagens agressivas em percursos até mais travados, como estradinhas com curvas fechadas e não muito bem pavimentadas, por exemplo. O lado ruim é que nessas, ela transmite bastante os impactos ao piloto, mas pelo lado bom ela não perde a compostura e isso inspira mais confiança.

Painel minimalista trás todas as informações com o computador de bordo

Painel minimalista traz todas as informações com o computador de bordo

O assento é fino e duro, bipartido como numa esportiva e mais para trás ele se alarga de forma a permitir mais conforto ou mais apoio para as curvas, nas laterais. Esse banco é bem anatômico e por isso permite uma boa sensibilidade da moto sem ser muito cansativo, mesmo em longos percursos.

Na autonomia dada pelo tanque de combustível de 14 litros, a moto consegue rodar uma média de 300 Km porque o consumo se mostra bom para essa categoria. Fizemos a média de 21,6 Km/ litro, sendo que o mínimo ficou em 20,6 e o máximo em 22,09 Km/litro. Muito consistente.

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O guidão é relativamente largo, como todas as naked, mas sua altura lhe permite atacar bem o vento frontal e não há tanta turbulência em velocidades altas por causa da boa inclinação do farol e painel.

O banco é confortável mas as pernas ficam bastante dobradas forçando um pouco os joelhos, mas o banco baixo favorece

O banco é confortável, mas as pernas ficam bastante dobradas forçando um pouco os joelhos, mas o banco baixo favorece

A posição das pedaleiras está mais adiantada do que na MT-09 e se faz perceber também na posição mais dobrada dos joelhos. Mas isso é reflexo da menor altura do banco, o que para muitos é um benefício.

O câmbio passa as marchas com muita rapidez, até mesmo sem embreagem. Os movimentos da alavanca são leves, precisos e bem definidos. O posicionamento de cada marcha no giro do motor se dá em pontos perfeitos dentro da faixa útil de potência e esta faixa de potência bastante linear, se mostra ampla e equilibrada. Os pulsos do virabrequim de 270° são um ponto a mais para se destacar. A grande aceleração é um ponto de grande importância nessa moto.

Chassi tubular tem estrutura bastante criativa

Chassi tubular tem estrutura bastante criativa, um monotubo que termina no arco de suporte da dianteira abraçando o motor que faz importante papel. A seção traseira parte desse arco numa posição adiantada 

Balança traseira assimetrica tem conexão com o amortecedor por maio de link - Amortecedor trabalha na horizontal para maior concentração de massas

Balança traseira assimetrica tem conexão com o amortecedor por meio de link; o amortecedor trabalha na horizontal para maior concentração de massas

O chassi é tubular e recebe uma triangulação bem estruturada na frente, sob o curto tubo principal que se prende na parte frontal do motor. Do sub-frame anexado pela parte traseira do motor seguem dois tubos paralelos que dão a volta para encontrar o tubo principal. Muito engenhoso esse chassi que além de tudo isso possui tubos de parede de espessura variável. Sua engenhosidade apresenta resultados incríveis. Oferece baixo peso e rigidez estrutural para suportar muito bem a dinâmica toda da moto.

Geometria rápida por conta da pouca distância entre eixos - Boa de curvas essa moto

Geometria rápida por conta da pouca distância entre eixos; um moto muito boa de curvas

As qualidades excepcionais desta moto para as curvas são resultado desse chassi, de curta distância entre eixos – apenas 1.400 mm – que ainda permite manobras rápidas por causa da curta medida do trail (90mm). Enquanto ela é nervosa, parece uma bicicleta de tão leve que fica quando em movimento. Adicione aí o motor, com quase 7 kgf.m de torque e 75 cv de potência e o brinquedo fica muito divertido, principalmente pelo preço de menos de trinta mil reais.

Veja na galeria abaixo, alguns acessórios disponíveis para esse modelo.

 

YAMAHA MT-07
Ficha Técnica
MOTOR
Tipo Dois cilindros em linha, arrefecidos a líquido, quatro tempos, DOHC, quatro válvulas por cilindro
Cilindrada 689 cm³
Diâmetro e Curso 80mm x 68,6mm
Taxa de Compressão 11,5 : 1
Potência Máxima 74,8 CV a 9000 rpm
Torque máximo  6,9 kgf.m a 6500 rpm
Sistema de lubrificação Carter úmido
Alimentação Injeção eletrônica
Ignição TCI
Sistema de partida Elétrico
TRANSMISSÃO
Câmbio Seis velocidades constantemente engrenadas
Embreagem Múltiplos discos em banho de óleo com acionamento mecânico (cabo)
Transmissão final Corrente
CHASSI
Tipo Monotubo como “backbone” e estruturas reforçadas pelo motor na área da balança e cabeçote da direção, sub-chassi traseiro incorporado, construção em tubos de aço com espessuras variadas, de acordo com a região
Suspensão dianteira Garfo telescópico
Curso da suspensão dianteira 130 mm
Rake 24º50´
Trail 90 mm
Suspensão traseira Braço oscilante com link na conexão com o amortecedor
Curso da suspensão traseira 130 mm
Freio Dianteiro Disco duplo flutuante, de 245mm com pinça de quatro pistões
Pneu dianteiro 120/70 ZR 17 M/C (58W) Tubeless
Pneu traseiro 180/55 ZR 17 M/C (73W) Tubeless
DIMENSÕES E PESO
Comprimento total 2.085 mm
Largura Total 745 mm
Altura Total 745 mm
Altura do assento 805 mm

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Bitenca
Pioneiro no Motocross e no off-road com motos no Brasil, fundou em 1985 o TCP (Trail Clube Paulista). Desbravou trilhas em torno da capital paulista enquanto testava motos para revistas especializadas.